Contra PS4 e Xbox One, Wii U enfrenta dificuldades para ser relevante
Com PlayStation 4 e Xbox One chegando no final deste ano, ainda há espaço para o Wii U no mercado de games?
A Nintendo veio forte nesta E3 2013, mostrando "Super Mario 3D World", "Mario Kart 8", "Donkey Kong Country Tropical Freeze", novas versões de "Smash Bros." para Wii U e 3DS e um punhado de outros bons jogos.
Ainda assim, o futuro do videogame é incerto e nebuloso.
Sete meses após o lançamento nos EUA, alguns países da Europa e Japão, o aparelho contabiliza pouco mais de 3 milhões de unidades vendidas pelo mundo, segundo diversos relatórios.
Os números contabilizam as duas edições lançadas do aparelho, a Basic, que custa US$ 300, e a Deluxe, que custa US$ 350.
Em comparação, no mesmo período o Xbox 360, o PlayStation 3 e o Wii venderam, respectivamente, cerca de 5 milhões, 4.3 mi e 9.2 mi de unidades.
Aqui no Brasil ele sequer foi lançado oficialmente: prometido para o primeiro semestre deste ano, o console foi adiado e agora a intenção da Nintendo é lançá-lo até o final de 2013, sem qualquer estimativa de preço.
Do jeito que está, corre o risco de o Wii U chegar ao mercado brasileiro até mesmo depois do Xbox One e do PS4 - o primeiro sai em novembro aqui, enquanto o segundo tem lançamento até o fim do ano também.
Para piorar, a boa geração de jogos anunciados pela Nintendo chega acompanhada de poucos títulos de outras produtoras que, em sua maioria, alegam a pequena base de consoles como fator determinante para não produzir para o Wii U.
Só para citar alguns exemplos, "Tomb Raider", "Metal Gear Rising" e "BioShock Infinite" são jogos lançados após a chegada do videogame que saíram para PS3 e X360, plataformas que, em teoria, possuem hardware similar ao Wii U.
Outros, como "PES 2014" e "Battlefield 4", integram um grupo ainda mais preocupante: jogos anunciados depois da chegada do Wii U que sairão para PS3 e X360, mas não no aparelho da Nintendo.
Motores gráficos projetados para os jogos dos próximos anos também não são lá muito amigáveis com o console. Os respectivos responsáveis já falaram que Unreal Engine 4 e Frostbite 3 não funcionarão nele, enquanto outras tecnologias, a exemplo da Fox Engine, da Konami, sequer citam o aparelho como potencial destino.
"PES 2014" e "Battlefield 4" sairão para PS3 e X360, mas não para o Wii U
Suporte de outras fabricantes
Dentre as poucas produtoras third party que acreditam, a de maior destaque é a francesa Ubisoft. A softhouse apoia o console com jogos desde o lançamento - incluindo o bom exclusivo "ZombiU".
Para o final deste ano já estão previstos também "Assassin's Creed IV: Blackflag" e o aguardado "Watch Dogs". Porém, mesmo a Ubisoft exibe certa cautela em relação ao Wii U: originalmente anunciado como exclusivo do videogame, "Rayman Legends" agora terá versões também para PS3, X360 e até o portátil PS Vita.
Ainda assim, a produtora reafirma sua confiança na máquina. Em declaração ao site GamesIndustry, um porta-voz da empresa disse que "como acontece com qualquer console, demora um tempo para ter uma base instalada. Estamos confiantes que a Nintendo tomará as decisões certas para fazer do Wii U um sucesso".
A Warner também tem demonstrado bom suporte ao Wii U, trazendo para o console versões de seus jogos multiplataforma - como o futuro "Batman: Arkham Origins" - e até títulos exclusivos, caso de "Scribblenauts Unmasked".
A Capcom é outra grande fabricante que mostra apoio consistente. A versão em alta definição de "Resident Evil: Revelations" chegou ao Wii U e também estão agendadas versões da coletânea "Dungeons & Dragons: Chronicles of Mystara" e "Ducktales Remastered".
Até mesmo o mascote da empresa, o robô azul Mega Man, será convidado especial nos novos "Smash Bros.".
Como de costume, há um porém: a companhia japonesa já revelou também uma nova engine, de codinome Panta Rhei, confirmada, por ora, apenas para PS4.
Sorte lançada
De qualquer maneira, a Nintendo possui um grande desafio para encarar.
Algo que conta a seu favor é o fato de se tratar de uma situação muito parecida com a que o portátil Nintendo 3DS enfrentou em 2011: com vendas baixas e poucos títulos de expressão, o console virou o jogo após a Nintendo cortar em 30% o preço dele e promover lançamentos constantes de jogos fortes.
Será que o Wii U pode traçar caminho parecido? Por ora, parte dessa lição de casa está sendo feita com o anúncio de vários jogos exclusivos - "Donkey Kong Country Tropical Freeze", "Super Mario 3D World" e "Wonderful 101" são alguns exemplos que aportam nos próximos meses. Se redução no preço e apoio de outras fabricantes virá também, isso só o futuro dirá.
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