Endless Ocean: Blue World

CLAUDIO PRANDONI
Da Redação

Conheça as maravilhas do oceano

O primeiro "Endless Ocean" sintetizou bem a filosofia do Wii de apresentar títulos que não são exatamente jogos - ao menos como os conhecemos de forma tradicional.

Carente de objetivos ou mesmo um enredo elaborado e intrigante, o game primava por um visual bonito e a possibilidade de explorar o fundo do mar, apreciando a beleza da flora e fauna local e obtendo informações sobre tudo isso.

Apesar de alguns objetivos darem certo senso de progressão à brincadeira, de maneira geral não havia desafio algum, ficando o tempo reservado mais para aprender sobre os peixes e outras criaturas e tirar fotos de tudo isso.

Esta continuação mantém a proposta original, mas evolui consideravelmente todos os aspectos, incluindo objetivos mais claros e um enredo competente. Ainda assim, é uma produção do tipo "ame ou odeie" que, caso não cative pelas qualidades já conhecidas, dificilmente atrairá a atenção de novas pessoas.

Mais desafios no fundo do mar

Em linhas gerais, a história de "Endless Ocean: Blue World" mostra seu personagem como um mergulhador com certa experiência que se junta a uma equipe de pesquisadores marinhos a fim de colher informações sobre uma lenda dos mares. De maneira inteligente o game usa um sistema de flashbacks, mostrando parte do objetivo alcançado e depois permitindo a você trilhar o caminho até lá.

Aventuras em águas profundas

A mecânica de exploração marinha permanece praticamente a mesma: aponte para tela para definir seu caminho, interaja com os animais dando comida ou tocando neles para obter informações e vasculhe todos os cantos para achar itens e ainda mais elementos para catalogar. Uma novidade é que agora há suporte ao Classic Controller, provendo esquema mais tradicional de comando. Ainda assim, ficou faltando uma opção com Wii Remote e Nunchuk, que provavelmente seria a mais prática, oferecendo movimento pela alavanca analógica e controle do ponteiro pelo Wii Remote - com o Classic Controller isso é feito pela alavanca analógica da direita, o que não é muito ágil.

Missões melhor definidas, um roteiro que progride de forma interessante e diversos lugares a explorar (incluindo partes da Amazônia) são algumas das melhorias na mecânica, mas uma outra se destaca: criaturas hostis. Em certos momentos a vida de seu mergulhador será colocada em risco pela presença de animais como tubarões e piranhas, e aí entra em cena o Pulsar, ferramenta similar a um laser que pode tanto acalmar bichos arredios como curar os que estiverem doentes - uma das novas atividades paralelas para ocupar seu tempo. Outro elemento que adiciona desafio é o estoque limitado de oxigênio, que se esgota ainda mais rápido em mares menos amigáveis, como os que tem águas geladas. Não há perigo real de levar um game over ou coisa do tipo, mas estes obstáculos atrapalham justamente a exploração, que é parte principal do game.

Presencie belezas no fundo do mar

Para completar, o novo "Endless Ocean" evolui também sutilmente o aspecto online. Anteriormente era possível mergulhar na companhia de um amigo e desenhar na tela mensagens para ele. Agora é possível tirar proveito do microfone Wii Speak, o que torna muito mais prática a brincadeira. Ainda assim, não há nenhum grande benefício no modo online, já que não é possível evoluir na história principal ou mesmo preservar os novos dados catalogados. Fica só pelo passeio mesmo.

Valem os mesmos comentários para a apresentação do game de maneira geral. O visual é fabuloso, recriando em detalhes os animais e a vegetação do fundo do mar e impressionando para os padrões do Wii. Ainda assim, modelos humanos e animações são bem simplórios e a falta de dublagem nos diálogos tira parte do brilho da produção assim como os controles desajeitados.