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Estes estúdios da Microsoft podem virar o jogo na próxima geração do Xbox

Os consoles da Microsoft: "Xbox One X" e o "Xbox One S", que ganham muitos jogos regularmente - Divulgação/Microsoft
Os consoles da Microsoft: "Xbox One X" e o "Xbox One S", que ganham muitos jogos regularmente Imagem: Divulgação/Microsoft

Do GameHall

06/02/2019 04h00

Durante a sétima geração, a Microsoft não só competiu de igual para igual com a Sony, como também liderou a corrida durante boa parte do tempo, sendo ultrapassada somente no final. O Xbox 360 foi recheado de títulos e serviços importantes e quebrou diversas barreiras para a marca. Com a chegada da oitava geração, a expectativa era que o Xbox One conseguisse ir ainda mais longe e quem sabe até vencer a concorrência no número final de vendas, chegando em mercados onde a marca ainda não conseguia penetrar, como o Japão. A realidade no entanto foi outra.

Com problemas graves no lançamento, como a inclusão do Kinect no pacote do console - o que deixou o produto final mais caro que o do concorrente - e políticas que foram desaprovadas pela comunidade, como a decisão inicial de manter o console o tempo todo conectado a internet, o Xbox One saiu muito atrás em um período onde os exclusivos ainda não importavam e acabou por afundar boa parte dos planos de médio prazo da empresa para a geração.

A crise chegou ao ápice quando o comando da divisão Xbox foi trocado, trazendo Phill Spencer como novo comandante do navio verde. Com uma visão totalmente diferente para o futuro da marca, Spencer criou um sistema integrado entre seus dois ecossistemas que antes eram separados, a Windows Store e a Xbox Live, criando o agora estabelecido "Play Anywhere", que permite jogar os jogos do Xbox em ambas as plataformas. O novo CEO não embarcou de imediato na onda da realidade virtual, mas foi com tudo na criação de um sistema de passe que permite aos jogadores pagarem mensalmente para ter acesso à uma biblioteca enorme, que também inclui os  lançamentos exclusivos no primeiro dia, o também já vitorioso Xbox Game Pass. E por fim decidiu se aproximar das tecnologias de ponta do mercado com o poderoso Xbox One X.

Para se recuperar e fazer frente aos concorrentes ainda durante a oitava geração faltou um detalhe, os chamados exclusivos de peso. Com poucos estúdios próprios, a Microsoft acabou ficando apenas com as suas franquias tradicionais, que embora ainda sejam fortes no mercado, sozinhas não carregam mais o console. Spencer então decidiu abrir os cofres e ir ao mercado para trazer novos estúdios que serão o futuro da divisão.

Contrariando os boatos de aquisição de grandes estúdios já consagrados, o CEO focou em estúdios de tamanho médio com grande experiência de mercado com foco em inovação. Ao todo já são 13 estúdios que vão compor a linha de frente da plataforma e que prometem trazer uma competição dura na próxima geração, confira cada um deles:

The Coalition

Criada em 2010 com o nome de Zipline Studios, para desenvolver jogos para Facebook, esse estúdio canadense mudou de nome para Microsoft Vancouver em 2012, quando passou a produzir jogos para Kinnect. Pouco tempo depois, em mais uma mudança, passou a se chamar Black Tusk Studios.  Hoje o número de funcionários diretos da empresa já passam de 200 e com a responsabilidade pela franquia "Gears of War", que foi comprada da Epic, o estúdio finalmente passou a se chama The Coaliton.

Eles desenvolveram "Gears of War: Ultimate Edition" e mais recentemente o ótimo "Gears of War 4". Com a promessa de fazer mudanças enormes na franquia tanto em jogabilidade como na forma que a história será contada, o foco deles no momento é total em "Gears of War 5", que promete chegar ainda nessa geração, quem sabe em 2019.

Gears 5 - Reprodução - Reprodução
Gears of War 5 é aposta da Coalition ainda para essa geração
Imagem: Reprodução

Turn 10

Fundada em 2001, a americana Turn 10 sempre esteve com a Microsoft desde então. O estúdio é o responsável pela série "Forza" e por conta da sua especialidade ímpar e ótimos resultados com a série, deve se manter concentrada na franquia no restante dessa geração e na próxima.

Forza 7 - Divulgação - Divulgação
A Turn 10 continuará como responsável por Forza Motorsport
Imagem: Divulgação

Playground Games

A britânica Playground Games foi fundada em 2010 por ícones do desenvolvimento de jogos europeu. Na sua folha de pagamento se encontram veteranos da Codemasters, Criterion, Ubisoft e outras mais.

Desde a sua criação, ela vem em parceria com a Microsoft para lançar a série "Forza Horizon" com o auxílio da Turn 10. Entretanto, somente durante a E3 desse ano a MS anunciou que adquiriu o estúdio e que ele agora faz parte da equipe Microsoft Studios.

Embora tenha estado sempre ligado a jogos de corrida, o estúdio no momento está desenvolvendo um RPG de ação para a próxima geração. Foi anunciado recentemente que o novo escritório conta com mais de 200 funcionários. Embora o título ainda seja um mistério, o rumor é de que o jogo em questão seja ambientado no universo de "Fable".

Forza Horizon 4 - Divulgação - Divulgação
"Forza Horizon 4" é o exclusivo do Xbox com a maior nota da geração
Imagem: Divulgação

Undead Labs

A Undead Labs foi criada por Jeff Strain, ex-funcionário da Blizzard e tem como foco jogos com temática de zumbis. O primeiro jogo do estúdio foi "State of Decay", que embora falhasse em diversos pontos por conta do orçamento limitado, tinha uma premissa interessante e promissora.

O segundo lançamento foi a sequência "State of Decay 2". O jogo teve problemas com bugs, conexões no modo online e uma mecânica repetitiva no longo prazo, o que deixou um sabor amargo para os donos do Xbox. Com o anúncio da aquisição do estúdio pela Microsoft na E3 desse ano, a expectativa é que o futuro seja bem mais brilhante.

State of Decay 2 - Divulgação - Divulgação
"State of Decay 2" não atingiu os objetivos almejados, mas o estúdio promete bastante para o futuro.
Imagem: Divulgação

Rare

A Rare foi adquirida pela Microsoft em 2002 e desde então não conseguiu emplacar nenhum sucesso que chegue perto dos jogos que costumava fazer nos tempos de ouro da empresa. O lançamento mais recente da empresa foi "Sea of Thieves", que por conta da falta de conteúdo acabou desperdiçando um enorme potencial no seu lançamento.

Verdade seja dita, o jogo melhorou bastante com os diversos updates lançados ao longo do ano, o que além de criar uma base de jogadores maior, também rendeu ao título uma indicação de melhor jogo multiplayer na TGA (The Game Awards) 2018.

O futuro ainda é incerto para a empresa, que não será responsável por exemplo pelo novo jogo da série "Battletoads" e deve focar em "Sea of Thieves" até pelo menos o fim da geração.

Rare e Sea of Thieves - Divulgação - Divulgação
Sea of Thieves melhorou bastante, mas ainda está longe de ser o esperado da Rare.
Imagem: Divulgação

Ninja Theory

A Ninja Theory é hoje conhecida pelo desenvolvimento do recente "Hellblade: Senua's Sacrifice", mas o estúdio tem um passado recheado de ótimos títulos. Curiosamente, o primeiro título da empresa foi exclusivo para o primeiro Xbox lá em 2003. O jogo era o "Kung fu Chaos". De lá para cá o estúdio esteve envolvido em diversos projetos e foi responsável por jogos como "Heavenly Sword", "DMC: Devil May Cry" e "Enslaved".

Se com o pouco orçamento que tinham já conseguiram produzir jogos desse calibre, com o aporte da MS com certeza terão a oportunidade de fazer alguns dos melhores jogos da próxima geração.

Hellblade - Divulgação - Divulgação
Com jogos do calibre de "Hellblade", a Ninja Theory é uma das grandes aquisições da Microsoft
Imagem: Divulgação

Inxile

As duas aquisições mais recentes foram a Inxile e a Obsidian. Essa primeira tem na liderança Brian Fargo, que na saudosa Interplay foi o responsável por "Wasteland" e fez parte da criação do "Fallout" original.

A Inxile é focada em RPGs e é a responsável pelo ressurgimento dos CRPG nos computadores através dos financiamentos coletivos. Quando criou o projeto de "Wasteland 2", a empresa chegou a receber doações até mesmo do CEO da Razer Min-Liang Tan.

Com a aquisição pela MS, Fargo disse que a Inxile finalmente tem um teto para se proteger e que agora pode pensar somente em jogos e ter o aporte necessário para fazer o que sempre sonhou. "Wasteland 3" sairá em 2019, mas como já tinha sido prometido para o PS4, ainda não será um dos exclusivos da MS.

Inxile e Wasteland 3 - Reprodução - Reprodução
Os primeiros jogos da Inxile ainda serão multiplataforma
Imagem: Reprodução

Obsidian

A Obsidian assim como a Inxile tem o DNA da Interplay. Fundada em 2002, a empresa desenvolveu alguns dos melhores RPGs de todos os tempos. Na lista temos "Fallout New Vegas", "Neverwinter Nights 2", "Star Wars Knight of the Old Republic 2", "South Park: Stick of Truth" e mais recentemente os dois jogos da série de CRPG "Pillars of Eternity".

A empresa já está trabalhando em um novo jogo que será distribuído pela 2K, que se chamará "Outer Words", que se parece muito com a franquia "Fallout". Como o jogo também já estava em desenvolvimento, não será um exclusivo da Microsoft, mas o estúdio promete muito para a próxima geração.

The Outer Worlds - Reprodução - Reprodução
A Obsidian promete ótimos RPGs nessa e na próxima geração
Imagem: Reprodução

Compulsion Games

A Compulsion Games é a canadense responsável por "Contrast", um jogo com uma estética Noveau sensacional e "We Happy Few", que não atingiu os resultados esperados mas tem também uma ótima estética e premissa. Assim como as demais aquisições, esse estúdio terá pela primeira vez a chance de focar inteiramente nos jogos e deixar a parte de marketing e recursos para a Microsoft, o que faz toda a diferença na hora de desenvolver um grande jogo.

We Happy Few - Reprodução - Reprodução
A Compulsion Games mostrou potencial com "We Happy Few" e gerou interesse da Microsoft
Imagem: Reprodução

The Initiative

The Initiative - Reprodução - Reprodução
A The Initiative é um estúdio montado para produzir jogos AAA de peso
Imagem: Reprodução

A The Initiative foi fundada em Santa Mônica para a produção de jogos triple A com foco na inovação. O estúdio é dirigido por Darrel Gallagher, que fez parte da Crystal Dynamics e teve forte participação na franquia "Tomb Raider".

O estúdio anunciou que já está produzindo seu primeiro jogo e novidades devem surgir em breve, talvez na próxima E3?

343 Industries

Desde a separação da Bungie com a Microsoft, a responsável pela franquia Halo é a 343 Industries, que ganhou esse nome graças ao personagem 343 Guilty Spark da saga. O estúdio foi o responsável por "Halo 4", "Halo Legends", "Halo 5: Guardians" e também "Halo Wars", que embora tenham recebido boas notas nos lançamentos, ainda não chegaram no nível da trilogia da Bungie.

"Halo Infinite", o próximo título que está sendo desenvolvido pelo estúdio, promete quebrar essa barreira e ser uma das entradas mais memoráveis para a série. Para isso a MS reuniu um verdadeiro batalhão de desenvolvedores e está despejando caminhões de dinheiro para nada sair errado. O lançamento deve ficar para a próxima geração e ser um dos carros chefe do novo console.

Halo Infinite - Reprodução - Reprodução
"Halo Infinite" é a aposta da 343 que deve chegar na próxima geração
Imagem: Reprodução

Mojang

A Mojang é a responsável por "Minecraft", uma das febres maiores e mais duradouras da história recente dos jogos. A empresa está atuando em parceria com outros estúdios para adaptar o jogo ao "Holo Lens", um dos equipamentos de Realidade Aumentada da MS.

Com um faturamento enorme e uma base de jogadores fiel, o jogo ainda promete muito mesmo na próxima geração. Se o estúdio vai desenvolver um novo título ainda é um mistério.

Minecraft - Reprodução - Reprodução
"Minecraft" continua uma febre e promete novidades da Mojang para a próxima geração
Imagem: Reprodução

Microsoft Global Publishing

Além desses estúdios, a Microsoft também criou a Global Publishing, que é um estúdio suporte responsável por auxiliar os jogos exclusivos para Xbox que virão de estúdios secundários, como por exemplo "Battletoads" que está sendo desenvolvido pela Dlala Studios, ou a série "Ori", que é desenvolvida pelo Moon Studios.

Com toda essa estrutura e foco em criar jogos de qualidade, tudo aliado aos seus serviços que vem se destacando após o comando de Phill Spencer, a Microsoft tem tudo para igualar o jogo na próxima geração e brigar de igual para igual na dianteira.