Quer jogar games antigos? Veja 5 dicas para entrar no mundo "retro-gamer"

Com mais de quarenta anos de idade, a indústria dos videogames já produziu mais máquinas, modas, sucessos e lendas do que somos capazes de lembrar.

Jogos antigos, cheios de limitações técnicas, muitas vezes surpreendiam pela criatividade dos desenvolvedores e inspiram produções modernas em diferentes níveis. E, se a indústria chegou ao estágio em que se volta para si em auto referência, é natural que os jogadores façam o mesmo, descobrindo tesouros (e fiascos) das gerações passadas.

Seja você um veterano nostálgico do mundo dos games ou um jovem curioso para experimentar os sucessos de outrora, há muitos motivos para se aventurar no universo ‘retro-gamer’. Porém, antes de começar, é bom ter algumas coisas em mente para não se perder (nem perder dinheiro) nessa viagem pelo túnel do tempo:

Pense bem sobre o que deseja, pois os custos e o trabalho de se iniciar uma coleção são bem maiores do que adquirir games antigos simplesmente para jogar e desfrutar algumas horas de nostalgia.

Caso o objetivo seja apenas jogar, considere se versões digitais dos games que procura não resolve a questão: atualmente, é possível comprar jogos antigos por download de forma perfeitamente legal através do site GoG (PC), ou dos catálogos PS One Classics (PS3, PS Vita) e Virtual Console (Nintendo), por exemplo.

Se preferir comprar um console antigo e ter as cópias físicas dos discos ou cartuchos, mas apenas para jogar, é possível negociar preços melhores: você não precisa ter as caixas e manuais intactos. Mas atenção aos detalhes (peso, marcas em alto relevo, parafusos corretos) para não levar uma cópia pirata!

Agora, se vai entrar nessa para colecionar, prepare o bolso e a paciência para encontrar o que procura e pesquisar muito (em lojas, comunidades online e sites de leilão) pelo melhor preço e se manter informado, participando de grupos de colecionadores na sua cidade ou em fóruns e redes sociais.

Com as facilidades de se comprar online, é tentador imaginar que as melhores ofertas e oportunidades estão na rede - talvez até estejam, mas nem sempre nos já tradicionais sites de leilão, e sim em comunidades de entusiastas como o Fórum UOL Jogos ou nas redes sociais, que podem ser até mais amigáveis com calouros do que o competitivo ambiente dos leilões eletrônicos.

Nas grandes cidades, é possível encontrar grupos de colecionadores que se reúnem para curtir games antigos e trocar informações - além de negociar peças, cartuchos e outras preciosidades. Um exemplo é o MSXRio, que reúne fãs do computador oitentista na capital fluminense. São Paulo também tem um evento similar, o MSX->SP. Saiba mais sobre esses encontros clicando aqui.

Também é válido garimpar em lojas especializadas e locadoras. No centro de São Paulo há várias lojas que trabalham apenas com jogos antigos. UOL Jogos preparou um guia com algumas delas, confira no link.

Viajando pelo exterior, se informe sobre lojas especializadas em games antigos nos locais que vai visitar. Cidades como Nova York e Los Angeles (EUA) e Tóquio (Japão) contam com estabelecimentos tradicionais no ramo (mas prepare-se para pagar caro).

Diferente do PlayStation 4 e do Xbox One, os consoles antigos são cheios de bloqueios e travas de região, feitas para preservar a distribuição dos games em diferentes mercados e também devido às diferentes configurações técnicas de televisores, por exemplo.

Saiba exatamente as configurações dos aparelhos que adquiriu antes de fechar negócio em algum jogo. Afinal, deve ser frustrante comprar uma cópia japonesa de “Street Fighter vs. X-Men” apenas para descobrir que o seu Sega Saturn europeu é incapaz de rodar o game.

Vale pesquisar e comprar acessórios que podem ajudar a contornar alguns problemas desse tipo: afinal, já naqueles dias enfrentávamos os bloqueios de região com criatividade. Cartuchos de NES e Famicom, por exemplo, têm formatos diferentes, mas você pode contornar isso com um adaptador, que ainda é bem fácil e barato de encontrar.

Um game ser raro e antigo não torna o jogo automaticamente bom. O mesmo vale para equipamentos e acessórios. Cartuchos como “E.T.” para Atari 2600 podem ser difíceis de encontrar, justamente por terem encalhado nas lojas na época do lançamento (e acabaram enterrados num deserto no Novo México).

Assim, pense bem se você quer pagar caro por um cartucho ou CD antigo apenas pela raridade da peça. Se procura algo para jogar e se divertir, é melhor descartar certas ‘preciosidades' do passado e se concentrar nos títulos melhores avaliados.

Da mesma forma, quando comprar acessórios, fontes e cabos, fique atento para a qualidade dos produtos. Uma fonte de energia original de Sega CD pode ser cara e estar quase completamente inutilizada, enquanto uma outra fonte de ‘marca paralela’ mais nova vai funcionar melhor, manter seu videogame ligado e custar menos.

Se você optar por começar uma coleção, é sempre bom definir um tema para a brincadeira. Você pode optar por comprar jogos de “Legend of Zelda”, “Final Fantasy” ou “Sonic”, por exemplo. Ou apenas consoles e acessórios de uma determinada fabricante.

A idéia aqui é limitar o escopo inicial para que você concentre suas buscas e estudos em uma plataforma ou franquia específica da qual você goste muito. Afinal, colecionar jogos antigos é um hobbie e o importante é que você se divirta com isso.

Saber o máximo sobre o objeto da coleção é a melhor maneira de estar atento às oportunidades que surgem quando menos se espera, seja visitando uma comunidade online ou em um passeio pelo centro da cidade. Conforme ficar confiante - e o orçamento deixar - você pode escolher um novo tema e começar tudo de novo. Isso também facilita a vida na hora de organizar a coleção.