UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Xbox 360

Command & Conquer: Red Alert 3

27/11/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
A série "Command & Conquer", um dos pilares do gênero da estratégia em tempo real, nasceu em um período, lá na já distante década de 90, em que as produtoras experimentavam os recursos multimídia para incrementar seus produtos. Era a época em que praticamente todo jogo de PC contava com seqüências em vídeo com atores em carne e osso, algumas até com alguns nomes conhecidos de Hollywood. Mas mesmo com a melhor das produções, tais trechos sempre pareciam um pouco exagerados e deslocados do restante da ação, e tal prática acabou caindo em desuso.

Império japonês quer respeito
Curiosamente uma série que nunca renegou tal recurso foi justamente "Command & Conquer", que fez até a fama do obscuro ator Joseph Kucan na pelo do incansável vilão Kane. Em "Red Alert", uma série derivada que se passa em uma realidade alternativa que foi lançada em 1996, o uso do vídeo se tornou ainda mais forte, diante do clima de humor e excessos da trama que envolvia desde viagens no tempo a garotas com decotes profundos fazendo pose de malvadas. E hoje, doze anos depois, a mesmíssima fórmula é reutilizada em "Command & Conquer: Red Alert 3".

Direto de Hollywood

No início do jogo, três figurões da União Soviética vêem a nação cair diante das forças ocidentais e resolvem apelar para um recurso desesperado: a viagem no tempo. O Coronel Cherdenko (interpretado por Tim Curry, de "As Panteras") e o General Krukov (Andrew Divoff, o Mikhail da série "Lost") forçam o cientista Gregor Zelinsky (Peter Stormare, do seriado "Prison Break") a voltar até 1927 para assassinar Albert Einstein, antes que ele desenvolva os projetos das armas atômicas que deram supremacia bélica aos EUA.

Ao retornarem ao presente, os três descobrem que a União Soviética ainda se mantém como uma grande potência, mas é ameaçada não só pelas forças americanas, mas também pelos japoneses - já que não houve a detonação das bombas de Hiroshima e Nagasaki e a conseqüente rendição do Japão, seu exército se manteve ativo. Como não houve avanço com armas nucleares, a tecnologia acabou desviada para outras vertentes, justificando algumas unidades bastante bizarras como ursos blindados, aeronaves equipadas com raios de encolhimento, colegiais orientais com poderes psiônicos e samurais portando sabres de luz.

Neste cenário repleto de maluquices, a trama se divide em três campanhas principais com dez estágios cada, estreladas pelos três exércitos do jogo. Curry se torna o Premiê dos Soviéticos enquanto o ator J. K. Simmons (o J.J. Jameson da trilogia "Homem-Aranha") aparece como o presidente dos EUA, seguido pela participação de George Takei (o Sulu da série clássica de "Jornada nas Estrelas") como o Imperador do Japão. O trio aparece bem à vontade, com sotaques exagerados e com jeito de que estão se divertindo bastante no serviço. Até mesmo porque estão cercados de beldades - entre elas a coelhinha da Playboy Jenny McCarthy, a modelo Gemma Atkinson, a lutadora de vale-tudo Gina Carano e a atriz Kelly Hu.

A presença das moças só vem a reforçar o jeitão de filme B do jogo, afinal, é duro levar a sério oficiais de inteligência militar com roupas colantes, grandes decotes, maquiagem e penteados impecáveis. Mas, a não ser que você tenha uns 12 anos, são aparições bem ingênuas e garantem mais humor (intencional ou não) do que sensualidade. E tais tiradas acabam sendo o grande trunfo das campanhas.

Bem-vindo de volta, Camarada

Sim, as entradas em vídeo acabam por salvar "Red Alert 3" do marasmo, afinal, a mecânica clássica da série reaparece aqui praticamente intocada. Qualquer um com uma mínima familiaridade com o gênero conseguirá entender o funcionamento do jogo, em que você deve montar sua base, gerenciar recursos e criar unidades - cada uma com pontos fortes e fracos - para cumprir os objetivos primários e secundários.

Destruição em massa
Há grandes diferenças entre as três facções, que usam tropas bastante distintas e extravagantes, e é possível notar o grande empenho da equipe de desenvolvedores em explorar o combate marítimo, com várias unidades anfíbias ou que se transformam. Apesar das singularidades, o trio parece ser bem balanceado em partidas livres (chamadas de Skirmish), uma vez que na campanha com história você é bastante limitado pelo roteiro, que tenta sempre forçar o que você deve fazer e o que deve usar, o que é bastante frustrante.

Talvez a única grande diferença real seja a ênfase na cooperação, uma vez que o jogo estimula partidas para dois jogadores no mesmo time, que dividem os recursos para vencer. Isto novamente funciona bem em jogos livres ou em partidas online, mas na falta de um amigo, o computador acaba jogando de maneira burocrática e muitas vezes toma decisões pouco lógicas.

Realidade colorida

Como há este aspecto exagerado, meio brega até, "Red Alert 3" apresenta visuais bastante coloridos, com um grande contraste entre os três exércitos principais, explorando também seus clichês culturais. O que mais impressiona é o efeito da água, com movimentos bastante naturais e uma transparência incrível. Mas há todo tipo de raio, explosão e destroços no meio da ação, para que se mantenha uma sensação de guerra total e de última geração.

Bem, isto no PC, pois o Xbox 360 apresenta gráficos bem mais simplificados e ainda sofre com momentos irritantes de lentidão. Como se não bastasse contar com uma mecânica mais limitada pelo uso do controle, em que você deve se desdobrar entre os gatilhos e os direcionais para comandar todo mundo com agilidade, algo que o mouse e o teclado tiram de letra.

O som traz o que se espera de um jogo assim, mas com uma surpresa que deve agradar aos veteranos da série. Frank Klepacki, compositor do clássico tema do jogo original, "Hell March", voltou especialmente para recriar a música e outras partes da trilha, deixando a apresentação mais imponente e empolgante.

Personagens do jogo
Vale a pena também detalhar o conteúdo das duas edições para PC vendidas no Brasil. Enquanto a versão comum traz apenas o jogo, a Premier Edition apresenta um pacote triplo em formato Digipack com luva, bastante completo para os fanáticos pela série. Nele é encontrado um DVD bônus com making of, fotos das atrizes e alguns mapas exclusivos, além de um CD com a trilha sonora, um mini-poster das garotas e dois códigos: um para a fase beta do próximo "Command & Conquer" e outro que dá um item especial para personagens do jogo "Warhammer Online: Age of Reckoning", o Chapéu Kossar, que transforma o dono em um urso.

CONSIDERAÇÕES

"Command & Conquer: Red Alert 3" é um jogo que repete sua fórmula sem nenhuma grande novidade notável, mesclando a tradicional mecânica da franquia com uma história apresentada em vídeo, com atores de carne e osso. E é esta apresentação com clima de filme B que acaba salvando o game do marasmo, com alguns momentos de bom humor e certa canastrice, uma vez que a campanha principal é limitadora e pouco empolgante. Com certeza no multiplayer o jogo ganha mais pontos, mas ainda não chega a mostrar nada que não tenha sido visto antes.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Command & Conquer: Red Alert 3 (Xbox 360)

    57 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: EA Los Angeles
    Lançamento: 11/11/2008
    Distribuidora: Electronic Arts
    Suporte: 1-6 jogadores, multiplayer online
    Outras plataformas: PC PS3
    RegularAvaliação:
    Regular

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host