Star Wars: Battlefront

da Redação

Houve uma época em que a capacidade de reviver as batalhas históricas da popular série de filmes "Guerra nas Estrelas" parecia um sonho para os adolescentes que cresceram com os filmes de George Lucas. Esse panorama mudou bastante, porém, com uma inundação de títulos da LucasArts que ofereceram exatamente isso. Agora, a tendência é ver os mais populares gêneros dos videogames estão sendo adaptados para funcionar no universo de Luke e Anakin Skywalker - "Battlefront" sendo o mais novo exemplar.

O game é uma cópia direta de "Battlefield 1942", algo que o título nem se dá ao trabalho de disfarçar. A mecânica é a mesma: duas facções rivais disputam pontos de controle em um mapa, que servem de "torneira" para novos soldados. O objetivo é esgotar as forças do inimigo (matando oponentes e controlando pontos para diminuir a chegada de reforços) ou dominando todos esses pontos de controle de uma só vez. A diferença é que todos os mapas e unidades - que incluem uma grande variedade de veículos - vem direto dos cinco filmes de Lucas.

Nenhum jogo é uma ilha

"Battlefront" oferece uma opção para um jogador, mas assim como em "Battlefield", a melhor opção é ignorá-la. Além de forçar você a depender e enfrentar algumas das piores inteligências artificiais já vistas, o game peca pela falta de coesão: o jogador é simplesmente carregado por batalhas dos filmes em ordem cronológica, trocando de lado constantemente e sem o mínimo de continuidade para prender a atenção. Uma segunda variedade de campanha adiciona um elemento estratégico com planetas a serem conquistados (algo que poderia ter sido interessante no multiplayer), mas os problemas com inteligência artificial se repetem - e é especialmente deprimente ver um personagem de peso como Darth Vader preso no cenário sem conseguir se mover.

A opção multiplayer online é o caminho certo para quem pretende comprar o game, como em "Battlefield". A presença de outros jogadores humanos faz uma grande diferença, mesmo com muitos bots (guerreiros controlados pelo computador) ajudando no volume dos conflitos. Usando certos comandos, o jogador pode recrutar alguns desses bots para servir de reforço - dando uma sensação épica para as lutas.

Mas o maior destaque acaba ficando por conta dos veículos. De X-Wings a Snowspeeders, passando pelo imortalizado AT-AT, essas máquinas são capazes de alterar perceptivelmente o equilíbrio de uma batalha. Eles são extremamente poderosos (como nos filmes), e exigem uma atenção especial para seus oponentes. Felizmente, os truques vistos no cinema como usar armadilhas feitas de troncos ou prender pés com cabos metálicos foram reproduzidos no game. É uma pena que muitos mapas sejam claustrofóbicos para a maioria deles.

Trará ele Equilíbrio à Força?

Equilíbrio é tudo em um jogo desse estilo, e esse é provavelmente o maior problema de "Battlefront". A força dos veículos é parcialmente responsável por isso, mas o design dos mapas acaba tendo um papel muito maior. Sua fidelidade excessiva ao cânone de George Lucas acaba favorecendo certas unidades e lados - tudo isso deixa muito pouco espaço para estratégias criativas, mesmo levando em conta que cada facção conta com unidades únicas. Não se surpreenda quando um exército de pilotos começar a lutar com membros da própria equipe pelo controle de veículos.