"The Conduit" foi um projeto bastante arriscado da High Voltage, estúdio até então conhecido mais pela série "Hunter: The Reckoning" na geração anterior e por algumas adaptações de filmes.
A empresa resolveu bancar o jogo de forma independente, sem o apoio de nenhuma grande publisher, tudo graças aos lucros sobre os royalties de seu novo motor gráfico, o Quantum3 - que conseguiu adicionar efeitos de consoles mais poderosos no Wii e exibir texturas e luzes mais complexas.
Assim, "The Conduit" se tornou uma grande demonstração tecnológica para a High Voltage em algo que chamou logo a atenção de grandes empresas. A Sega correu na frente e conseguiu um contrato de distribuição, automaticamente transformando o game em um dos mais esperados pelos fãs da plataforma da Nintendo nos últimos meses.
Invasão alienígenaA história, assim como outros pontos principais de "The Conduit", não aposta muito em criar situações novas e apela para clichês. No entanto, não parece ser o caso de falta de empenho por parte da equipe.
A sensação que se tem é que o time tentou reunir elementos de vários clássicos do gênero de tiro em primeira pessoa para provar que o Wii é capaz de oferecer uma experiência proporcionalmente semelhante a games como "Halo" ou "Resistance", marcas famosas do Xbox 360 e Playstation 3.
O herói da aventura é o agente Michael Ford, recrutado por uma organização secreta conhecida como The Trust para tentar evitar uma grande invasão alienígena em Washington. Como o plano de contenção dá errado, o caos toma conta das ruas, ampliado por uma série de atentados misteriosos e a proliferação de uma doença desconhecida. Em meio a tudo isso, Ford precisa encontrar uma maneira de salvar o dia.
Reviravoltas fazem parte do roteiro, mas não da mecânica. "The Conduit" é um jogo bastante linear, daqueles que se preocupam basicamente em colocar vários inimigos entre o jogador e a porta da saída. Embora os modelos de monstros sejam limitados, o arsenal decente e o uso do inovador equipamento ASE - um gadget que faz desde scan de paredes a hacks de computador - tornam esta galeria de tiro de luxo bastante divertida.
Controles personalizáveisO grande trunfo de "The Conduit" reside na apresentação. Primeiro nos geniais controles, que são todos personalizáveis e proporcionam grande profundidade. Você move o personagem com o Nunchuk e usa o Wii Remote para mexer a câmera e atirar, mas é possível ajustar desde a velocidade dos movimentos ao campo de mira. É um dos melhores esquemas do mercado e deve virar referência para o console.
Claro, também impressionam os visuais e o áudio do game. Se você possui um Xbox 360 ou Playstation 3 provavelmente não encontrará nada demais, mas há uma notável melhora nos gráficos em relação aos concorrentes no Wii. Efeitos de raios, borrões de movimento e reflexões nos cenários, raramente vistos na plataforma, aparecem aos montes aqui e causam grande impacto entre os fãs do aparelho da Nintendo. O mesmo vale para o som, com dublagem impecável e uma trilha bastante complexa, que embala a ação do início ao fim com notável sensibilidade.
O multiplayer é outro aspecto que merece elogios. "The Conduit" suporta partidas online através da Nintendo Wi-Fi Connection para até 12 jogadores simultâneos. O pacote conta com cerca de vinte armas e sete mapas, a serem utilizados em uma grande variedade de modos, que vão desde o gigantesco mata-mata Marathon a modalidades clássicas como Capture the Flag. Donos do Wii Speak, o microfone do Wii, também podem utilizar o acessório para se comunicar com os amigos durante a partida - adicionados, é bom lembrar, através do desajeitado sistema de Friend Codes.
CONSIDERAÇÕES
"The Conduit" é uma ótima pedida para os fãs de jogos de tiro em primeira pessoa, especialmente se notarmos que o Wii geralmente não recebe tantos games do gênero quanto seus concorrentes mais poderosos. Embora não tente inovar no design ou contar uma história original, o título cativa pelo excelente acabamento que conta com um avançado sistema de customização de controles, multiplayer robusto e apresentação repleta de efeitos complexos.