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Pro Evolution Soccer 2011

16/11/2010 09h09

Nesta última década, todo fim de ano foi marcado pela disputa entre "FIFA" e "Pro Evolution Soccer" (o antigo "Winning Eleven") como melhor série de futebol. Em 2010, o capítulo é dos mais interessantes, pontuado por uma excelente continuação da franquia da Electronic Arts e um grande e evidente esforço da Konami para buscar a liderança perdida.

"Pro Evolution Soccer 2011" ainda não consegue superar o altíssimo nivel de qualidade do rival, mas apresenta uma evolução drástica com relação à edição passada, mostrando que a Konami finalmente acordou e está levando a sério os problemas que enfrenta.

Pequenos ajustes, grandes mudanças
 

Espanha e Holanda se enfrentam

A novidade mais radical fica por conta da renovação total dos controles, em especial passes e chutes. Agora, além de definir a direção em 360 graus, é necessário também medir a força e passe dos toques a arremates, adicionando uma nova camada de complexidade à mecânica de jogo. Não apenas isso, mas o posicionamento do atleta e pressão de adversários exercem ainda maior influência, tornando as disputas ainda mais acirradas.

A princípio o estilo pode frustrar veteranos, já que mexe em elementos básicos da série, mas com treino e eventual domínio do sistema é possível perceber que "PES 2011" mantém a essência da franquia, possibilitando um futebol mais ágil do que em "FIFA".

Dribles ficaram mais fáceis de executar, podendo inclusive serem mapeados para a alavanca analógica da direita, para poder ligar um no outro. Adicionalmente, o sistema de cobertura na defesa ficou mais elaborado, permitindo, por exemplo, apenas seguir à distância e escolher o momento do bote em vez de apenas ir direto para roubar a bola. Pequenos detalhes, mas que quando somados resultam em diferenças bem sensíveis.

Outro aspecto que demonstra grande evolução é o visual. Os atletas estão mais bem modelados e realistas, assim como os efeitos de luz, que realmente ajudam a criar um aspecto mais vibrante - especialmente nos replays. Novas animações complementam o pacote, mas o trabalho ainda é inferior àquele visto em "FIFA 11".

Tempero brasileiro

Na parte técnica o que se vê em "PES 2011" é uma coleção de ajustes e novidades que culminam em evoluções consideráveis em relação ao ano passado. O mesmo acontece com relação aos modos de jogos e opções extras, mas de forma ainda mais forte e marcante, especialmente para jogadores brasileiros.
 

Corinthians consquista Libertadores

A UEFA Champions League retorna totalmente licenciada, agora acompanhada pela Copa Libertadores América, o tradicional torneio continental da América do Sul. A inspiração é a edição 2010 do torneio, incluindo na conta os cinco times brasileiros que disputaram a competição: Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Internacional e São Paulo. Todos 100% licenciados, da escalação aos patrocínios nos uniformes. Infelizmente, com exceção do Internacional, nenhum dos times brasileiros pode ser usado fora do modo Copa Libertadores, impossibilitando, por exemplo, duelos contra seleções ou times da Europa. É uma pena.

Aliás, tristeza também com relação aos estádios sulamericanos, já que não há nenhum licenciado. Até aparecem alguns genéricos buscando imitar, por exemplo o Monumental de Nuñez. Em próximas edições, seria muito bacana a Konami retratar os próprios estádios, como a Bombonera, o Morumbi e afins.

Ainda no aspecto sulamericano de "PES 2011", o título inova ao apresentar narração e comentários em português do Brasil, comandados por Silvio Luiz e Mauro Beting. Ambos conseguiram imprimir estilos próprios, diferenciando-se bastante da monotonia dos narradores em inglês, mas faltou mais apuro técnico por parte da Konami. Silvio Luiz tem um número de falas muito maior do que Mauro Beting, que mal dá seus pitacos durante as transmissões. Além disso, algumas falas são muito grandes e continuam rolando quando a jogada já acabou e às vezes até, veja só, um comenta em cima do outro. Para completar, é perceptível uma diferença de qualidade sonora entre Silvio e Mauro, como se tivessem gravado suas partes em salas completamente diferentes. A novidade é bacana, mas a Konami certamente pode caprichar mais.

Ao menos, o cuidado não fica só para narração e comentários: todos os textos do game estão traduzidos para português, o que já ajuda imensamente.

Online e conteúdo extra
 

Silvio Luiz fala sobre "PES 2011"

Outro grande esforço da Konami em "PES 2011" é no quesito online, aspecto em que "FIFA 11" dá um verdadeiro show de bola. A evolução é notável, mas ainda fica devendo para o rival - algo que, inclusive, o próprio produtor Shingo "Seabass" Takatsuka admitiu em entrevista na Tokyo Game Show 2010, em setembro. Todas as opções do game podem ser jogadas pela internet, oferecendo estabilidade muito maior do que em "PES 2010". Ainda há ocasionais lags e demoras para encontrar pessoas com quem jogar, mas a evolução é inegável.

Fica a mesma impressão no modo Become a Legend, que ficou mais prático e menos cansativo do que em "PES 2010", mas ainda está longe do capricho e versatilidade do rival "FIFA". O jogador agora tem mais oportunidades de entrar em campo, mas falta uma orientação melhor sobre o que fazer em campo e como atuar.

Por fim, um elemento que "PES" resgata com glória é o conteúdo extra, que vai da nostalgia ao absurdo de maneira muito divertida. Além de pacotes de jogadores clássicos, é possível habilitar bolas diferentes, como travesseiros e barris, e até mesmo cabeças diferentes para os jogadores. Uma adição interessante é um editor de estádios, que possibilita criar suas próprias arenas, utilizando até mesmo elementos gráficos de jogos antigos da Konami, como "Castlevania" e "Gradius".

Nota: 8 (Ótimo)