Sam & Max Episode 2: Situation Comedy

da Redação

O retorno de "Sam & Max" em formato de episódios, embora louvável, ousado e bem-vindo, era uma incógnita que, com o segundo capítulo, enfim começa a ser desvelada. Embora a duração de cada um deles seja curta e a quantidade de ações disponíveis muito menor que a do original, pode-se dizer que a Telltale Games está no caminho certo.

Cada capítulo conta uma história diferente, mas revela, aos poucos, lances de um fato principal que será consumado no sexto e derradeiro episódio, que conclui a primeira temporada de "Sam & Max". Em "Situation Comedy", Myra Stump, apresentadora de um talk show da WARP TV, empolgada com a audiência, enlouquece e decide manter o auditório como refém por 3 dias.

Logo Sam e Max são chamados para resolver o problema, mas para conseguir chegar a Myra Stump, a dupla precisa passar por uma série de programas no estúdio da emissora, uma sacada e tanto da Telltale, pois dá margem a uma série de situações originais caracterizadas pelo humor típico da série, debochado e cheio de piadas.

Duas horas de fama

Os protagonistas estréiam na televisão como protagonistas de Midtown Cowboys, uma típica sitcom em que eles encarnam dois caubóis, com o objetivo de esconder uma vaca do síndico do apartamento - não vamos contar para não estragar a surpresa, mas o síndico é uma criatura, no mínimo, surpreendente. Durante o programa, não faltam aquelas risadas gravadas e que são ouvidas em certos seriados ("Chaves", por exemplo), sem falar nas piadas que, de tão sem nexo, acabam mesmo causando risos.

Depois, vêm Cooking Without Looking, um programa de culinária bastante exótico; Embarassing Idol, paródia do show de talentos "American Idol"; e Who Will Never Be a Millionaire que, por sua vez, é uma sátira de "Who Wants to be a Millionaire", inspirador de "Show do Milhão", de Silvio Santos. É, do início ao fim, uma tiração de sarro à televisão popular norte-americana. Mesmo a apresentadora Stump tem claras origens em Ophra, que comanda o famoso Oprah Winfrey Show, nos Estados Unidos.

O espírito do humor que consagrou "Sam & Max" nos anos 90 foi capturado de forma magistral e talvez esse seja o principal atrativo de "Situation Comedy" que consegue ser tão engraçado quanto seu antecessor, "Culture Shock". Não engraçado o suficiente, no entanto, para compensar a curta duração do episódio que, com média inferior a duas horas, consegue a proeza de ser mais curto que o anterior.

A melhor parte continua sendo degustar o jogo, ou seja, curti-lo com calma, explorando cada diálogo, pois como é tradição na série, há muito conteúdo "meramente ilustrativo" - ou seja, que não tem uma conexão direta com a trama principal -, mas que ajuda a fazer de "Sam & Max" uma fonte maravilhosa de humor sarcástico e inteligente.

Acabou?

É quase um chavão, mas é impossível não dizer: que pena que acaba tão rápido. A composição dos personagens, caprichada nas vozes, no design e até mesmo na própria personalidade, dá vontade de encontrar muitos outros antes do fim da trama, testar cada fala, interagir com itens etc. Mesmo os cenários do estúdio também receberam um tratamento bacana, refletindo o estilo de cada programa com maestria.

Para aqueles que gostaram de "Culture Shock", "Situation Comedy" é simplesmente indispensável. Quem ainda não experimentou o retorno dos detetives, no entanto, até pode começar por este capítulo, mas o mais indicado ainda é seguir a ordem, para não correr o risco de perder o fio da meada e, principalmente, para poder aproveitar a temporada ao máximo.