Topo

Apesar de impostos e falta de segurança, Oculus quer lançar Rift no Brasil

Claudio Prandoni

Do UOL, em Colônia

19/08/2014 12h44

Mesmo sem data de lançamento para chegar às lojas, o visor de realidade virtual Oculus Rift já é uma das novidades mais quentes do mundo dos games e tecnologia - ainda mais depois que o Facebook comprou a empresa, em maio, por US$ 2 bilhões.

Felizmente, o Brasil não deve ficar de fora da onda: "Sim, estamos pensando em levar o Oculus para o Brasil e sim, já estamos pensando também nos desafios para fazer isso acontecer", conta Nate Mitchell, da Oculus, em entrevista exclusiva ao UOL Jogos.

"O Brasil é uma região bem difícil de trabalhar. De fato, um dos membros da nossa equipe de desenvolvimento trabalha no Brasil e quase sempre que a gente manda algum equipamento pra ele esse aparelho quebra", explica o executivo.

"Acredite ou não, acaba sendo mais fácil ele vir até o nosso escritório, nos Estados Unidos, e voltar para o Brasil. Caso contrário, o equipamento sempre é roubado ou quebra no caminho".

"Existe isso e também a questão dos impostos", acrescenta Palmer Luckey, fundador da empresa. "A princípio, é difícil impedir que o Oculus custe, sei lá, milhares dólares por causa dos impostos e outras coisas".

Ainda assim, Mitchell faz questão de ressaltar o compromisso da Oculus com o mercado brasileiro. "De qualquer maneira, a longo prazo, queremos levar o Oculus Rift para o Brasil. Estamos comprometidos com isso".

"Pode não ser logo no primeiro dia de lançamento do aparelho, mas queremos colocá-lo no máximo de mercados possíveis e, claro, o Brasil é um dos mais importantes pra gente".

Realidade virtual em 3ª pessoa

Complicações de mercado à parte, o desenvolvimento do Oculus Rift segue a passos firmes.

Um dos destaques da versão disponível para teste na Gamescom era o jogo "Lucky's Tale", uma colorida aventura tridimensional que lembra muito "Super Mario 64".

A surpresa vem ao perceber que se trata de uma aventura com visão em terceira pessoa, em que você vê o personagem andando pela tela, e não um game em primeira pessoa, como a esmagadora maioria dos títulos disponíveis para realidade virtual até agora.

A perspectiva abre novas e empolgantes possibilidades. Logo na tela principal, é possível ver a fase completa em que você vai jogar, como se fosse uma maquete animada.

Como acontece com qualquer experiência imersiva, é praticamente impossível não esticar a mão para tentar 'tocar' os gráficos, é tudo muito convincente.

Uma vez em jogo, você ajuda a raposinha Lucky a pular pelos cenários, coletar estrelas e desviar de obstáculos, mas a sensação é a de assistir a um desenho animado - com a diferença de que você está no comando.

Qualquer movimento da cabeça muda o ângulo de visão e é possível olhar ao redor para procurar passagens secretas ou simplesmente chegar mais perto de Lucky para ver ele e o cenário em mais detalhes.

Em certo ponto, Lucky deve atirar bombas em alvos e é o próprio olhar do jogador que serve como mira para os arremessos.

Outro toque sutil e bacana é que tanto o herói quanto os inimigos olham diretamente para você, como se o próprio jogador fizesse parte daquele universo, o que ajuda ainda mais na imersão.

  • Divulgação

    Criado por uma pequena equipe de desenvolvedores, "Lucky's Tale" foi publicado pela própria Oculus e, claro, por ora é exclusivo da plataforma.

É empolgante ver que, mesmo em fase de desenvolvimento, a empresa já se preocupa em diversificar a oferta de software, mostrando que há outros caminhos além de experiências com visão em primeira pessoa.

"'Lucky's Tale" é um jogo que foi projetado desde o começo para realidade virtual, não para outras plataformas", explica Palmer.

"Se você olhar pra trás, seja para jogos mobile, console ou qualquer outra plataforma, os melhores games são aqueles que tiram proveito dos pontos fortes  daquela plataforma específica".