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03/03/2011 - 12h00

Direto da GDC: Jordan Mechner relembra criação de "Prince of Persia"

THÉO AZEVEDO
De San Francisco

Divulgação

Em palestra na GDC 2011, Jordan Mechner falou em detalhes sobre a criação de "Prince of Persia"

Em palestra na GDC 2011, Jordan Mechner falou em detalhes sobre a criação de "Prince of Persia"

Em meados da década de 80 não havia um adolescente que não tivesse visto "Os Goonies" e "Gremlins" no cinema, jogado o fliperama de "Donkey Kong" ou que não se fascinasse com a ideia de ter um videocassete em casa. Era essa também a realidade do jovem Jordan Mechner, que aos 20 anos se questionava quanto a investir na carreira de produtor de games.

Para a sorte dos fãs de "Prince of Persia", Mechner escolheu perseguir seu sonho e, na Game Developers Conference 2011, que acontece em San Francisco, nos EUA, relembrou a trajetória por trás de uma das franquias de aventura mais populares do mundo do entretenimento.

Na verdade, "Prince of Persia" foi o segundo hit de Mechner que, com menos de 20 anos, já emplacara "Karateka", para o Apple II. Na época, 1984, ele ainda era graduando da Universidade de Yale. Sonhador, queria fazer filmes (o que, de fato, mais tarde ele faria), mas também reunir em um novo jogo as referências culturais que mais gostava no cinema, como a ação visceral de "Indiana Jones e os Cavaleiros da Arca Perdida" e o clima de "As Mil e Uma Noites" de "O Ladrão de Bagdá", que estreou em 1940.

"Na época, o publisher estava esperando que eu fizesse 'Karateka 2', então imagino que eles ficaram um pouco desapontados [risos]", conta Mechner. Na cabeça dele, seu novo projeto deveria ser uma mistura do lendário "Lode Runner" com o própriio "Karateka", como se fosse um filme na tela do Apple II. Bastante ousado.

"Péssimo animador", como ele próprio se define, Mechner decidiu usar a rotoscopia, técnica que permite redesenhar quadros de filmagens para serem usados em animação, para dar vida a "Prince of Persia": "Em 1986 uma câmera VHS custava uns US$ US$ 2.500. Comprei uma com o meu primeiro cartão de crédito e filmei os movimentos do meu irmão, David, então com 16 anos", explica.

A ideia deu tão certo que o estilo de animação de "Prince of Persia", das corridas do protagonista aos perigosos saltos, tornaram-se uma marca registrada do game. "Meu irmão não era lá muito bom, mas sabe como é: ele topou fazer de graça", diverte-se Mechner.

Veja a versão de "Prince of Persia" para Apple II


A ordem dos fatores

É interessante pensar que o game designer só se debruçou de fato sobre o conceito de "Prince of Persia" após fazer uma prova de testes bem-sucedida com a técnica de animação: "Não sei se funciona como conselho pra vocês, mas comecei fazendo um personagem que corria e pulava, e desenvolvi o jogo a partir disso".

Com dois anos de produção, Mechner tinha em mãos uma aventura interessante, bastante vertical e cheia de perigos, mas... será que era divertida? "As pessoas achavam o game lindo, mas jogavam um pouco e abandonavam. Isso não era bom". Foi quando ele se deu conta de que apenas a "sobrevivência" não seria recompensa suficiente para os jogadores. A solução? Acrescentar os combates de espada.

Não que Mechner tenha gostado da idéia. Pelo contrário: originalmente ele queria um jogo de progressão, sem sequências de ação ou coisa do gênero, mas acabou dando o braço a torcer: "Com profundo desapego à lei de direitos autorais, 'me inspirei' nos combates de 'As Aventuras de Robin Hood'".

Divulgação
Jordan Mechner criou sozinho o primeiro "Prince of Persia", lançado em 1989


Em 1989, com trilha sonora feita pelo pai de Mechner, "Prince of Persia" enfim chegou ao Apple II e... foi uma decepção. É que a plataforma àquela altura estava em franco declínio, o que atrapalhou os planos do game designer e da publisher na época - a Broderbund. O game só decolaria no ano seguinte, com o lançamento da versão para PC, com direito a gráficos e sons melhorados.

O "Prince of Persia" original vendeu 2 milhões de cópias e criou uma franquia que segue firme e forte até os dias de hoje, entre altos e alguns baixo, com dezenas de versões para um sem número de plataformas. Outro fato marcante foi a estreia do filme, "Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo", no ano passado.

E Jordan Mechner segue a sua carreira podendo se gabar por ser um dos raros game designers que, ao longo dos anos, fez a sua franquia trabalhar para ele. Seu nome sempre esteve associado à "Prince of Persia" e nada dá sinais de que isso mude - e ele também não parece se importar nem um pouco com o fato.

Veja entrevista com Mechner sobre o filme "Prince of Persia"

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