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Shift 2 Unleashed

07/04/2011

RODRIGO GUERRA
Colaboração para o UOL
A palavra "simulador" geralmente causa um péssimo impacto para quem gosta de um jogo de corrida, mas não quer pensar em coisas como tangência, distribuição de peso e controle de aceleração. Jogadores "casuais" querem controles simples e condução mais óbvia como aconteceu em "Need For Speed: Hot Pursuit" e sentem até medo de nomes como "Gran Turismo 5" e "Forza Motorsport 3".

Entretanto, o estúdio Slightly Mad encontrou um caminho entre o game da Criterion e os pesos-pesados da física, fazendo com que "Shift 2: Unleashed" seja um simulador, mas com um gostinho arcade. Um bom exemplo desse meio termo está na forma como o game é apresentado ao jogador. Logo na primeira corrida é dado um Nissan GT-R para mostrar o que é a velocidade nua e crua em um traçado bem complexo, cheio de curvas e pontos de ultrapassagem escassos.

É com base no seu desempenho nessa pista que o jogo vai identificar a forma que você dirige - e é aí que ele mostra que pode agradar literalmente a todos os gostos. Se o jogador saiu da pista e fez curvas sem tangência, os níveis de assistência serão configurados para não deixá-lo frustrado. Por outro lado, se as manobras foram dignas de um campeão, serão feitos ajustes para dar o desafio certo para o corredor virtual.

Equipe UOL Jogos mostra o game de corrida


Ultrapassando limites

Independente da forma que você corre, uma coisa é clara: você vai gostar de "Shift 2". São mais de 100 carros no disco e dezenas de pistas reais à disposição, sem falar da excelente rede social Autolog, apresentada em "Hot Pursuit", que foi expandida para melhor se adequar ao jogo.

Começando com os carros, que contam com os modelos 'básicos' como o Wolkswagen Golf, Ford Focus e Renault Mégane, que são mais lentos, mas servem para ensinar como é que funciona o esquema de direção. Conforme novas classes e corridas são liberadas, mais bólidos vão dando as caras, como o Lamborghini Reventon, Mercedes-Benz SLS AMG e a nova belezinha dos salões do automóvel: o Bugatti Veyron 16.4.

O melhor de tudo é que essas máquinas são totalmente destrutíveis. O sistema de danos é o melhor já visto em um jogo do gênero, um passo adiante do que foi visto em "Hot Pursuit" e um tapa de luva de pelica na cara de "Gran Turismo 5" e "Forza 3". Uma simples batida na traseira pode desintegrar o aerofólio e os impactos mais potentes fazem peças voarem para todos os lados. As batidas são tão marcantes que apenas podem ser comparadas com a série "Burnout", que não usa carros licenciados - e sem o impedimento das montadoras que não gostam de ver danos realistas em seus bebês.

Veja a 1ª corrida do modo carreira
As pistas também não fazem feio e vão desde a Austrália, passam pelos EUA, Europa e chegam às ruas estreitas de Tóquio, tanto em traçados reais, quanto fictícios. Nomes como Spa Francoshamps, Monza e Nürburgring vão deliciar os fãs de Formula 1, mas também há os mais conhecidos pelos corredores da categoria Turismo, como Laguna Seca, Donington Park e Zolder. Todos eles com retas e curvas desafiadoras, sem falar que são representados nos mínimos detalhes, incluindo sujeira no traçado e efeitos de luz e sombra.

Mas é quando o sol se põe que o bicho pega, pois as corridas noturnas são motivos mais do que suficientes para ter "Shift 2" em sua coleção de jogos. Correr no breu da noite é uma sensação única que mistura emoção e medo, pois em alguns traçados quase não dá para ver quando uma curva está chegando. E quando se está na liderança é possível ver quando os adversários estão chegando apenas reparando na parte traseira do carro.

A excitação sai das pistas e é permeada também nos menus que são bem trabalhados e mostram o espírito de competição do game. Além disso tudo é intuitivo, como as melhorias que são mostradas em gráficos, a categoria e desempenho e sem falar em coisas mais estéticas como o menu de modo de jogo que vai deixar muita gente brincando ao flutuar ao redor de uma cena de batida.

Freada brusca

Por outro lado existe muito do que reclamar, como os pontos de save e de carregamento que travam os menus sem explicar ao jogador do que está acontecendo. Nas primeiras vezes é dada a impressão de que o jogo está travado devido à demora. As batidas ao mesmo tempo em que impressionam, também são irritantes. O fato é bem simples: nas colisões a visão fica borrada por tempo demais, se tornando uma desorientação em excesso

Esse fator é ampliado devido à agressividade excessiva dos pilotos controlados pelo computador. Não são raros os casos nos quais os adversários atropelam o carro do jogador só para tirá-lo da pista - o que torna o borrão das batidas ainda mais irritantes.

O game conta com um sistema de evolução bem interessante, porém tudo acontece de forma muito rápida. Um dos motivos para isso é a adição da experiência ganha por quebrar recordes de amigos no Autolog. Esse pequeno impulso pode parecer insignificante, mas ao terminar as primeiras corridas já é possível avançar para provas muito mais avançadas e desestimula correr em categorias menores.

O game tem um sistema de replays muito legal e que permite até fazer upload para o YouTube. Entretanto esse recurso é limitado a 10 segundos - o que, convenhamos, é muito pouco para fazer inveja para os amigos. A limitação é até compreensível, já que para fazer esse minúsculo vídeo leva cerca de três a cinco minutos, dependendo da velocidade de conexão.

A resposta dos controles depende do tipo de visão escolhida para dirigir. Enquanto o jogador utiliza as visões consideradas normais para os jogos de corrida (do cockpit, para-choque ou por trás do carro), os comandos são executados com extrema fluidez. Só que quando a visão vai para o capacete do piloto, a grande novidade do game, a impressão é que o carro fica mais solto, sem a sensação de peso e que dificulta ainda mais mantê-lo andando em linha reta. A novidade é boa, mas ainda precisa de ajustes.

Os elementos online seguem o mesmo padrão de "Hot Pursuit", porém com algumas ressalvas para a rede Autolog. Enquanto é possível ver quando os seus amigos ganham troféus e avançam na carreira em tempo real, a disputa perdeu o carisma, já que agora não é mais possível escrever mensagens personalizadas de desafio. Com isso, todas as interações ficam com cara "padrão", sem graça.

Nas corridas propriamente ditas é necessário prestar atenção que em muitas ocasiões a distância fica sensível. Com oponentes brasileiros quase não se sente atrasos, mas basta dar uma "esticadinha" para um competidor fora da nossa pátria para que a instabilidade apareça. E o pior é que quando isso ocorre, os adversários ficam invisíveis e intangíveis, sendo possível passar por dentro deles como se fossem fantasmas.

CONSIDERAÇÕES

"Shift 2: Unleashed" é um simulador de corridas fora do padrão. Ele se esforça para atender tanto quem não gosta do realismo exagerado, quanto pessoas que calculam a pressão dos amortecedores para fazer uma curva com a tangência perfeita. O game tem alguns problemas que arranham sua lataria, mas mesmo assim é um título que definitivamente deve estar na coleção dos jogadores que sentem um desejo incontrolável por velocidade.

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    Shift 2 Unleashed (Xbox 360)

    93 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Slightly Mad Studio
    Lançamento: 29/03/2011
    Distribuidora: Electronic Arts
    Suporte: 1 jogador, multiplayer online, cartão de memória
    Configuração mínima: Windows XP/Vista
    Outras plataformas: PC PS3
    RecomendadoAvaliação:
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