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Tenchu: Shadow Assassins

16/02/2009

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL
A série "Tenchu" nasceu em 1998 como uma franquia exclusiva do primeiro PlayStation. A mescla de temática oriental com controles de espionagem, o chamado stealth, gênero consolidado na época por "Metal Gear Solid" e, posteriormente, "Syphon Filter".

O passar dos anos não foi piedoso com a série e, ao contrário de um bom vinho, ela foi piorando e vendo desfilar versões que, se não pioravam, sequer acrescentavam algo de útil ao legado dos heróis Rikimaru e Ayame.

Em mais de uma década de história os direitos sobre os jogos de Tenchu passaram pela mão de outras duas produtoras, eventualmente assentando na From Software. Após incursões pífias nos portáteis e o criticado "Tenchu Z", título exclusivo para Xbox 360, a produtora deixou sob responsabilidade da Acquire, desenvolvedora do primeiro "Tenchu", a tarefa de reerguer o respeito dos ninjas.

Design limitado

Ninjas fazem justiça com as próprias mãos
Ao passo que os "Tenchu" anteriores primavam por um equilíbrio delicado entre ação e espionagem, "Shadow Assassins" abraça o lado sorrateiro, colocando os combates em segundo plano. O objetivo é atravessar os níveis incólume, sem que ninguém o perceba, eliminando inimigos no silêncio das sombras, na surdina, sem que ninguém perceba.

Sendo assim, a mecânica de jogo foi trabalhada para incluir elementos e recursos para que você se esgueire pelos cantos. Sombras ficam demarcadas em destaque como áreas de neblina, sinalizando que ali seu personagem fica praticamente invisível. A interação com o cenário é razoavelmente grande e permite manipular elementos a seu favor: apague as velas para criar sombras, empilhe caixas a fim de usar como plataformas e mantenha-se nos cantos e perto das paredes para se dependurar no teto e fugir de guardas.

O jogo usa a configuração de controles com o Wii Remote acoplado com o Nuchuk e praticamente todos os botões são usados para funções únicas. Pode soar confuso, mas os didáticos tutoriais no começo e o ritmo cadenciado ajudam a memorizar e usar os comandos corretamente. O sensor de movimento se faz presente, mas de forma mínima. Serve para deslizar rapidamente pelas sombras e realizar movimentos de finalização quando executando inimigos - algo que remete a "No More Heroes".

De maneira geral, e novamente, Shadow Assassins lembra um "Metal Gear Solid" com temática ninja, aliado ainda de um enredo sério e maduro, todos esses elementos raros de se ver no Wii. O problema é que enquanto o conceito é maravilhoso a execução carece de certa polidez.

O mais fundamental é a limitação de possibilidades. "Shadow Assassins" lhe oferece uma série de armas e instrumentos distintos, mas só admite uma maneira de atravessar os níveis. Mesmo empregando criatividade e métodos ensinados pelo próprio jogo, a derrota é inevitável até que você descubra exatamente como o jogo quer que você prossiga. Prova cabal da falha: ao acionar a visão de câmera livre, surge também um espectro de passos lhe indicando para onde seguir, mas não raro a tal dica lhe prega uma peça e se revela uma péssima opção. Frustrante, para dizer o mínimo.

Outro elemento absolutamente enervante é o combate. Ao se defrontar com um inimigo, a perspectiva muda para primeira pessoa e controla-se a espada do herói movimentando o Wiimote. A posição a ser mantida é exibida na tela, mas o tempo para executá-la é pouco. Pior: por vezes, mesmo que se realize o comando, o jogo não reconhece a tempo e você leva a bordoada, o que geralmente ocasiona em derrota e, claro, retorno para o começo da fase. Novamente, frustrante.

Competência visual

Apesar dos momentos irritantes, "Tenchu: Shadow Assassins" é um jogo prazeroso na maior parte do tempo. Mesmo oferecendo apenas uma solução para os problemas de cada fase, a maneira com que tudo acontece lhe dá uma sensação de liberdade e engenhosidade recompensadora.

Além disso, as próprias mecânicas instigam, principalmente a questão de se esconder nas sombras. Logo se torna automático entrar em um lugar e procurar pelas velas para apagar ou um lugar alto para se esconder, provando que a sensação de imersão é boa.

Ninjas fazem justiça com as próprias mãos
O visual está dentre os mais bonitos do Wii, mais por mérito de design e um tanto quanto de malandragem. Por exemplo, os guardas inimigos são idênticos na maioria das vezes - trata-se exatamente do mesmo modelo poligonal. Essa parte técnica é complementada por dublagem competente e músicas de timbres e instrumentos tipicamente orientais, o que ajuda a reforçar ainda mais a temática.

Além da aventura principal com cinco extensas missões que compreendem toda a história do jogo, "Shadow Assassins" apresenta também um modo de missões alternativas que se assemelham demais com as VR Missions dos primeiros "Metal Gear Solid". Consistem de níveis curtos e rápidos nos quais são testadas habilidades básicas. A dificuldade é progressiva e, completando todos, abrem-se alguns dos segredos do game.

CONSIDERAÇÕES

Apesar do design de fases limitados e os controles um pouco ultrapassados, "Tenchu: Shadow Assassins" prima por oferecer uma experiência de jogo sólida, divertida e imersiva. Além disso, ainda oferece um lindo visual e trama elaborada, regada a política e violência, algo difícil de se encontrar no console branco da Nintendo.

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    GALERIA

    Tenchu: Shadow Assassins (Wii)

    26 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Acquire
    Lançamento: 03/02/2009
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: PSP
    RecomendadoAvaliação:
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