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Phoenix Wright: Ace Attorney Justice for All

31/01/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Em 2001, a produtora Capcom lançou no Japão, para Game Boy Advance, um jogo diferente, sobre um tema pouco explorado até então em videogames. Era "Gyakuten Saiban" (que pode ser traduzido como o "Tribunal da Reviravolta"), um game que misturava adventure, investigação e batalha nas cortes de Justiça.

O game virou um sucesso e três edições já foram lançadas no país de origem. Os americanos só puderam conferir o carisma do game apenas no final de 2005, quando um remake do jogo original foi lançado nos EUA. Agora, chegou a vez da continuação "Justice for All" botar novamente ordem no tribunal.

Silêncio no recinto

"Phoenix Wright: Ace Attorney - Justice for All" tem os moldes de um adventure clássico, mas, como é guiado essencialmente por textos, pode até ser considerado uma novela interativa. No entanto, a estrela do game são as cenas de tribunal, em que o jogador deve buscar inconsistências nas declarações das testemunhas, usando de argumentos, manobras jurídicas e provas para chegar ao objetivo.

O jogador encarna novamente Phoenix Wright, um brilhante, mas inexperiente advogado, com seus indefectíveis cabelos espetados. "Justice for All" é composto por quatro casos, que vão ficando cada vez mais compridos. Apesar de ser uma continuação, os episódios são praticamente independentes, ou seja, não há necessidade em conhecer o antecessor.

O primeiro caso traz apenas o elemento principal do game, que é o julgamento, a batalha de argumentos entre Wright e os promotores. Também funciona como um tutorial, tendo como desculpa uma amnésia temporária do jovem advogado. Assim, os diálogos trazem instruções de como proceder na batalha jurídica.

Aliás, batalha é o termo apropriado, pois, vindo da produtora Capcom, inventora de "Street Fighter", as cenas mais parecem às de um jogo de luta. Toda vez que você aciona uma prova contundente, aparecem efeitos de velocidade, como se Phoenix Wright estivesse ativando um "super combo" de um "Rival Schools", por exemplo. Aliás, o design dos personagens entre este e "Phoenix Wright" tem muito em comum, o carisma principalmente, mas não tão excêntrico quanto o game de luta.

"Juro dizer a verdade"

A mecânica de tribunal consiste em ouvir as testemunhas e procurar por furos em seus argumentos. O ponta-pé inicial para conseguir isso se dá ao pressionar o interrogado, podendo, assim, obter novas informações. A opção de pressionar também pode abrir novas possibilidades, ou seja, ativar mais opções.

A estrutura é totalmente linear, ou seja, só há uma ação certa para fazer em cada situação. Apresentar provas ou evidências erradas faz com que a barra de "energia" do Wright se desgaste. Ao zerar o medidor, você perde imediatamente o caso.

Sempre há uma lógica para a solução dos "enigmas", mas nem sempre isso está escancarado. Como é possível salvar a qualquer momento, o jogador provavelmente ficará testando todas as opções plausíveis - às vezes até mesmo aquelas que, aparentemente, não fazem o menor sentido. Se não der certo, basta retomar os dados.

Apesar de a mecânica ter suas falhas, "Phoenix Wright" conquista mesmo é pelo enredo. Os personagens são carismáticos e os casos, intrigantes. Muitas vezes, a realidade é deixada de lado, para abordar elementos mais fantásticos, como a mediunidade. Em todos os casos, como diz o título do game em japonês, há diversas reviravoltas. O game não escapa de alguns clichês da literatura de detetive, mas isso não arranha a diversão.

Quebrando barreiras

Quando Wright não está nos tribunais, ele está investigando e coletando informações na rua. Nesse caso, o sistema é de um adventure clássico. Você percorre diversos lugares, verifica o ambiente, fala com as pessoas e com isso vai ativando opções para avançar na trama. Não há muito segredo aqui: basta ativar todas as opções que forem aparecendo, na maioria das vezes.

O funcionamento do game é exatamente igual ao primeiro jogo. A única novidade de "Justice for All" é um elemento chamado psyche-lock. Com ele, toda vez que você encontrar um personagem que tenha algo a esconder, aparecem cadeados ao seu redor. Para destrancá-los, você precisa fazer como no tribunal: apresentar evidências e provas que desfaçam os argumentos da pessoa. Com isso, você pode conseguir informações para resolver o caso.

O primeiro "Phoenix Wright" trazia um caso extra, inexistente da versão para Game Boy Advance, e aproveitava os recursos do Nintendo DS. Mas "Justice for All" não tem nada disso. Toda a interface é baseada no original, ou seja, foi feita para ser comandada com direcional e botões. Você pode usar também a caneta - ela é melhor em algumas partes, mas não muito. O jogador também pode usar comando de voz, mas é enfadonho, pois você precisa apertar um botão antes.

A aventura é bem extensa, mas depois de terminado, não há muitos motivos para retomar uma nova partida. É como ler um livro duas vezes.

Advogados radicais

O visual é de quadrinho japonês. As "ações" acontecem com pequenas animações e efeitos especiais. Muito dos desenhos foram reciclados do antecessor: é o mesmo tribunal, o mesmo escritório de advocacia, a mesma prisão. Até mesmo a imagem de Phoenix Wright é igual.

Mas o que importa são os textos. Há, infelizmente, alguns problemas de digitação, mas a equipe de localização conseguiu "traduzir" o humor da série, acrescentando referências do mundo ocidental, além de piadas vindas de filmes como "Top Gun" ou séries como "Um Maluco no Pedaço" ("The Fresh Prince of Bel-Air").

A trilha sonora pode parecer um pouco antiquada, às vezes lembrando videogames mais antigos, mas é responsável por completar o clima de suspense ou daquela reviravolta espetacular. As falas se resumem às famosas interjeições como "Objection!" e "Hold It!", mas não se pode exigir muito mais do portátil da Nintendo.

CONSIDERAÇÕES

"Phoenix Wright: Ace Attorney - Justice for All" é mais do mesmo. O mesmo enredo empolgante, os mesmos personagens carismáticos (e alguns novos rostos), o mesmo sistema que, mesmo com falhas, traz as emoções de um tribunal. É uma pena que, desta vez, não tenha um extra a mais para compensar o tempo perdido.

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    GALERIA

    Phoenix Wright: Ace Attorney Justice for All (DS)

    30 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Capcom
    Lançamento: 16/01/2007
    Distribuidora: Capcom
    Suporte: 1 jogador
    Outras plataformas: WII
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