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Pay-to-play: jogos pagos voltam a ganhar espaço no mundo mobile

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

20/02/2015 12h00

É preciso muita coragem para bater de frente com gigantes como "Clash of Clans" e "Candy Crush". A competição violenta pela atenção dos usuários de celulares e tablets está afastando vários desenvolvedores do modelo 'free-to-play'. Agora, eles lutam para ter sucesso lançando jogos mobile pagos.

"É um esforço que precisamos fazer para cultivar o público a investir mais em nossos jogos", afirma Artur Tilieri, responsável pelos projetos de mídia digital do Cartoon Network no Brasil.

"Não queremos lançar games descartáveis. Fazemos títulos que se sairiam bem em uma plataforma tradicional, e nossa luta é para que os fãs percebam isso".

Apesar de já ter lançado jogos 'grátis' no passado, hoje o Cartoon Network se foca em experiências 'premium', como o recém-lançado "Hora da Aventura: O Mago do Jogo" - um game de plataforma que consegue carregar fases desenhadas pelos jogadores e custa US$ 5.

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    A aposta de "The Room": por mais qualidade, jogadores pagarão com gosto

Por mais qualidade

A quantidade de jogos 'pay-to-play' nas listas dos lançamentos recentes para iOS e Android mostram que a postura do Cartoon Network é uma tendência. E pode ser um sinal de que os jogadores já estão, sim, começando a valorizar mais os 'joguinhos' de celular.

A lista dos sete mais bem-avaliados lançamentos de iOS do início de 2015 inclui "Hero Emblems", "Dark Echo", "Auro", "Odd Bot Out", "Shadowmatic", "Exiles" e "Radiation Island". Nenhum deles é grátis.

"Queríamos fazer uma experiência mais bonita e percebemos que donos do iPad iriam estar dispostos a pagar alguns dólares por um jogo que fosse bem feito", explica Barry Meade, da Fireproof Studios, que lançou com sucesso "The Room" e "The Room Two" por US$ 5 cada.

A crença é a de que jogadores estão dispostos a colocarem a mão no bolso por uma experiência boa e completa.

Enquanto isso, jogos 'free-to-play' dependem de microtransações (as tais IAPs, ou 'in-app purchases') para gerar dinheiro. Muitas vezes, o foco em tais compras opcionais durante o desenvolvimento de um jogo pode estragá-lo completamente.

Na medida em que Google e Apple abandonam o uso do termo 'Grátis' em suas lojas online, torna-se aparente uma crescente aversão de parte do público a games que 'chantageiam' os jogadores.

Os 'free-to-play' mais bem-sucedidos continuarão lucrando muito, mas fãs de games com um formato mais tradicional terão cada vez mais opções em seus celulares e tablets.