Deca Sports Freedom

RODRIGO GUERRA
Colaboração para o UOL

Entre os primeiros jogos de qualquer plataforma sempre existe um que pode ser considerado o "patinho feio", aquele jogo que não convence nem mesmo o mais entusiasta. Em raros casos, o game consegue surpreender e passar uma boa impressão, mas isso não aconteceu com "Deca Sports Freedom" que se resume como uma péssima coletânea de esportes sem inspiração.

Quando navegar pela interface do jogo se torna uma tarefa hercúlea, o jogador já tem uma ideia do que está por vir - e é exatamente isso o que acontece nesse jogo. É fácil fazer escolhas erradas por acidente ou voltar incessantemente ao menu principal. Até mesmo quando existe apenas uma opção é difícil chegar a ela sem se irritar, pois o ponteiro desaparece, deixando o jogador 'cego' de raiva.

Falta de esportividade

São dez esportes disponíveis em "Freedom". As modalidades tênis, queimada, boxe e vôlei de praia são genéricas e as novidades também não agradam muito: paint ball, arco e flecha, kendô, mogul skiing, snowboard cross e patinação. Em quase todos existe algum tipo de erro no reconhecimento dos movimentos, deixando o jogador enfurecido.

Veja alguns dos esportes de "Freedom"

Os problemas começam em jogos simples como o tênis, que não consegue captar um movimento simples, confundido um backhand (movimento de rebater da esquerda para direita) com um forehand (girar o braço da direita para esquerda). Além disso, existe um grande atraso entre o movimento do jogador e a resposta do game, que pode acabar com uma bola mal colocada ou que simplesmente passa pelo atleta.

O mesmo problema acontece com a queimada, o jogo não consegue identificar a direção na qual a bola é arremessada e é necessário um movimento amplo para se esquivar das investidas dos adversários. É praticamente impossível agarrar os ataques feitos na direção do avatar. São falhas assim que mandam toda expectativa de diversão pelo ralo.

Até mesmo no simples jogo de patinação existem deficiências. A missão é simples: copiar a posição que é exibida na tela. Teoricamente isso é fácil, afinal, "Dance Central" é um game que faz exatamente isso e é muito divertido. Porém, as poses não são muito favoráveis e são difíceis de ser copiadas.

O arco e flecha é o único que oferece alguma precisão. O jogador deve esticar um braço para frente e flexionar o outro para trás, imitando a forma que se empunha a flecha, para então disparar no alvo. Este é o único esporte que consegue satisfazer o jogador e, francamente, é uma brincadeira bem boba se comparada com o mesmo esporte que aparece em "Sports Champions", para PlayStation 3.

No início de cada esporte, o jogador passa por um tutorial que deveria ensinar como jogar, porém as lições são muito superficiais e é necessário aprender "na marra" o que se deve fazer. Além disso, não existe nenhum tipo de retorno visual que explique onde e como o jogador errou. A única forma de aprender a fazer o exercício é ficar tentando e até entender o que é necessário fazer. Simplesmente frustrante.