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Orcs & Elves

03/12/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Antes dos RPG assumirem o formato atual, era comum que fossem representados em primeira pessoa, e quase sempre a aventura se resumia em explorar labirintos fechados. É o caso de games como "Wizardry" e "Eye of Beholder". O gênero teria influenciado "Doom", da Id Software, que viria a ser um dos pioneiros games de tiro em primeira pessoa. Agora, a mesma companhia resgata no Nintendo DS esses RPGs de antigamente.

Tão velho que parece novo

Dos criadores de "Doom"
Na verdade, "Orcs & Elves" foi desenvolvido originalmente para celulares, já que, sendo um jogo por turnos, não precisava de aparelhos de grande capacidade tecnológica. O estilo continua o mesmo para o Nintendo DS, mas, sendo um dispositivo especializado, o jogo ganhou muito mais fluidez. Por vezes, é tão dinâmico que pode passar a impressão de ser um game de ação.

Mas não é. Trata-se de um RPG à moda (bem) antiga, mas adaptado para que o controle seja o mais eficaz possível, livre de estresse. Tudo é bastante simples: o jogador controla apenas um personagem (que não pode ser modificado ou sequer dado um nome). O enredo apenas indica que o protagonista deve resgatar um rei, que foi levado para uma montanha que possui diversos labirintos. E sua companhia é um cajado falante.

Como um RPG de tabuleiro

Notadamente, "Doom" é a influência mais próxima para "Orcs & Elves": a visão é em primeira pessoa, mas não se trata de um game de ação. Na verdade, o personagem pode virar em ângulos de 90 graus e avançar de casa em casa, como num tabuleiro de xadrez, mas sem as demarcações. Os inimigos estão visíveis no mapa, mas eles se mexem somente quando o jogador pratica alguma ação.

Isso requer alguma estratégia para preparar os movimentos futuros. Como um RPG de turnos, os combates acontecem dentro das possibilidades matemáticas. Quando você ataca, o computador calcula o dano baseado no seu poder de ataque e na defesa dos oponentes, e também analisando as chances de um ataque crítico (que multiplica os danos) ou de simplesmente errar a ofensiva. O mesmo acontece com os inimigos.

Nem todas as ações "gastam" turnos. Virar ou consultar os itens pode ser feito sem ônus, mesmo estando rodeado de oponentes. No entanto, usar as poções, por exemplo, faz com que o tempo avance.

A mecânica de jogo não modifica com o passar do tempo. Basicamente, do começo ao fim do game, repetem-se as mesas ações. Isso faz com que, de fato, o game seja repetitivo, ainda mais pelo fato de os oponentes não serem muito variados (usa-se a troca de cores para fazer a diferenciação). A graça está na exploração em si, que combina elementos clássicos de RPG, como busca de informação, e um quê de quebra-cabeça. Como "Doom", os labirintos trazem passagens secretas.

De volta à simplicidade

Explore calabouços
A gama de movimentos não aumenta muito, mas isso não quer dizer que o seu personagem não evolua. Matando os monstros, ganha-se experiência, e quando esta chega num certo patamar, aumenta-se o level, também melhorando as capacidades do herói, como ataque e defesa. Mas não espere aquelas evoluções constantes: aqui leva-se bastante tempo para saltar de um nível para outro. Também é possível comprar novas armas, mas o dinheiro é escasso e os equipamentos são caros. Dá para pechinchar dependendo do humor do vendedor, mas, mesmo assim, a compra de espadas ou de armadura é um evento a ser comemorado, pois é raro acontecer, se comparado com RPGs mais modernos.

O arsenal pode não ser muito variado, mas é suficiente para se ter um nível mínimo de estratégia. A espada geralmente é forte, mas somente acerta quando muito próximo do alvo. Já a flecha e a magia, por exemplo, acertam de longe. Ainda há poderes mágicos especiais, mais potentes e abrangentes, mas gasta mais pontos de magia.

O esquema de controle é fácil e intuitivo. Tudo pode ser feito com a caneta, mas é melhor usar os direcionais e botões, deixando para a tela de toque apenas as ações mais eventuais, como o uso de itens. Troca de armas, acesso à tela de opções e de mapa, funções de uso mais freqüentes, estão alocados nos botões.

O visual é detalhado para os padrões do Nintendo DS, apesar de os quadriculados serem aparentes. O jogo roda com uma ótima fluência. Os cenários são em 3D, mas os inimigos são feitos de desenhos feitos à mão. Eles sempre estão de frente para você, com alguns poucos quadros de animação. Enfim, tudo isso faz lembrar do clássico "Doom". O som já não é tão característico e marcante quando clássico da Id Software, mas cumpre seu papel.

CONSIDERAÇÕES

"Orcs & Elves" adaptou os velhos RPGs de exploração de cavernas em primeira pessoa, deixando-os mais ágeis. O resultado é uma grata surpresa que deve mexer com o saudosismo dos jogadores mais antigos, e também conquistar novos fãs, de tão diferente que é dos RPGs atuais. O game mostra que não precisa ser uma superprodução para prender a atenção: "Orcs & Elves" traz diversão em sua essência e simplicidade. Há uma curiosidade genuína que move o jogador em desbravar todos os cantos do mapa, ainda que os combates sejam repetitivos.

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    Orcs and Elves (DS)

    39 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: id Software
    Lançamento: 13/11/2007
    Distribuidora: Electronic Arts
    Suporte: 1 jogador
    RecomendadoAvaliação:
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