Castle Crashers

Embora o mês de julho tenha sido fraco na quantidade de lançamentos nas prateleiras, os donos de um Xbox 360 não podem reclamar de marasmo. A Microsoft agiu de maneira esperta e conseguiu suprir a falta de grandes títulos com uma ótima seqüência de jogos disponibilizados pela Xbox Live Arcade. "Braid", "Geometry Wars: Retro Evolved 2" e "Galaga Legions" garantem horas de diversão, além do multiplataforma "Bionic Commando: Rearmed", e "Castle Crashers" chega para fechar com chave de ouro este mês marcante e decisivo para o serviço de distribuição digital da plataforma.

Pancadaria à moda antiga

Criado pela The Behemoth, a mesma responsável pelo cultuado "Alien Hominid", "Castle Crashers" é um jogo de pancadaria à moda antiga. Como em clássicos como "Golden Axe", "Knights of the Round" ou "Teenage Mutant Ninja Turtles: The Arcade Game", você anda pelos mais diversos estágios, coletando itens e armas enquanto desce o braço em uma legião de inimigos.

É uma mecânica simples, já fora de moda, que ganha nova vida graças uma abordagem genial, que mistura visuais de desenho animado, bom humor, muitos itens, personagens secretos, toques de RPG, multiplayer online e várias outras minúcias. Estes elementos somados acabam potencializando o charme deste antiquado estilo, o que o torna irresistível especialmente para os veteranos.

Estes já se empolgarão com a tela de seleção de personagens, que evoca os fliperamas do estilo, com a tela dividida em quatro partes, uma para cada jogador. Ali é possível escolher seu avatar, cuja cor corresponde a um elemento que ele pode controlar, como fogo ou eletricidade, ativado como poder especial durante as lutas. Além desta habilidade especial, é possível desferir ataques fracos e fortes, se defender, emendar combos que são ampliados à medida que sua experiência aumenta, e trocar de armas - que oferecem bônus ou penalidades em um estilo que lembra o RPG de mesa "Dungeons & Dragons".

A ação, ao contrário do que se imagina, não é linear. Ao terminar cada estágio, é possível vagar por um mapa para refazer fases já completadas para ganhar mais pontos de atributos, explorar outros caminhos ou até mesmo visitar o ferreiro da região, que guarda suas armas e outros itens. Há ainda muitas outras passagens que diversificam a ação, com o uso de uma arena ao melhor estilo Roma antiga, o uso de animais de montaria e até mesmo algumas perseguições em alta velocidade.

O interessante é que mesmo ao terminar a curta campanha principal, há vários incentivos para continuar jogando, seja para habilitar outros personagens secretos, encarar lutas na arena ou participar de um minigame cujo objetivo é comer frutas mais rápido que os oponentes - algo que lembra, de certa maneira, a fase de bônus "Test Your Might" do primeiro "Mortal Kombat".

Retoques modernos

Com as muitas melhorias e variáveis na mecânica, "Castle Crashers" já deu novo gás ao estilo, que ganha ainda mais apelo graças aos visuais modernos e bacanas. Tudo parece como um desenho animado feito à mão, com design simples e carismático. Os personagens são bastante expressivos, com cores vibrantes e uma animação fluida. O som é um pouco mais fraco, talvez propositadamente envelhecido pelo uso de melodias simplórias que lembram jogos da era de 8 e 16 bits. É um conjunto único, interessante, que chama a atenção e agrada jogadores de todas as faixas etárias e estilos.

Além da apresentação, o multiplayer online é um extra importante que torna a experiência mais próxima dos clássicos dos fliperamas, uma vez que torna mais fácil reunir os amigos numa mesma partida. É até estranho jogar ao lado de três pessoas e reviver momentos de caos total, com todo mundo preso na mesma tela, batendo no que se mover. Pena que os servidores, talvez devido a um sucesso acima do esperado, estejam sofrendo desconexões constantes; em horas de menor movimento, com jogadores de latência similar, tudo funciona bem e sem maiores problemas.