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Para continuar relevante, "Call of Duty" promove volta às origens

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Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do Gamehall

12/10/2017 11h45

"Call of Duty" passou os últimos quatro anos (e, consequentemente, o mesmo número de edições do game) criando cenários futuristas para o tiroteio típico da série. Esse território inexplorado pela franquia até então - que se estabeleceu abordando a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, conflitos contemporâneos -, porém, acabou se mostrando saturado junto dos fãs.

Não que os últimos games da série tenham sido um fiasco completo de vendas, mas o tom da crítica aumentou ano a ano, até chegar ao seu auge com "Infinite Warfare", de 2016. É nesse cenário que "Call of Duty: WWII", convenientemente, será lançado em 3 de novembro.

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"Convenientemente" porque o jogo, como seu nome salienta, marcará um retorno da série de games de tiro às suas origens. E é tentador imaginar que esse isso seja efeito das críticas promovidas pela base de fã do jogo, mas segundo o produtor da Sledgehammer, Mike Mejia, tudo não passa de "muita sorte".

"Trabalhamos os últimos três anos no game e esse é um ciclo padrão de um 'Call of Duty'. Então não seria possível mudar os rumos no meio do caminho para responder às críticas. Por outro lado, ficamos felizes do game sair agora e demos sorte de atender aos desejos dos fãs", disse, em entrevista exclusiva ao UOL Jogos durante a BGS.

O 'DNA' de "Call of Duty"

Quem jogou o beta de "Call of Duty: WWII" ou, ainda, puder experimentar o game em uma das estações montadas pela Activision na BGS notará, de cara, que o jogo incorpora as principais características da série.

E, de acordo com Mejia, essa foi um dos pontos aos quais a Sledgehammer mais se dedicou. "Até pelas características das armas da Segunda Guerra, eu imagino que os combates eram mais estratégicos. Então procuramos adicionar isso ao jogo, mas de maneira que ele passasse aquela sensação de ser um 'Call of Duty'. E essa sensação é meio que algo sem explicação, envolve mapas melhor planejados [especialmente para o modo multiplayer], a ótima resposta da jogabilidade, o 'feeling' dos disparos das armas... É um conjunto de coisas que fazem a franquia ser o que é".

Call of Duty WW2 - Reprodução - Reprodução
Com objetivos e mapas grandes, o modo War é a principal novidade das partidas multiplayer em "Call of Duty WWII".
Imagem: Reprodução

Para o produtor, "WWII" homenageia o passado da série de tiro, coisa que ele acredita estar presente em todos os "Call of Duty". "Não deixa de ser uma homenagem às origens, mas cada um dos 'Call of Duty' lançados carrega características que fazem esse tipo de tributo. Com 'WWII' não é diferente".

"WWII", porém, não vive apenas de passado. Mejia se empolga ao falar do modo War, principal novidade para o multiplayer do game e que coloca grupos de jogadores em uma batalha para alcançar objetivos. "É algo que quebra totalmente a dinâmica conhecida de que o time que matar mais adversários irá ganhar. Decidimos criar algo que exija trabalho em equipe e, particularmente, estou muito contente com o resultado.

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Precisa ter todo ano?

Assim como franquias esportivas, "Call of Duty" estabeleceu um ciclo anual de lançamentos. Ao contrário desses games, porém, cada jogo novo da série traz história, personagens e ambientações novas, além de mudanças nas mecânicas de jogo. Mas dá tempo de inovar lançando um jogo por ano?

Call of Duty WWII - Reprodução - Reprodução
Como de costume, "Call of Duty: WWII" terá um modo zumbi onde quatro jogadores lutam contra mortos-vivos nazistas.
Imagem: Reprodução

O produtor não vê o calendário de lançamentos da série como um empecilho. "Temos três anos para criar um novo jogo da série e isso é suficiente. Outro fator que ajuda é que há três ótimas produtoras por trás de cada game", afirma, se referindo ao fato de que Sledgehammer, Infinity Ward e Treyarch se revezam na produção dos jogos.

O lançamento constante de novos games, na visão do produtor, também não atrapalha o cenário esportivo de "Call of Duty". "Essa mudança constante permite que novos jogadores entrem para as competições por se identificarem com elementos inéditos trazidos por um novo game. Por outro lado, os jogadores estabelecidos encontram o desafio de se renovar para continuarem se dando bem".

Golpe de sorte ou não, "WWII" parece ter caído nas graças dos jogadores. E prova disso é o desempenho do beta do game. Ao menos na versão para PC, essa versão de testes teve um pico de jogadores simultâneos 460% superior ao obtido por "Infinity Warfare" no primeiro final de semana após o seu lançamento, de acordo com dados do Steam - foram 84 mil pessoas jogando ao mesmo tempo contra 15 mil do game de 2016.

A real recepção do público, entretanto, só poderá ser medida após o lançamento do game, que acontecerá em 3 de novembro para PC, PlayStation 4 e Xbox One.