Tetris DS

da Redação

Criado pelo russo Alexey Pajitnov em 1988, "Tetris" é simplesmente de um dos jogos mais populares de todos os tempos. É muito difícil encontrar alguém que nunca tenha passado alguns minutos (ou horas) encaixando as pecinhas de maneira a formar linhas perfeitas.

Partindo do princípio que "Tetris" já foi adaptado a praticamente todas as plataformas existentes - sem falar nas inúmeras e incessantes variações - era de se esperar que o Nintendo DS também fizesse parte da lista, esperando-se que a versão tirasse vantagem dos recursos inovadores do portátil.

As peças da Nintendo

De fato, é possível utilizar a tela sensível em uma das modalidades do jogo, como será detalhado daqui a pouco, mas "Tetris DS" ainda vai além, apresentando temas baseados em grandes clássicos da era 8 bits da Nintendo, como "Super Mario Bros.", "Donkey Kong", "The Legend of Zelda" e "Metroid", da própria produtora, e de outros títulos não tão populares, como "Balloon Fight", "Excite Bike" e "Yoshi's Cookie".

É sob este clima total de nostalgia que "Tetris DS" se desenvolve, com aparições de Samus, Mario, Link e outros célebres, bem como cenas e canções de seus respectivos jogos. É um diferencial que só a Nintendo pode explorar, e o faz muito bem, ainda que, neste caso, a presença das franquias não seja das mais profundas ou criativas.

Não existe jogo mais manjado que "Tetris", por isso, cada modalidade no DS tenta inovar de alguma maneira - afinal, os mais puristas, que desejam o game em sua essência, podem encontrá-lo até de graça, na internet.

Algumas das novidades apresentadas em "Tetris DS" agem na essência da criação de Pajitnov e, na maioria das vezes, têm o objetivo de facilitar a vida do jogador. Para começar, existe uma espécie de banco de peças que possibilita "guardar" o bloco atual para uso posterior, trocando-o pelo próximo da lista. O recurso é particularmente útil quando a peça atual não serve para o contexto, já que oferece uma alternativa que pode ser de mais valia.

Outro expediente permitido é girar a peça constantemente assim que ela toca em alguma outra, evitando que se encaixe e ganhando algum tempo para pensar. Na verdade, o procedimento é útil somente em algumas situações específicas, já que em "Tetris DS" a luta contra o tempo é freqüente, então não vale muito a pena desperdiçá-lo sem razão. Uma pena que esse "truque" do giro infinito não possa ser desligado.

Ainda na linha "vamos facilitar a vida do jogador", há a "ghost piece", que mostra ao jogador, em tempo real, onde a peça será encaixada antes mesmo de cair. Com isso, fica bem mais difícil acontecer aqueles momentos de lamentação (que beiram a raiva) por ter errado no encaixe de uma determinada peça. Contudo, este auxílio pode ser desligado no menu de opções.

Encaixando-se em qualquer situação

"Tetris DS" é pródigo em termos de modalidades e até mesmo a mais comum delas, a Standard, é especial. Isso graças a Mario, já que a tela superior exibe cenas de "Super Mario Bros." e o próprio jogo é embalado pelo tema do bigodudo. O objetivo é simples: formar linhas exatas de blocos, eliminando-as. A velocidade da queda das peças acelera progressivamente, então é preciso aproveitar para fazer a maior pontuação possível.

O Push Mode, por sua vez, pressupõe obrigatoriamente um oponente, pois a meta é "empurrá-lo" para fora da tela, eliminando pelo menos duas linhas de blocos por vez. Porém, é bom ficar esperto, pois o adversário tenta fazer o mesmo com você. Como é possível presumir, nesta modalidade o ritmo é bastante intenso.

Já o Touch Mode tira vantagem da tela sensível do DS, exibindo nela um amontoado de blocos que pode ser movimentado. Com o auxílio da stylus, é preciso movimentá-los, encaixando-os para formar as famosas e desejadas linhas, eliminando a pilha bagunçada. Aqui, os momentos mais bacanas ficam por conta dos combos, muitas vezes involuntários e inesperados, já que nem sempre é possível prever com exatidão o que vai acontecer após a queda da fileira superior de peças.

No Puzzle Mode, com Mario e Yoshi, são apresentadas situações específicas que devem ser solucionadas através de um número limitado de blocos, exibido na tela inferior. Após escolher o desejado, ele cai automaticamente e, se a decisão tomada for errada, nada resta a fazer senão tentar novamente (ou desistir?).

O Mission Mode, muito desafiador, baseia-se em objetivos. Por exemplo: eliminar duas fileiras com um determinado bloco, o que deve ser feito sem muita demora ou precipitações, pois senão o game pune o jogador com pilhas extras de blocos.

Finalmente, o Catch Mode, devidamente tematizado com "Metroid", é uma das modalidades que mais chama a atenção e se diferencia do "Tetris" habitual, até invertendo algumas das regras. Ao invés de controlar as peças que caem, você comanda um bloco na tela inferior, sendo necessário rotacioná-lo para encaixar os blocos.

Como se não bastasse, cada uma das modalidades têm níveis de dificuldade diferentes e algumas até oferecem subvariações. Enfim, um verdadeiro banquete para aqueles que admiram "Tetris".

É Tetris!

Infelizmente, toda a riqueza de variedade do single-player fica por lá. No multiplayer, que suporta até dez participantes via conexão sem fio ou através da própria rede do portátil, a Nintendo Wi-Fi Connection, as alternativas são bem mais modestas, limitando-se aos modos Standard, Mission e Push.

Ao menos, no Standard Mode, por exemplo, os famosos itens de Mario (principalmente "Mario Kart") ajudam a apimentar um pouco mais a disputa contra os adversários de carne e osso, com efeitos similares aos conhecidos - a estrelinha, por exemplo, deixa você imune às investidas adversárias por algum tempo, enquanto o casquinho marrom limpa duas fileiras de peças.

Mesmo que não seja muita coisa, é suficiente para levar a diversão do jogo ao multiplayer, embora outros modos pudessem ter sido transpostos de alguma forma também.