Topo

Super Mario Galaxy 2

24/05/2010 20h00

É incrível o talento da Nintendo para trabalhar com seu principal personagem, o intrépido Super Mario. O herói protagoniza dois dos principais títulos da história dos jogos eletrônicos, obras que revolucionaram de forma irrefreável a maneira como games são produzidos e apreciados pelo grande público - o "Super Mario Bros." original consolidou uma nova forma de fazer jogos em 2D enquanto "Super Mario 64" fez o mesmo por aventuras tridimensionais.

Toda essa história parecia ter encontrado expressão máxima em "Super Mario Galaxy", de 2007, para Wii. O título trouxe bons controles, visual lindo e uma trilha sonora orquestrada linda de arrepiar. Parecia uma combinação imbatível.
 

Veja os primeiros minutos de aventura

De forma curiosa, a Nintendo usa a mesma fórmula do primeiro game em "Super Mario Galaxy 2" e consegue impressionar e cativar de forma assombrosa. A nova jornada de Mario pelas galáxias é uma homenagem, uma ode aos mais de 30 anos da Nintendo como produtora de jogos eletrônicos. O jogo exclusivo de Wii consegue ser inovador e conservador em medidas tão iguais que até parece mentira.

"SMG2" foca naquilo que a Nintendo sempre foi boa em fazer, ou seja, proporcionar experiências com controles divertidos. Nada de enredo elaborado ou outras distrações: as diferentes mecânicas regem a aventura e cada fase é uma brincadeira nova com bugigangas das mais diversas. Jogar "Super Mario Galaxy 2" é como mergulhar em um baú de brinquedos e não ter hora para sair de lá de dentro.

Qualidade além da imaginação

A história é a de sempre: o vilão Bowser sequestra a Princesa Peach e o Super Mario vai no encalço do lagartão para salvar a mocinha. Para avançar nas fases, é necessário coletar estrelas, que podem ser obtidas das mais diversas maneiras - explorando cenários, vencendo minigames, derrotando chefes e assim vai.

A primeira grande diferença - e melhoria - de "SMG2" está logo no seu mapa. Em vez do ambiente aberto com várias fases para escolher a vontade temos um tabuleiro ao estilo dos jogos clássicos em 2D, usado também no recente "New Super MariO Bros. Wii". O sistema agiliza a ação e torna mais fácil ir de fase em fase, que são os verdadeiros pratos principais.

Adicionalmente, desta vez as galáxias são menores que no primeiro "SMG". Assim, cada missão dura menos, mas permite que o jogo ofereça uma maior variedade de estilos de jogo e também concentre mais desafios. Sim, "SMG2" é mais difícil que o predecessor, mas na medida: gamers menos habilidosos conseguirão terminar conseguindo um mínimo de estrelas necessárias, enquanto os ousados encontrarão dificuldade como não se via desde "Rainbow Ride" e "Tick Tock Clock", níveis finais de "Super Mario 64".
 

Veja novos poderes do herói

Os controles mantém a precisão e versatilidade de antes, mas é aqui que a Nintendo brilha de forma implacável. "SMG2" é quase um remix de toda a franquia do gorducho, já que ideias velhas e outras nem tanto se misturam e aparecem de formas novas e absurdamente inventivas. Por exemplo, uma das fases do mundo 4 é um castelo do Bowser dos mais tradicionais, como existe desde o primeiro "Super Mario Bros.", mas a Nintendo brinca tanto com a mudança de gravidade e perspectiva, colocando Mario para correr e pular pelas paredes e teto de um jeito tão fresco e empolgante que é impossível conter um sorriso de alegria.

Isso se amplia para os novos poderes. O Mario de rocha vira uma bola que corre sem parar, ocasionando um percurso de desafios ferrenho nas últimas fases. Já o power-up para criar nuvens que servem como plataformas dá chance para uma das melhores batalhas de chefes de toda a franquia, contra um robô no fim do mundo 5, injetando um senso de desafio como pouco se vê. A proposta do combate é simples, mas parece difícil de executar; em contrapartida o Super Mario é um herói versátil e seu novo poder o permite ir ainda mais além.

E essa é a palavra de ordem aqui: ir além. "SMG2" remixa como quer tudo que a série construiu nos últimos vinte e tantos anos. É revigorante, empolgante e inspirador. Poderia gastar linhas falando que os poderes especiais de Yoshi são também fabulosos e inteligentes, mas valem os mesmos adjetivos e entusiasmo. Some à receita a possibilidade de jogar com Luigi, uma inacreditável trilha sonora orquestrada ainda melhor que antes e um arroubo pontual de nostalgia que pega de surpresa e, acredite, emociona os veteranos enquanto também reafirma a genialidade da Nintendo como produtora - afinal, um design de fase de mais de 10 anos ainda funcionar bem hoje em dia não pode ser nada mais que talento.
 

Yoshi ajuda a explorar o espaço

Seria possível elogiar ainda mais "Super Mario Galaxy 2", porém tudo cai no mesmo argumento: o jogo faz tudo que o anterior fazia, mas com ainda mais qualidade e criatividade. Parece que, livre da responsabilidade de fazer a primeira aventura 3D do Mario para um console Nintendo, a equipe de produção conseguiu se soltar e deixar a imaginação rolar ainda mais livre - vale destacar, é a primeira vez que um videogame da Big N ganha dois jogos tridimensionais do herói.

Já se esperava uma aventura excelente de "Super Mario Galaxy 2", mas o resultado é muito acima de qualquer expectativa. Uma verdadeira lição sobre como fazer jogos em 3D, a síntese de toda a competência da Nintendo no ramo e um novo padrão estabelecido para games de plataforma.

Nota: 10 (Imperdível)