The House of the Dead 2 & 3 Return

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Parece que o inovador sistema de controle do Wii realmente ressuscitou o antiquado jogo de tiro com pistola, o chamado "rail-shooter", principalmente depois do grande sucesso de "Resident Evil: The Umbrella Chronicles" - e até mesmo do lançamento do acessório Zapper, que se assemelha a uma arma. A Sega, veterana no gênero, não demorou e tratou de juntar dois episódios intermediários de sua clássica série "House of the Dead", lançados anteriormente para o Dreamcast e para o primeiro Xbox, em um pacote com preço reduzido. É uma compilação sem maiores cuidados e ou extras, mas com jogos que ainda mantêm certo charme.

Atirando em zumbis

A saga "House of the Dead", como todo jogo de pistola, nunca primou pelo roteiro. Fortemente inspirados em "Resident Evil" e em todo tipo de filme de zumbi feito nas últimas décadas, os jogos sempre contavam com uma dupla de agentes em torno de investigações sobre experiências clandestinas que criavam todo tipo de monstruosidade para ser destruída à bala.

O grande barato da série é que seus jogos contam com múltiplos caminhos, que levam a eventos diferentes durante as partidas. Outros aspectos também são determinam como o final aparece, como qual jogador deu o último tiro no chefe final, qual foi a maior pontuação ou mesmo quantos continues foram utilizados. Sempre há coisas para descobrir e estratégias a traçar; são jogos bem mais avançados do que pode parecer a princípio, algo muito além de matar tudo o que se mexer - bem, exceto, os pobres reféns.

Dois por um

Infelizmente o primeiro jogo da série não foi incluído no pacote, o que é uma pena. Apesar de ser o elo mais fraco da franquia, ele apresentou a base para o universo dos jogos e serviria como uma boa introdução, apesar dos visuais claramente antiquados - principalmente se a Sega tivesse optado pela conversão para PC ou para Saturn.

Das duas conversões incluídas no pacote para Wii, "House of the Dead 2" é o mais divertido, pois foi o auge da série, com muitas ramificações na ação, segredos escondidos e alguns sustos bem pontuais. Já o terceiro capítulo, que nos arcades utilizava escopetas de plástico com recarga de bombeamento, como nas armas reais, é mais morno pelo grande poder de fogo das armas e a ação mais cadenciada, além de sofrer com a pior qualidade da transposição. Ambos os jogos trazem, além das versões originais do fliperama, modos diferentes - "House of the Dead 3" traz o "Extreme", com inimigos mais poderosos, menor poder de fogo de sua espingarda e a possibilidade de dar golpes com a arma.

Tecnicamente os jogos sofrem com o peso da idade e com a falta de interesse da Sega em tentar retocar alguma coisa. Parecem e soam como jogos de, respectivamente, dez e seis anos trás, portanto não se surpreenda. Também não espere encontrar modo para TVs widescreen ou scan progressivo. É um pacote tão simples quanto poderia ser. Para não dizer que a empresa não fez nada além de enfiar os dois jogos em um único DVD, foi criado um robusto sistema de calibragem de mira, talvez o mais preciso já visto no Wii até hoje. Pelo menos isto cai bem com dois dos melhores jogos de tiro que já passaram pelos arcades.