Cosplayer brasileiro cria armadura arrojada com ajuda de impressora 3D
Impressoras 3D não são nada baratas, mas aos poucos vêm ganhando entusiastas, que as utilizam para produzir estátuas de seus personagens favoritos e outros objetos decorativos. É o caso de Eduardo Pimentel (30), servidor público de Brasília (DF), que decidiu imprimir um cosplay para participar da CCXP no final de 2015.
Usando sua impressora 3D, Eduardo produziu o traje de Arthas, o Lich King, popular personagem do game "World of Warcraft".
O processo levou cerca de oito meses. "Fiz desde a edição do modelo para a impressão 3D, até a finalização com pintura automotiva e os detalhes em tecido e couro", conta Eduardo ao UOL Jogos. "O prazo foi grande porque eu trabalhava em projetos paralelos. Hoje eu conseguiria fazer a armadura na metade do tempo".
O processo de impressão das peças é a parte mais trabalhosa, tanto pelo conhecimento técnico necessário quanto pela infraestrutura que um projeto deste porte exige. A armadura de Lich King construída por Eduardo conta com mais de 100 partes, fundidas para funcionar como um traje completo. Só a espada, uma réplica da Frostmourne de "Warcraft", é formada por 12 partes diferentes.
Depois da impressão, Eduardo ainda cobriu a armadura com massa automotiva e lixou tudo várias vezes, para remover as marcas da impressão. "É quase o mesmo processo utilizado na restauração de carros", explica. A semelhança com a restauração automotiva é notável também na hora de pintar o traje. "Eu uso poliuretano automotivo pela gama de cores e tons metálicos".
"Minha armadura foi pintada duas vezes. Uma com os tons do jogo, mas já em cima da hora para a CCXP, eu decidi alterar as cores para o Action Figure da DC Unlimited, pois parecia mais real o tom de metal, dai que repintei o fundo e consegui fazer um efeito de metal 'bem surrado'. Ficou bem real".
A brincadeira não foi nada barata: além da impressora 3D (que custou cerca de R$ 4 mil), Eduardo estima ter gasto cerca de R$ 3 mil com os insumos, como os filamentos, tintas, primers, vernizes e energia.
Mesmo assim, ele já está animado para o próximo cosplay: "Vou seguir novamente a linha de games e a próxima armadura saiu diretamente do jogo 'Destiny' da Bungie. Farei o Titã com seu conjunto de Osíris e algumas armas exóticas e lendárias".
A previsão de Eduardo é finalizar a nova armadura em junho. "Quero ir com ela na BGS e CCXP 2016".
Encarando a Comic-Con Experience de armadura
O Lich King foi a primeira experiência de Eduardo como cosplayer e não foi pouca coisa: ele não só esteve na CCXP, mas também participou do concurso de cosplay promovido durante o evento em São Paulo. Sozinho e com uma armadura que pesava 12 Kg, o brasiliense precisou praticar bastante para entrar e sair do traje por conta própria.
"Cheguei de táxi no São Paulo Expo, já usando a armadura, e tive que andar uma légua para achar a entrada certa", conta Eduardo. "Mas quando cheguei nas filas e as pessoas começaram a apontar e gritar: 'Caraca, é o Arthas!' eu quase morri de vergonha. Mas aí decidi aproveitar, a vergonha passou e encarnei o personagem. Fiz questão de tirar fotos com todos que pediram".
Cosmaker 3D
Entusiasta da impressão 3D, Eduardo produz acessórios sob encomenda, com réplicas de itens de jogos como "Destiny", "Fallout" e "Halo", assim como do seriado "The Walking Dead" e do anime "Cavaleiros do Zodíaco".
O preço varia conforme a peça e o tipo de pintura e Eduardo não fala em valores, mas admite que o hobbie pode ser lucrativo. "Também faço vários acessórios para cosplay, mas ainda não tive nenhuma encomenda de armadura completa, só a minha mesmo. Eu fiz o caminho inverso da maioria, virei cosmaker [pessoa que fabrica os trajes e acessórios] antes de ser cosplayer".
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