"Final Fantasy", para a Square Enix, é o que "Pokémon" representa para a Nintendo: por mais que a empresa mexa aqui e ali na fórmula original, sempre encontra um jeito de deixar cada episódio com cara de novo - e, o que é pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista), divertido a ponto de você não conseguir desgrudar do videogame.
Deixando de lado temas mais pesados, "Final Fantasy: The 4 Heroes of Light" segue outra linha ao narrar uma história que envolve a maldição lançada contra a cidade de Horne. Evidentemente, cabe aos protagonistas, conhecidos como herois da luz, viajar pelo mundo em busca de soluções para esse problema.
Tal como a história, a ambientação do game também contribui para um clima mais leve, pois esse episódio tem visual próximo daquilo que foi visto em "The Legend of Zelda: Spirit Tracks". Sendo assim, é possível dizer que a qualidade gráfica foi mantida em detrimento de outros aspectos mais tradicionais da série.
Coroas do poderA primeira novidade é que agora os movimentos dos personagens são contados por Action Points durante as lutas, que ainda seguem o esquema de turnos. Praticamente tudo é subtraído das cinco esferas disponíveis, e o personagem recupera um ponto a cada rodada - o que muda quando se usa Boost ou algum outro artifício que permita encher mais de uma parte do marcador.
Isso adiciona mais estratégia ao jogo, uma vez que movimentos mais poderosos tendem a gastar três ou mais círculos e o jogador precisa esperar para reutilizá-lo.
Outro ponto que merece destaque são as coroas, que determinam as profissões dos personagens. Existem 28 delas espalhadas pelo jogo, algumas obtidas durante o avanço, outras cumprindo exigências específicas. Verificar cada uma é importante não apenas para conhecer suas diferenças, mas também para elaborar estratégias durante os confrontos, já que elas oferecem uma habilidade especial.
Tanto os Action Points quanto as coroas dão vida nova aos confrontos da série, muitas vezes limitados ao clássico sistema de MP para magias e um movimento por combatente. Aliás, outra coisa interessante é que os guerreiros podem unir forças após serem cercados por uma aura dourada que aparece aleatoriamente, gerando um ataque combinado devastador e que facilmente bate a casa dos quatro dígitos após algumas horas de jogo.
Não bastassem os pontos mencionados, há ainda a adição de pequenos extras, como minigames, a possibilidade de evoluir armas e armaduras utilizando jóias - que são obtidas ao derrotar monstros, e um dos oito tipos é reduzido à metade ao ser derrotado - e a adição de missões paralelas que suportam até quatro jogadores em modo multiplayer e rendem pontos para a obtenção de equipamentos.
Como nem tudo é mágico no reino da fantasia, uma coisa acaba pesando contra o game: a parte sonora, que já teve dias melhores e sempre foi apontada como um dos elementos mais importantes de "Final Fantasy", que aqui não aparece com o nível usual de qualidade.
CONSIDERAÇÕES
Apesar do estilo leve, "Final Fantasy: The 4 Heroes of Light" está longe de ser um game para crianças devido à sua dificuldade e ao sistema de evolução, que não é tão rápido como em outro jogos da série. Porém, continua divertido e não deve nada aos antecessores.