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Brothers in Arms: Hell's Highway

03/10/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Desmembramentos e decapitação
A série "Brothers in Arms", nascida em 2005, talvez tenha chegado um pouquinho tarde na briga por um lugar ao sol, vide a concorrência acirrada de outras mais famosas como "Medal of Honor" e "Call of Duty" pelo inesgotável filão dos jogos de tiro ambientados na 2ª Guerra. Seu diferencial, de unir o comando de esquadrões, ao melhor estilo "Rainbow Six", a uma narrativa mais forte e complexa, também não ajudou, dividindo o público entre aqueles que gostaram da ação mais cadenciada, presa à história, e outros que acharam a fórmula enfadonha.

De qualquer forma, ainda que uma franquia menor no filão, uma base de fãs foi estabelecida, garantindo a continuação da trama principal em outros jogos. Como é o caso deste "Hell's Highway", que volta a explorar a figura do Sgt. Matt Baker, que sofreu horrores no original, "Road to Hill 30", e que agora enfrenta as conseqüências.

História densa

A palavra de ordem do jogo parece ser drama. Mesmo com os avanços da tecnologia, que dão as produtores mais ferramentas e recursos para contar uma boa história, ainda é difícil encontrar games com um roteiro tão bem escrito quanto deste "Hell's Highway", de longe seu maior trunfo. Isso deve-se ao fato de que, como os anteriores, o enredo se baseia em histórias reais. Na franquia, até mesmo os soldados são reproduzidos fielmente.

Agora Baker e sua companhia são designados para participar da mal-sucedida Operação Market Garden, elaborada pelo marechal Montgomery para capturar pontes de locais estratégicos nos países baixos, então dominados pelas tropas nazistas. Assim, acompanhamos o sargento em sua aventura, desde o início da missão até o momento em que as tropas aliadas são encurraladas no caminho entre as cidades holandesas de Arhem e Eindhoven, que foi batizado como "estrada para o inferno", justificando o subtítulo do game.

Já desgastados pelas batalhas anteriores, Baker e seus soldados logo demonstram instabilidade e o protagonista até mesmo passa a ser assombrado por aparições de companheiros mortos. Sob uma constante pressão, é fascinante ver o contido herói se quebrar aos poucos, assim como outros personagens secundários, em um roteiro que sabe equilibrar momentos sensíveis, como uma confraternização antes do combate, aos de pura brutalidade, quando homens presenciam colegas serem feitos em pedaços pelo inimigo.

Apresentação inconsistente

O poder das bazucas e metralhadoras
Enquanto o script se apresenta como o ponto alto do jogo, se mostrando coeso e amarrado, o mesmo não se pode dizer da apresentação e mecânica, que surgem de maneira bem inconsistente. Apesar de trazer controles bastante clássicos, há esquemas de controles variados à disposição, alguns imitando os de "Halo" ou "Call of Duty", para ser acessível a todos rapidamente. A diferença é que, embora ele consiga imitar outros concorrentes, sua ação é muito mais cadenciada, daqueles que forçam o jogador a se esconder para atirar nos momentos certos e gerenciar seus colegas.

Na maioria das vezes, tudo funciona bem, com uma inteligência artificial bastante razoável. Há barreiras como portas ou sacos de areia que podem ser destruídos, obrigando os soldados a mudarem de posição constantemente. Durante esta movimentação, você também tem que pensar rápido para mandar uma equipe atirar com uma bazuca, por exemplo, antes que todos sejam encurralados pelas forças inimigas.

Mas há também alguns momentos bastante irregulares, às vezes irritantes. É decepcionante designar alguma tarefa ao companheiro e, por motivos misteriosos, ele tentar sempre tomar o caminho mais curto, não se importando em passar na frente do fogo ou acabar agarrado em alguma parte do cenário. Quando isto não acontece, há ainda a possibilidade de alguém mirar em uma determinada direção e o tiro atingir outro ponto, entre vários outros bugs simplesmente bizarros.

Modelagem dos personagens
Embora o áudio seja de primeira, os gráficos também patinam bastante entre o belo e o estranho. A impressão que se tem é que o jogo foi concebido originalmente para videogames da geração anterior e acabou recebendo algum verniz para se adaptar aos tempos atuais. Há uma paleta de cores incômoda, deixando os personagens avermelhados, meio cartunescos às vezes, acabando com o clima de certas tomadas. Alguns elementos do cenário surgem de maneira pouco convincente, como a grama e outros detalhes, que tem um visual 2D simplesmente horrendo, que lembram aquelas "torcidas de papel" de jogos de esporte antiquados. Mas há também alguns efeitos interessantes, como os de estilhaços dos elementos destrutíveis ou o desmembramento de soldados, que chamam bastante a atenção e quase distraem nossos olhos de outras partes mais rústicas da composição visual.

O multiplayer talvez seja o ponto que mais perde com tais inconsistências, uma vez que a apresentação irregular se torna bem mais pobre para suportar 20 jogadores, e os modos de jogo são bastante burocráticos. Embora funcione como deveria, não tem apelo algum nos dias de hoje, principalmente diante de uma concorrência muito mais eficaz e sofisticada, como "Call of Duty 4", por exemplo.

CONSIDERAÇÕES

"Brothers in Arms: Hell's Highway" é o típico produto que funciona para aqueles que curtem jogos de tiro ambientado na 2a Guerra e não têm aquela ansiedade de pular as cenas de diálogo a todo instante. A história é muito boa, com um desenvolvimento cinematográfico, mas tecnicamente o jogo decepciona, com visuais inconsistentes e vários bugs. Em tempos mais calmos, seria uma boa pedida para passar o tempo, mas com a temporada de grandes lançamentos chegando, provavelmente não terá a oportunidade de ganhar espaço para tentar conquistar novos fãs.

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    GALERIA

    Brothers in Arms: Hell's Highway (Xbox 360)

    70 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Gearbox
    Lançamento: 23/09/2008
    Distribuidora: Ubisoft
    Suporte: Cartão de memória, Xbox Live
    Outras plataformas: PC PS3
    RegularAvaliação:
    Regular

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