Rygar: The Battle of Argus

da Redação

"Rygar" é um clássico bem velhinho dos fliperamas, criado ainda na década de 80, quando dividiu espaço com outros populares jogos de ação com plataforma, como "Rastan", "Ghost and Goblins" ou "Shinobi". Por anos permaneceu no limbo e na memória dos jogadores saudosistas até que a Tecmo resolveu ressuscitá-lo em 2002, com um título inteiramente novo para Playstation 2.

Enfrente inimigos monstruosos

"Rygar - The Legendary Adventure" fez bonito. Conseguiu capturar o clima de fantasia e ação do antigo jogo, com uma apresentação 3D de primeira e o uso bacana do novo Diskarmor, a arma do herói que funciona como uma espécie de escudo preso a uma corrente. Com a boa aceitação, o que veio a seguir? Nada. A Tecmo abandonou a marca novamente até que no ano passado resolveu, em vez de investir em uma continuação, requentar o título do videogame da Sony para o Nintendo Wii. Hoje temos em mãos o mesmo jogo de seis anos atrás, com adições efêmeras.

Reciclando o antigo

A história de "Rygar - The Battle of Argus" é um mero pretexto para a ação, contanto com a velha fórmula de salvar a princesa, só que desta vez inspirada pela mitologia greco-romana. O herói do título encontra o tal Diskarmor e parte em busca de beldade, que foi raptada por Ícaro logo depois do ataque dos temíveis titãs.

Rygar utiliza o Diskarmor para enfrentar os inimigos, que nesta versão para Wii surgem em maior quantidade e com alguns modelos novos. Há três versões diferentes da arma que servem para propósitos distintos - como uma para atacar de longe e outra à queima-roupa - e que evocam diferentes criaturas míticas para ajudar. Há ainda um punhado de objetos que podem ser destruídos durante as lutas, chefes imponentes e um esquema de navegação no melhor estilo "Metroid", em que novas áreas são desbloqueadas depois que se consegue um determinado item ou equipamento.

Batalhas sangrentas

Tudo isso era muito legal em 2002, mas hoje não impressiona. Depois de um jogo como, por exemplo, "God of War", que apresentou um clima de épico cinematográfico, mecânicas precisas e um ótimo senso de exploração, o velho Rygar já não empolga. Perto da ação de Kratos, o game da Tecmo parece um pouco desengonçado e repetitivo, com vilões de padrões simples, mesmo utilizando os controles sensíveis ao toque para guiar a arma do herói. E a apresentação de "Rygar - The Battle of Argus" mostra os sinais da idade, com alguns modelos simplórios, câmera deficiente que dificulta as lutas e a navegação, além da falta de suporte a televisores widescreen e scan progressivo.

A única grande novidade digna de nota é a inclusão de um novo modo de jogo, batizado de Gladiator Mode. Nele o foco é somente no combate, em que se deve enfrentar ondas de inimigos por várias fases. Aqui o sensor de movimento parece ser melhor utilizado, pois não há muita preocupação com os cenários, só as lutas em si. Você mexe com o Wii Remote para balançar o Diskarmor e desferir golpes finalizadores, mas é algo que a logo mostra suas limitações, sem grandes combos ou movimentos especiais marcantes.