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Xbox 360

Saint's Row

01/09/2006

da Redação
Não há duvidas que "Grand Theft Auto" ("GTA"), da Rockstar Games, principalmente a terceira edição, seja um marco na história dos videogames. Afinal, criar um gênero próprio não é algo que acontece a todo instante. Além disso, inovou também no assunto, sendo um dos pioneiros a falar de temas tipicamente urbanos, tal e qual como fizeram alguns filmes do final da década de 70, como "Os Selvagens da Noite", que não por acaso, virou um jogo pela mesma Rockstar.

Vários títulos se inspiraram na fórmula de "Grand Theft Auto" - "True Crime", "The Getaway" e "The Godfather" estão entre os mais famosos - mas todos fracassaram em superar o original. Partindo da conclusão, esse também é o destino de "Saints Row", o primeiro jogo "tipo GTA" para o Xbox 360. Mas o game não se limita apenas a imitar, longe disso, buscou aperfeiçoamento e contribui com novas idéias para o gênero, tudo com um único propósito: trazer diversão. E isso o título tem para dar e vender.

Gangues de Stilwater

"Saints Row" é um título e ação e exploração, tendo duas mecânicas de jogo fundamentais: a de tiroteio e de direção, a bordo de carros. Inserido dentro de um mapa grande, o jogador tem diversas missões para realizar. Visto que o protagonista é um gângster, os objetivos são quase todos fora-da-lei, incluindo assassinatos e roubos. Sendo um jogo de classificação M, para maiores de 17 anos, a produtora não economizou na violência e nos temas sexuais.

A história do game acontece na fictícia Stilwater, uma cidade dominada por quatro gangues rivais. O protagonista levava sua vida normalmente até que ficou no fogo cruzado entre dois grupos e, no fim, foi salto por Julius, líder da 3rd Street Saints, uma das quatro quadrilhas da cidade. Cada uma delas possui uma característica marcante e um código de cor diferente - os Saints adotaram o roxo e traz uma variedade racial entre seus membros. Depois do incidente, o jogador entra para o bando.

Essa peculiaridade multirracial se encaixa nos avatares que o jogador pode criar. Ao começar o game, a primeira coisa a fazer é moldar o seu personagem: há biotipos para caucasianos, negros, asiáticos e latinos. Depois é possível mexer em cada detalhe do rosto e do corpo ou usar um botão que define parâmetros aleatoriamente para esses quesitos.

Feito isso, as primeiras missões do game servem para ensinar sobre o uso do controle. Surpreendentemente, as lutas com mãos vazias possuem um esquema de comando bastante completo, mais parecendo um jogo de luta, usando botões diferentes para soco direito, esquerdo e chute. É até estranho isso não ser mais explorado no game, já que quase todas as missões são com armas de fogo.

Exército de um homem só

Depois do batismo de fogo, é hora de começar a dirigir carros e atirar. Quem já jogou algum "Grand Theft Auto III" em diante, não terá a menor dificuldade, já que o funcionamento dos botões é praticamente idêntico. Aliás, os controles superam, em solidez e com certa margem, o clássico da Rockstar.

Nos tiroteios, por exemplo, a mira é completamente manual, mas a controlabilidade é quase perfeita, como nos bons jogos de tiro em primeira pessoa. Para os novatos, uma dica: a tática básica é ficar atrás de um obstáculo, acertar a altura da mira e correr de lado para acertar o inimigo. Assim, além de a mira ser mais fácil, você tem a vantagem de ser um alvo móvel, menos exposto aos oponentes.

A mira avisa quando o alvo está no centro - aparece um X azul quando estiver sobre seus aliados e fica vermelho para qualquer outra pessoa. Mas isso não significa que você não possa atirar nos seus amigos, mas isso não traz nenhuma vantagem, obviamente. O controle da mira um pouco ruim com as armas de precisão, que têm miras telescópicas. Nesse caso, é um pouco ruim ajustar a retícula.

O sistema de escolha de armas e itens foi bem pensado. Aqui, o jogador aperta o botão B para mostrar um esquema que traz 12 posições. Oito são acessadas pelo direcional analógico e quatro com o direcional em cruz. O primeiro grupo é para as armas e você pode carregar um modelo de cada tipo, ou seja, é uma arma branca (entre faca, bastões de beisebol etc), uma pistola, uma submetralhadora, uma espingarda e assim por diante. Ou seja, mesmo com espaços vazios, não é possível ter dois rifles de assalto, por exemplo. Nos quatro "slots" restantes, o jogador pode guardar itens de reposição de energia, por exemplo.

Já o controle dos veículos também é excelente, tanto quanto seu inspirador. Com um pouco de prática, fica fácil dirigir por todos os cantos de Stilwater. Todos os carros que transitam na cidade podem ser roubados pelo personagem, sem o mínimo esforço. Os modelos de carros são bastante variados e cada um deles tem dirigibilidade diferente. Há desde carros populares, sem arranque nem velocidade, como veículos esportivos, que praticamente voam. Há outros tipos de veículos também, como ambulâncias e utilitários. Todos os carros também podem ser modificados. Grande parte das opções é apenas de cunho estético, mas também há peças que fazem melhorar o desempenho do automóvel, como o nitro.

Aqui, o tiroteio também faz a diferença. Talvez "Saints Row" seja praticamente o único game em que o jogador consiga mirar bem mesmo dentro do carro, o que não acontece com os outros títulos do gênero e nem mesmo no original. É verdade que dirigir e atirar ao mesmo tempo ainda é complicado, mas está muito mais praticável agora. O sistema mostra sua eficiência em missões que em você atua apenas como atirador dentro do carro.

Fraude e destruição

Há prós e contras no sistema de missão. A parte negativa é que o game obriga o jogador a cumprir missões que seriam alternativas, limitando a liberdade do jogador. Talvez seja uma forma de inflar a duração do game, mas esses objetivos não-obrigatórios podem ser tão satisfatórios quanto as missões principais, além de todos eles terem cenas não-interativas, o que não deixa de ser impressionante.

No mapa, essas partes opcionais aparecem como ícones azuis, chamado de Activities. Uma das mais interessantes é a de fraudar o seguro. Aqui, o intuito é ser atropelado pelos carros, se jogando em sua frente. Quanto mais espetacular o acidente, maiores os ganhos - melhor se conseguir muitas batidas e espectadores. É simplesmente hilariante ver o resultado das trombadas. Outra "atividade" muito satisfatória é a do tipo Mayhem, que consiste em provocar o maior estrago possível, matando pessoas e explodindo carros, basicamente. Geralmente, nessas missões você ganha armas mais potentes para fazer a festa. Ótimo para liberar o estresse!

Outra modalidade muito interessante é a que você conduz garotas de programa num carro e pega clientes no meio da rua. Feito isso, o jogador precisa garantir a privacidade deles, ficando longe dos pararazzo e até de esposas enfurecidas. Além disso, há missões de proteção a traficantes e de resgate de prostitutas. Apesar de divertidas, há pouca variação entre as missões alternativas, o que pode fazer cansar num tempo menor que o desejado. O bom é que cada uma delas está dividida por níveis de dificuldade crescente, e isso atende tanto os jogadores com menos experiência como os experts do gênero.

Essas missões alternativas são importantes para conseguir prestígio e dinheiro. Esse segundo serve para comprar itens como comida e armas, modificar o carro e fazer cirurgias plásticas, que transforma completamente o protagonista. É como montar o avatar de novo. Aqui, o prestígio é uma espécie de "moeda" também, pois você o "gasta" ao acessar as missões principais.

Os donos da cidade

Nelas, o jogador participará de missões contra as três forças rivais. Geralmente, é bom lutar contra uma gangue de cada vez, já que quando eles têm territórios dominados, podem lançar ataques aleatórios para retomá-los, demandando uma reação do jogador, ou seja, eliminar todos os líderes que estão na área invadida.

As missões obrigatórias são aquelas já conhecidas de outros games, como assassinar determinada pessoa ou grupo, explodir instalações e carros, escoltar aliados, trazer certos itens, perseguir carros, enfim a lista é variada. No começo, as missões são simples, mas mais para frente elas começam ter várias partes. A dificuldade é progressiva, mas se mantém num nível que traz desafio, sem exageros, apesar de as missões finais serem um tanto frustrantes.

Essas missões também dão dinheiro e prestígio, além de tomar o território dos oponentes. Existem também objetivos chamados Strongholds, que consiste em invadir a base dos adversários, e isso também faz aumentar a área de influência dos Saints. Além dessas atividades, há também as tradicionais procura por itens secretos - CDs no caso - e reescrever os grafites das gangues rivais.

Baleando a frustração

Uma das partes mais elogiáveis da produtora Volition em "Saints Row" é o combate aos focos de frustrações desnecessárias. Por exemplo, o game indica o caminho para chegar aos locais onde as missões devem ser realizadas, por exemplo. Abrindo o mapa, é possível indicar qualquer ponto de interesse e o título se encarrega de mostrar o caminho até lá. Poucas coisas são tão frustrantes que ficar perdido em games desse tipo, com mapas grandes. Além disso, a tela de mapa é de fácil utilização, permitindo mostrar apenas os pontos de interesse à escolha do jogador.

Outro alívio é que, mesmo que morra em missões importantes, basta apertar um botão para recomeçá-la, em vez de voltar para o hospital. Isso só acontece nas ruas e nas missões opcionais, mas mesmo assim, o único prejuízo é um naco do seu dinheiro. Isso vale também quando for preso, mantendo todas as suas armas com você. Isso pode soar ridículo para quem é craque em games do gênero, mas corta um monte de etapas, como conseguir os itens de novo ou retomar o último save.

Em geral, o protagonista e seus aliados, que você pode recrutar com um toque de botão, agüentam bastante tiros. Além disso, você recupera a energia com o tempo, e os seus companheiros, mesmo que seja sofram danos fatais, podem ser ressuscitados num instante, desde que seja em menos de 30 segundos. Novamente, isso tudo parece facilitar demais, mas há missões à altura que nem toda essa ajuda poderá ser suficiente sem habilidade compatível.

Briga de gangues em escala mundial

O modo de história tem bastante conteúdo, com cerca de 40 horas de jogo. Mas "Saints Row" tem modo multiplayer robusto, para até 12 jogadores, tanto via rede local (System Link) quanto via Xbox Live, dando uma contribuição importante para o gênero. Há desde o deathmatch básico, individual ou por times, chamado de Gangsta Brawl, até modalidades que adicionam profundidade: um pouco com Big-Ass Chains, que consiste em levar cordões de pescoço dos adversários para sua base - quanto mais levar ao mesmo tempo, maior a pontuação -, e mais em Protect tha Pimp e em Blinged Out Ride.

No primeiro, dois grupos têm objetivos opostos. Um deles protege um cafetão até o final da fase, enquanto a outra equipe tenta matá-lo. O personagem em questão não tem armas, mas tem um ataque corpo-a-corpo bastante poderoso. Aqui, a estratégia tem um papel tão importante quanto as habilidades individuais dos jogadores. Por fim, a Blinged Out Ride é a modalidade mais complexa, e consiste em fazer melhorias no carro por três vezes, achando locais seguros e garagens, e entre as etapas, matar os inimigos para conseguir recursos. É um pouco complicado de assimilar as regas, mas é uma das mais competitivas e recompensadoras.

É uma pena que não possa jogar o modo de história com dois jogadores, mas há opções específicas para os jogadores juntarem forças contra os inimigos. Eles são simples comparando com as outras modalidades, mas não deixam de ser um valor a mais no game, ainda que não seja uma das mais compensadoras.

Ambiente que respira

Como jogos assim lidam com cenários de construções complexas, imitando cidades reais - Stilwater lembra Nova York, por exemplo - com diferença clara entre os bairros: há desde centros financeiros, com enormes arranha-céus, até guetos e periferias, que trazem construções mais modestas. Isso, aliado a boa quantidade de tráfego e pedestres - além de ocasionalmente passar trens e basculantes - faz com que o ambiente seja bastante verossímil.

Os cenários não são tão detalhados como seria possível num videogame de nova geração, mas há ganhos na taxa de quadros por segundo, cerca de 30, e isso significa fluxo de tela bem suave. Pode acontecer alguma lentidão quando a tela estiver congestionada, mas no geral, o desempenho é estável. O destaque fica por conta dos efeitos climáticos, como a chuva, e de explosão, principalmente dos carros.

Por falar neles, os veículos brilham, literalmente. Além de serem magnificamente modelados, com uma variedade de modelos incrível, é possível ver o cenário refletindo na lataria, ao menos dos carros novos. Há também modelo velhos, alguns deles quase caindo aos pedaços, e isso também ajuda a criar variedade. Há uma modelo de danos convincente, que faz amassar e despedaçar o carro de forma realista. Os personagens possuem boas expressões faciais, mas parecem simples em relação ao que já foi realizado por "Table Tennis", por exemplo.

Mas há problemas também. Alguns objetos aparecem aos pouco à medida que se aproximam, um truque comum para evitar que apareçam de repente, mas há contratempos mais severos também. Às vezes, partes do cenário podem piscar intermitentemente e, em casos mais graves, o carro que você está dirigindo pode sumir por completo, inviabilizando qualquer ação do jogador, pois ele não consegue sair do carro. Em casos mais graves, pode até travar completamente, mas isso é raro. Também incomoda os problemas de sincronia vertical, principalmente nas cenas não-interativas, deixando as animações "fatiadas".

A trilha musical traz uma boa seleção de composições licenciadas, como de artistas como Husker Du e Iggy Pop, abrangendo vários gêneros, mas com predominância do hip-hop, como é de costume nesse tipo de game. Se você não gostar das escolhas, você pode importar suas próprias músicas. A ambientação sonora é excelente, principalmente com um home theater. É possível perceber tudo que acontece à volta. Há até mesmo detalhes como o som abafado do rádio num carro fechado, que fica claro ao entrar no veículo. O estampido das armas e as explosões são pesados, com muito impacto, e deixa o game mais empolgante. A equipe de dubladores é formada de atores famosos e fizeram um excelente trabalho. O elenco inclui nomes como Michael Clarke Duncan (o Rei do Crime em "O Demolidor"), com sua voz ultragrave, Keith David, o Imam de "A Batalha de Riddick", e David Carradine, o Bill de "Kill Bill".

Ninguém é santo

"Saints Row" visivelmente imita "Grand Theft Auto", mas não se acomodou e promoveu melhorias. O resultado disso são controles excelentes e missões empolgantes, além de criar facilidades como um navegador no mapa, tornando o game mais amigável e menos frustrante. Isso não compromete o equilíbrio, sem ser fácil demais, e, acima de tudo, é muito divertido. O conteúdo é extenso, suficiente para dezenas de horas, sem contar as modalidades multiplayer, a principal contribuição do título ao gênero. A experiência de jogo é menos completa que o clássico da Rockstar, mas ganha de seus imitadores com boa margem. "Saints Row" é a prova que, para alguns games, o crime compensa.

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    Saint's Row (Xbox 360)

    131 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Volition
    Lançamento: 29/08/2006
    Distribuidora: THQ
    Suporte: 1-12 jogadores, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
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