Monster Hunter Tri

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

"Monster Hunter Tri" é o mais novo capítulo da famosa série da Capcom que nasceu no Playstation 2, mas se tornou febre no Japão graças aos capítulos do PSP. A mistura de ação com coleta de itens coloca a saga em uma espécie de meio termo entre os tradicionais jogos de aventura da produtora e os MMOs, jogos online sem limite de jogadores, graças a uma enorme quantidade de coisas a realizar.

"Monster Hunter Tri" adiciona chefões, monstros, missões e itens na consagrada fórmula dos episódios anteriores. É um título que se divide entre as porções offline e online, com um interesse suporte ao Wii Speak, microfone proprietário da Nintendo, a ser usado nas partidas para até quatro jogadores.

Trailer de lançamento

No lado offline, a aventura é bastante direta e gasta pouco tempo com história ou desenvolvimento de personagens.

Funciona como uma grande sessão de treinamento para o modo multiplayer, que não é tão grande em escopo quanto em MMOs tradicionais, mas que vicia quase da mesma forma.

Tudo começa com a customização do herói e a apresentação da vila de caçadores, que serve como área central para conseguir missões (quests), realizar upgrades de armas, juntar seus troféus, troca de roupa, entre outras coisas. A partir dali, o usuário sai em busca de criaturas para enfrentar, com o intuito de coletar seus espólios.

A evolução de "Monster Hunter Trii" foge dos comuns ganhos de ponto de experiência e níveis vistos em RPGs, por exemplo. Aqui é preciso cumprir várias quests e coletar materiais de monstros e chefes caídos para adquirir equipamentos mais poderosos. Só com um armamento pesado é possível enfrentar o grande chefão da trama, o monstro marinho Lagiacrus, que serve para introduzir os novos cenários aquáticos.

Assim como os MMOs, boa parte da dificuldade está em enfrentar vários monstros repetidas vezes para recolher todos os itens necessários (ou ideais) para evoluir. É o sistema conhecido como "grinding" ou "farming", em que o jogador mata sempre os mesmos inimigos para ver o que pode ganhar. Não é algo necessariamente ruim já que as recompensas são variáveis, assim como os locais e os comportamentos dos oponentes, mas boa dose de paciência e muito tempo livre são essenciais.

Muitos monstros para caçar

No modo multiplayer, as coisas ficam mais interessantes graças ao trabalho de equipe. O sistema de conexão entre os jogadores funciona bem, ainda que o início seja um pouco confuso para formar o grupo e começar a jogar.

De qualquer forma, neste aspecto do jogo, há desafios exclusivos graças a um ranking que oferece novas missões gradativamente.

É com certeza o mais próximo de um MMO que um jogo de Wii já chegou.

A apresentação, dentro dos padrões do Wii, é bem interessante e conta com uma incrível variedade de itens, armas, armaduras e criaturas. Os visuais são bem ricos, com paisagens diversas, monstros de design criativo e um grande senso de exploração. O som não se destaca tanto, mas as músicas embalam os combates com eficácia.

Dentro de tais aspectos técnicos, talvez o que mais deixe a desejar é o sistema de controles que une o Nunchuk com o Wii Remote. A disposição dos botões é estranha, principalmente quando se tenta atacar com o sensor de movimentos e pressionar algum botão em seguida. O mais interessante é utilizar um controle clássico, especialmente para regular o ângulo de câmera e a movimentação do herói.