Muramasa: The Demon Blade

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Trailer cheio de cenas de ação

Misturando elementos da cultura e folclore japonês, "Muramasa - The Demon Blade" apresenta a história da princesa Momohime, possuída pelo espírito de um guerreiro, e o desmemoriado ninja Kisuke, e uma cruzada pelo planeta para livrá-la do ataque de demônios.

Com toques pontuais de RPG, visual caprichadíssimo e referências a clássicos como "Legend of Kage", "Castlevania", "Smash Bros." e até "Megaman", este jogo de ação lateral desenvolvido pela Vanillaware exclusivamente para Wii desponta direto para a seleção de melhores lançamentos do ano.

Ação frenética

A base de "Muramasa" é a ação tradicional com orientação horizontal, como em muitos games antigos das eras de 8 e 16 bits. Com toques de "Metroid" ou "Castlevania", algumas partes do cenário não são acessíveis logo de cara e é preciso encontrar espadas especiais que servem como chave para determinadas regiões. Aí entra uma pitada de "Megaman", pois tais armas devem ser conquistadas em duelos contra chefões - todos bastante originais e com recursos consideráveis que proporcionam lutas bem longas.

Dragões infestam o Japão feudal

Mas não é só. O jogo oferece um sistema de combate bastante interessante e com velocidade que lembra a série "Smash Bros.". Apesar dos poucos botões utilizados, as opções são várias como pressionar a alavanca do Nunchuck e o botão de ataque para desferir um ataque de baixo para cima ou segurar o mesmo botão e movimentar a manete para a direção desejada, criando uma corrida seguida de ataque que, inclusive, permite combos.

Certamente não é o jogo mais complexo do mercado, mas o esquema funciona e inimigos não faltam para colocar tais comandos à prova - com direito a alguns eventos especiais que não se acanham em enviar verdadeiras avalanches de oponentes ao mesmo tempo contra o jogador.

Depois de tudo isso ainda aparecem os elementos de RPG, como o ganho de níveis, a capacidade de forjar espadas novas (são 108 no total), adquirir equipamentos e até mesmo colecionar receitas culinárias que criam pratos para aumentar atributos que servem como moeda para a criação das armas.

Há tantos detalhes que o texto poderia render várias páginas, mas o importante é frisar que o jogo raramente se torna desinteressante ou trivial, ao contrário de alguns jogos de jeitão retrô lançados recentemente que simplesmente se limitaram a reutilizar fórmulas antigas sem injetar nada de novo ao pacote.

Visual singular

Espíritos malignos em terras geladas

"Muramasa" funciona bem em sua mecânica e características adicionais, já deu para entender. O mais bacana é que a apresentação é tão caprichada que serve até mesmo para disfarçar alguns pequenos deslizes do design de jogo. O melhor exemplo está no aspecto que consegue derrubar o ritmo da ação, que é o de ter que retornar a pontos do mapa para desbloquear acessos.

A jornada de volta geralmente é monótona, sem muito o que fazer a não ser correr e saltar por cenários que você já viu, mas os gráficos são tão detalhados e interessantes que essas horas se tornam ideais para apreciá-los com calma, longe dos combates frenéticos de antes.

A opção em manter os diálogos em japonês na versão americana também se mostrou acertada, pois combina bem com os temas do jogo e design de personagens e cenários. Com as legendas em inglês e textos aqui e ali, aumenta ainda mais a sensação de estar diante de um clássico de antigas eras do videogame, só que com um capricho técnico de dias atuais.