Topo

'Fator Kuririn': "Dragon Ball Super" acerta ao relativizar poderes de luta

Goku continua importante, mas a tendência é que ele ganhe a companhia de personagens "esquecidos" ao longo das sagas de "Dragon Ball" - Reprodução
Goku continua importante, mas a tendência é que ele ganhe a companhia de personagens "esquecidos" ao longo das sagas de "Dragon Ball"
Imagem: Reprodução

Rodrigo Lara

Do Gamehall

12/04/2017 10h00

"Dragon Ball Super" está em seu melhor momento. E, mais do que isso, o atual arco tem tudo para ficar marcado como um dos pontos altos de toda a história do anime.

A razão para tal é simples: depois de quase 30 anos do início do anime de "Dragon Ball Z", a série parece finalmente tomou coragem para deixar de lado um dos seus principais paradigmas. O famigerado "poder de luta", que ditou a narrativa tanto da fase "Z" quanto da continuação não-canônica "GT" perdeu importância diante da estratégia e da inteligência, fatores que eram mais relevantes na época do "Dragon Ball" original.

Essa é uma realidade que já se desenhava desde o início do atual arco, com o formato do Torneio do Poder (nome curioso, aliás), e ficou totalmente clara depois do episódio 84, no qual Kuririn derrota Gohan e faz com que Goku se transforme em Super Saiyajin Azul - mesmo que, claramente, sem usar todo o seu poder - para enfrentá-lo.

 

via GIPHY

Kuririn, aliás, virou uma espécie de símbolo para essa nova fase. E a volta aos holofotes, claro, arrancou algumas reações de fãs do anime. Enquanto alguns ficaram desconfiados…

Outros curtiram o novo ritmo do anime:

Poder não é tudo

Ainda que deixar de lado a força bruta dos personagens possa desagradar diversos fãs que começaram a acompanhar a obra a partir de "Dragon Ball Z", a decisão se mostra acertada por dar um ar novo à franquia e, acima de tudo, resgatar a relevância de personagens que serviam apenas de "escada" para Goku - e, quando muito, Vegeta e Gohan. As sagas retratadas em "Z" tinham poucos momentos do tipo, sendo os mais notórios quando Kuririn consegue corta o rabo de Freeza ou, ainda, quando Tenshinhan utiliza uma sequência de Kikoho para atrasar Cell enquanto este buscava absorver os andróides N.º 17 e N.º 18.

Fora isso, tudo que se via era Goku treinando, ficando mais forte e lutando contra o vilão da vez. Era uma rotina previsível e que, apesar de divertida e capaz de alçar o personagem à categoria de ícone dos mangás e animes, se tornou uma fórmula batida.

 

via GIPHY

O formato do torneio que determinará qual universo será poupado por Zen-Oh também ajuda nesse aspecto. Sem poder matar o adversário, lutadores superpoderosos como Goku e Vegeta terão que maneirar a dose de força de acordo com quem se enfrenta. Utilizar de cara seus poderes ao máximo abre a brecha para quem algum golpe ou técnica mais desastrada acabe matando um adversário por acaso. A verdade é que, ao exigir trabalho em equipe, é provável que esses lutadores acabem sendo um dos pontos fracos de suas equipes justamente por estarem acostumados a lutar sozinhos.

Da mesma maneira, ter lutadores menos resistentes na equipe também é um fator de equilíbrio, uma espécie de garantia de que todos tentarão atuar de forma mais cerebral, algo importante considerando que serão 80 lutadores dividindo a arena ao mesmo tempo.

Claro que não é possível descartar que algum lutador perca a vida nos combates, afinal falamos de personagens superpoderosos, mas, caso isso ocorra, tende a ser um fato isolado e não uma regra.

 

 

via GIPHY

Por ora, resta traçar conjecturas sobre o que será essa nova fase de "Dragon Ball". No momento, os lutadores do Universo 7 estão sendo recrutados e é provável que essa fase dure pelos próximos episódios. É um tempo interessante para que os fãs mais tradicionais da franquia percam o preconceito, se acostumem com as novidades e passem a aproveitar o que "Dragon Ball Super" tem a oferecer.

O anime é transmitido no Japão nas manhãs de domingo e fica disponível no Brasil na madrugada de sábado para domingo, pelo serviço de streaming Crunchyroll.