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Jogo rápido: Infinito, "Moonlighter" é game simples e viciante

Moonlighter é inspirado em RPGs clássicos   - Divulgação
Moonlighter é inspirado em RPGs clássicos
Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL Jogos

21/06/2018 04h00

Você já se perguntou de onde vêm os itens que você compra em jogos de RPG? Como será que os vendedores das lojinhas desses jogos conseguem obter espadas poderosas, escudos mágicos e aquele material superraro que você precisa para fazer a armadura mais forte do jogo?

Essa é a premissa de "Moonlighter", game desenvolvido pela Digital Sun e que chegou ao PC (R$ 37,99), PlayStation 4 (R$ 71,50) e Xbox One (R$ 37,95) no último dia 29 de maio. Uma versão para o Switch está nos planos da produtora e deve ser lançada no segundo semestre.

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Trata-se de um RPG de ação com visual pixelado, que remete aos games lançados para Super Nintendo e Mega Drive. Nele, o jogador é Will, dono de uma loja de artefatos chamada Moonlighter. Durante o dia, a missão dele é lidar com clientes. Já à noite, ele vai até as masmorras que ficam nas redondezas da cidade Rynoka, onde ele enfrenta monstros e, claro, sai com uma mochila cheia de itens.

É nessa rotina que o jogador terá que se encaixar quando Will decide que irá encontrar um meio de abrir a quinta masmorra, fechada por uma misteriosa porta de metal. Para isso, ele não apenas terá que explorar e superar inimigos e chefes das outras quatro localidades - cada uma utiliza um tema, como floresta, deserto etc. Isso também afeta os tipos de inimigos e armadilhas -, mas também aprimorar sua loja.

Isso porque o dinheiro ganho com as vendas é revertido na compra de equipamentos mais poderosos e poções, o que é mandatório para enfrentar inimigos cada vez mais fortes no decorrer do jogo.

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Moonlighter tem chefes casca grossa de enfrentar
Imagem: Divulgação

Rolê perigoso

A jornada de Will, no entanto, passa longe de ser tranquila. Como o jogador descobre logo no início, o personagem não pode passar muito tempo em uma masmorra. Caso isso aconteça, um monstro invencível irá surgir - acredite, ele é capaz de te derrotar com apenas um golpe.

E não ache que basta decorar os mapas de cada masmorra para ir bem, uma vez que eles são gerados aleatoriamente.

Por falar em derrota, caso o jogador não resista aos inimigos, ele perderá tudo que está carregando na mochila, exceto os cinco itens em suas mãos. Aqui, entra uma espécie de gerenciamento de prioridades: jogadores mais cuidadosos podem não obter recompensas altas, mas ao menos conseguirão voltar para casa com alguns itens. Já aqueles que se arriscarem provavelmente obterão itens de maior valor, mas correm o risco de perder tudo ao entrar em uma sala povoada por inimigos fortes.

Outro inimigo do jogador é o tamanho de seu inventário: além dos cinco itens em suas mãos, há mais 15 espaços em sua mochila. Isso exige uma dose de gerenciamento e desapego, já que é preciso deixar itens para trás com frequência.

Uma vez que a exploração chega ao fim, o jogador pode voltar à vila usando um item mágico - há mais de um tipo deles, sendo que um específico permite voltar exatamente para o andar que você parou.

Quando entra em ação o seu lado vendedor, será necessário expor os itens em espaços específicos de sua loja e estabelecer o preço cobrado por cada um deles. Aqui, é na base da tentativa e do erro: será preciso observar as reações dos compradores e ajustar o preço de acordo com um valor que possa ser considerado justo.

Outro ponto que merece atenção é a presença de ladrões. Eventualmente um deles entrará em sua loja e tentará roubar um item. Cabe ao jogador identificar o meliante e pará-lo.

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Moonlighter tem visão de cima como os antigos Zelda
Imagem: Divulgação

Desafio na medida

"Moonlighter" tem uma jogabilidade simples, mas desafiadora. Isso vale, especialmente, se o jogador seguir o conselho do game e jogar no modo difícil. A câmera adota um ponto de vista "do alto", similar ao visto nos "The Legend of Zelda" clássicos.

Há basicamente três botões, dois de ataque e um de rolamento. Os dois primeiros dispensam explicações, mas o rolamento é usado tanto para se esquivar de inimigos quanto para transpor armadilhas do cenário.

Os ataques, por sua vez, variam de acordo com a arma utilizada. Com uma espada e escudo, por exemplo, o jogador usa o botão de ataque simples para atacar e o de ataque especial para defender. Já com uma espada grande, o botão de especial permite dar um ataque giratório que pode ser carregado para um dano maior.

Os já citados gráficos trazem uma arte cuidadosa e bem feita, o que dá carisma ao jogo. As músicas seguem o mesmo rumo, ajudando a compor a atmosfera das aventuras.

A história do game em si não é longa - pouco menos de dez horas são necessárias para terminá-la - e os diálogos estão em português do Brasil, ainda que com alguns errinhos de escrita. Mesmo assim, "Moonlighter" acaba sendo um game infinito, já que ele permite que o ciclo de "explorar masmorras e vender os itens obtidos" se perpetue até o jogador enjoar. E, com mapas aleatórios, isso deve levar um bom tempo para acontecer.