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OPINIÃO

Coletânea de "Street Fighter" é aula de história sobre os 30 anos da série

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL Jogos

31/05/2018 04h00

Se você é uma pessoa que teve parte da infância ou da adolescência na primeira metade dos anos 1990, é bastante provável que tenha lembranças fortes relacionadas aos videogames envolvendo "Street Fighter".

Eu, por exemplo, lembro das tardes jogando "Street Fighter II: The World Warrior" na casa de um amigo, cuja família havia trazido um cartucho do jogo para Super Famicom do Japão - isso entre 1992 ou 1993. Ou, ainda, quando ganhei um conjunto de Mega Drive III com a "fita" de "Street Fighter II: Special Champion Edition", no Natal de 1993.

E nem preciso citar a quantidade de vezes que fui a estabelecimentos pouco recomendados para menores só para gastar meia dúzia de fichas em arcades do jogo - o que, claro, incluía variações nada ortodoxas do título, como o popular "Street Fighter de rodoviária".

Street Fighter Coletânea Review 1 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Independentemente de quais sejam as suas memórias, é inegável que a série, nascida em 1987 e alçada à fama com o segundo game da franquia, de 1991, é um dos games mais influentes da história. Ela popularizou nomes como Ryu, Ken e Chun-Li, transformou "Hadouken" em substantivo próprio, nos presentou com a música do estágio do Guile - que, como sabemos, cai bem em qualquer situação - e, claro, solidificou o gênero dos games de luta como um dos mais longevos e explorados.

São três décadas de existência com motivos de sobra para se comemorar.

Presente de aniversário

Os 30 anos de "Street Fighter", claro, não passariam em branco. E, como celebração, a Capcom resolveu lançar uma coletânea de nome bem comprido: "Street Fighter 30th Anniversary Collection".

Com versões para PC, PlayStation 4, Switch e Xbox One, ela reúne os 12 primeiros jogos da série: "Street Fighter" (1987); "Street Fighter II: The World Warrior" (1991); "Street Fighter II: Champion Edition" (1992); "Street Fighter II: Hyper Fighting" (1992); "Super Street Fighter II: The New Challengers" (1993); "Super Street Fighter II Turbo" (1994); "Street Fighter Alpha" (1995); "Street Fighter Alpha 2" (1996); "Street Fighter III: New Generation" (1997); "Street Fighter III: 2nd Impact - Giant Attack" (1997); "Street Fighter Alpha 3" (1998) e "Street Fighter III: 3rd Strike - Fight for the Future".

Todos os jogos estão disponíveis em suas versões para arcade, sem qualquer tipo de mudanças em termos de jogabilidade ou visual. É um prato cheio para puristas.

Street Fighter - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação


Há, porém, algumas opções: é possível jogar os games em seu aspecto original (com a tela na proporção 4:3), com a área do game sendo limitada pela altura máxima da TV ou, ainda, com a tela ampliada - e, consequentemente, com a imagem do jogo esticada. No caso de se usar a proporção original do jogo, é possível também ativar um recurso que coloca bordas temáticas ao redor da tela. Há também duas opções de filtro, uma simulando as scanlines de uma TV e outra a textura de uma tela arcade.

Os 12 jogos estão disponíveis em seus modos Arcade, nos quais os jogadores enfrentam oponentes da máquina até encontrar o chefão final. Vencendo, é possível assistir a um final. Eles também têm uma modalidade "Versus", na qual dois jogadores se digladiam, e, no Switch, há ainda um modo exclusivo de torneio offline para oito pessoas em "Super Street Fighter II: Tournament Battle".

O modo online, por sua vez, contempla quatro games: "Street Fighter II: Hyper Fighting", "Super Street Fighter II: Turbo", "Street Fighter Alpha 3" e "Street Fighter III: Third Strike". Durante o teste feito por UOL Jogos antes da data de lançamento do jogo, não foi possível avaliar essa modalidade.

Street Fighter Coletânea Review 3 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Não há muito o que falar sobre a jogabilidade, que segue o padrão consagrado pela série e exige comandos precisos para a realização de combos, mas ainda assim é familiar para novatos. Da mesma maneira que era há três décadas. E, como ocorre com a maioria dos jogos de luta, um controle arcade cai bem permite aproveitar o máximo que cada um desses jogos têm a oferecer.

Viagem no tempo

Para os fãs mais antigos, no entanto, há uma outra seção dentro do game que deverá despertar tanta atenção quantos os jogos em si.

Trata-se do "Museu", que conta com diversas informações sobre todos os jogos presentes na coletânea.

Nele, é possível ver documentos e imagens que detalham a criação dos games, esboços dos personagens, histórias curiosas e uma linha do tempo com fatos relevantes de todos os jogos da franquia. É fácil perder horas navegando pelas centenas de páginas dessa porção do jogo.

No fim, "Street Fighter 30th Anniversary Collection" traz uma boa dose de conteúdo, tanto interativo quanto em termos de relato histórico. Poderia ser melhor? Talvez o fato de trazer as versões arcade dos games o jogo ganhe em termos de visual e desempenho, mas alguns modos das variantes para consoles acabam fazendo falta.

Nada disso, porém, faz o jogo deixar de ser uma adição obrigatória para quem é fã da franquia.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL