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Xbox 360

Bullet Witch

12/03/2007

HENRIQUE SAMPAIO
Colaboração para o UOL
Embora "Bullet Witch" tenha sido lançado há pouco nos EUA, chegou ao Japão em meados de 2006, o que faz dele um título da primeira geração de jogos para o Xbox 360. Seu atraso de quase meio ano para a chegada ao ocidente lhe custou um preço alto: por se tratar de um jogo de ação em terceira pessoa, são inevitáveis as comparações a "Gears of War" e "Lost Planet". E nessa briga, a sensual bruxa que protagoniza o título perde de nocaute.

Contudo, "Bullet Witch" não é dispensável. Embora seja um jogo de tiro como seus concorrentes, "Bullet Witch" tem seu charme e seus diferenciais, como um universo pós-apocalíptico, criaturas incrivelmente grotescas, magias destruidoras e muito humor negro.

Zumbis do futuro

A interessante seqüência de abertura do jogo remete ao holocausto. Em meados de 2015, a população da Terra é dizimada pela chegada de um exército de demônios, literalmente. Carregada de armas de proporções exageradas, que mais se parecem com guitarras, a bruxa (do bem) Alicia se vê diretamente ligada ao fatídico evento e parte para um confronto. Apesar do clichê, a (pouca) história torna-se envolvente no decorrer do jogo, quando Alicia se alia ao exército e cria um tênue laço de amizade com um general.

"Bullet Witch" segue uma mecânica diferente da maioria dos jogos de tiro recentes, com seis longas fases extremamente lineares e ausência total de itens espalhados pelos cenários, como kits de energia ou munição, para que você mergulhe de cabeça na ação. Contudo, a imensidão dos cenários não só obriga o jogador a perder muitos minutos correndo (infelizmente, a bruxa não voa em vassoura), como também confunde, sem deixar claro para onde ele deve ir, quebrando bruscamente o ritmo da ação.

As fases também possuem barreiras de diferentes cores, que só podem ser ultrapassadas após o jogador derrotar uma criatura específica que a controla - um ser bizarro, cujo corpo fica pendurado por um cérebro gigante flutuante, capaz de manipular quaisquer objetos ao redor e lançá-los contra você.

A ausência de um sistema de mira automática dá ao jogo um estilo mais 'old school', lembrando o clássico "MDK". Além do rifle, da metralhadora e da espingarda, Alicia possui magias bastante satisfatórias e é capaz de invocar um bando de corvos para atrapalhar seus inimigos, empalar demônios com lanças que saem do chão, arremessar carros e outros objetos com o poder da telecinésia e mais.

Ao final de cada fase, o jogador recebe uma quantidade de pontos de acordo com sua performance. Com tais pontos, ele pode "comprar" proficiência em determinadas habilidades (através de menus muito bonitos) ou, até mesmo, aumentar a taxa de regeneração de energia ou mana, elemento usado nas magias. A média de horas para o término do jogo é curta: são seis fases, de aproximadamente uma hora cada. Contudo, o jogo permite que você inicie uma nova aventura mantendo a evolução de Alicia, o que é muito bem vindo, visto que não é possível elevar todos seus atributos em apenas uma rodada.

Bruxa pirotécnica

Comparado aos títulos citados no começo do texto, uma coisa é certa: "Bullet Witch" é o mais pirotécnico dos três. No decorrer da aventura, o jogador ganha magias capazes de destruir cenários inteiros. Para exaltar o poder destrutivo destas, há até mesmo animações curtas de invocações à "Final Fantasy".

Nos momentos finais do jogo, por exemplo, ao invocar uma chuva de meteoros, prédios inteiros vão ao chão, deixando apenas escombros e pedaços de concreto amontoados pelos cenários. Observar os gigantescos edifícios do mundo pseudo-futurista do jogo sendo destruídos, enquanto você se afasta para não ser engolido pelas nuvens de fumaça que se formam é, sem dúvida, uma experiência memorável. Contudo, a magia acaba após ver pedaços de concreto ou madeira quicando incessantemente no chão, graças à física conflituosa.

Outro dos grandes prazeres proporcionados por "Bullet Witch" são as batalhas contra chefes, a maioria deles de proporções colossais. Em um momento, por exemplo, Alicia deve combater uma espécie de peixe-zumbi voador de cima de um avião em pleno movimento, enquanto a criatura espele olhos voadores de seu corpo, que não só atacam Alicia mas também tentam derrubar o avião. Sem dúvida, um dos momentos mais absurdos, intensos e divertidos já proporcionados pela nova geração.

Se a ação, em geral, fosse intensa como nas batalhas contra chefes, "Bullet Witch" seria um excelente jogo. No entanto, cai na repetição graças à pouca variedade de inimigos e situações. As magias e o nível de destruição dos cenários deixam o game muito mais interessante, mas não o suficiente para suprir a falta de variedade da ação.

O belo e o feio

Graficamente, "Bullet Witch" tem seus altos e baixos. A primeira coisa a ser observada no jogo é o aspecto levemente serrilhado das bordas dos objetos e personagens, algo inaceitável para um jogo pós-"Gears of War". As sombras são, provavelmente, o elemento mais mal trabalhado do jogo inteiro: elas aparecem repentimanente e não conseguem reproduzir a silhueta perfeita do objeto ou personagem, ficando, na maioria das vezes, deformada. Outro defeito da geração passada claramente encontrado aqui são os cenários que são construídos conforme você o percorre. Para compensar, pelo menos, não há limite de horizonte, sendo possível observar cidades e montanhas a longas distâncias.

Apesar dos defeitos, o jogo traz alguns cenários belíssimos e extremamente vastos, como uma cidade entupida de prédios quilométricos, cujas janelas refletem perfeitamente a luz da lua e outros detalhes que compõem um universo rico. Muitos dos inimigos são híbridos de humanos e demônios e possuem uma modelagem muito competente, com destaque para as texturas orgânicas. Há também gigantes que, quando mortos despencam como árvores em queda e causam um grande impacto. No entanto, a pobre inteligência artificial dos inimigos não se iguala ao capricho visual. As seqüências de animação em tempo-real também possuem momentos de qualidade impressionante, que só pecam pela má sincronia labial.

Velha geração

Apesar de sua boa intenção, "Bullet Witch" apresenta diversos problemas, principalmente no quesito gráfico. Se fosse lançado antes de "Gears of War" ou "Lost Planet", teria ganhado um destaque muito maior, mesmo com seus defeitos. Hoje, é um jogo apenas mediano para o console da Microsoft.

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    Bullet Witch (Xbox 360)

    236 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Cavia
    Lançamento: 27/02/2007
    Distribuidora: AQ Interactive
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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