Too Human

da Redação

Vocês se lembram de Blood Omen: Legacy of Kain? Esse predecessor de Soul Reaver era um simples RPG de ação 2D para o PSX. Lançado em 1996 pela Crystal Dynamics, o jogo recebeu excelentes críticas e com incrível jogabilidade e um dos enredos mais adultos já vistos em um console, acabou mesmo assim permanecendo no anonimato - em grande parte por um marketing pouco agressivo. Isso causou o desligamento com a Crystal Dynamics, que ficou com o nome Legacy of Kain e fez por conta própria Soul Reaver.

Em 1999 a empresa exibiu pela primeira vez Too Human, seu RPG de 4 discos para PSX. O jogo deixou todo mundo de queixo caído: ele rodava em alta resolução (640x480), com enormes mundos e sem pop-up ou névoa. O jogo seria lançado em 2000 e já contava com uma grande legião de fãs. Só que no ano seguinte tudo isso mudou: a Nintendo comprou a Silicon Knights e o jogo foi transferido para o GameCube. Para quem não sabe, Eternal Darkness está sendo desenvolvido pela mesma empresa.

Infelizmente, a Silicon Knights faz questão de sigilo absoluto sobre Too Human. Nenhuma cena de jogo foi mostrada, apenas alguns FMVs da versão de PlayStation que, segundo o presidente da empresa e líder do projeto, Dennis Dyack, não estão melhores do que o visual da parte jogável.

Too Human traz como protagonista John Franks, um simples humano em 2450 d.C. Nesse universo que empresta muito do clássico Blade Runner, é possível receber 'upgrades' na forma de manipulação genética ou implantes biônicos: você pode se tornar mais forte, mais rápido, mais inteligente... contanto que disponha do dinheiro necessário para tal. Com isso, a empresa pretende explorar a seguinte pergunta: em meio à tanta perfeição, é possível ser humano demais?

Segundo relatos, Too Human seria uma mistura de Blood Omen, Zelda, Deus Ex e Final Fantasy: a maturidade de Blood Omen, o controle de Zelda, a versatilidade de Deus Ex e a narrativa cinematográfica de Final Fantasy. Em um enorme mundo cheio de personagens variados, você controla Franks da maneira que bem entender: seja furtivo e o jogo apresentará o suspense de Metal Gear. Mas se você for violento e destrutivo, ele terá o ritmo de Quake.

O sistema de experiência também promete quebrar os moldes tradicionais. Nada de ganhar pontos que aumentam os atributos do personagem: você precisa comprar os tais 'upgrades cibernéticos' para personalizar Franks. A Silicon Knights promete alguns dos mais originais implantes já vistos... e pelo que eles já mostraram dos efeitos psicológicos de Eternal Darkness, não há motivos para duvidar deles.

Outra grande diferença é a estrutura do jogo. Segundo Dyack, jogadores não terão de conversar com inúmeros NPCs (personagens controlados pelo computador) como nos RPGs tradicionais. Da mesma forma, o jogo se apresentará de forma não-linear, e suas opções influenciam o que acontece mais para frente no jogo.

Infelizmente, a empresa precisa terminar Eternal Darkness antes de se dedicar completamente a Too Human. Mas como o jogo já estava quase pronto para PSX, é possível que o título aparece ainda na primeira metade de 2002. E a Nintendo sabe que esse título sozinho seria capaz de fazer milagres pela imagem de "infantilidade" da empresa.