Zoo Tycoon 2

da Redação

Não foram poucos que se apaixonaram pela oportunidade de criar um parque de diversões, algo que ficou claro com as altas vendas de "Rollercoaster Tycoon". A Microsoft tentou seguir a onda com "Zoo Tycoon", mas apesar do tema interessante e uma abordagem enciclopédica, o game cometeu alguns sérios erros. A continuação conserta os principais, mas restringe o desafio.

"Zoo Tycoon 2" permite não apenas que os jogadores construam zoológicos em três dimensões - planejando jaulas, caminhos, lojas e habitats -, mas também visitem suas próprias criações como um visitante, tirando fotos e ajudando a cuidar dos animais. Essa novidade sozinha já aumenta bastante o apelo do game. Some isso com uma enciclopédia que cobre os cerca de 30 animais disponíveis e uma tradução excelente para o português, e você já tem uma ótima opção para a criançada.

A nova interface facilita muito o processo de construção do parque, permitindo que desníveis sejam utilizados de forma eficiente na hora da construção de obstáculos, que servem para impedir a fuga dos animais. Com uma ferramenta simples de pincel, jogadores podem transformar um ambiente em diversos tipos de biomas: savana, floresta tropical, tundra e muito mais. Como essas duas ferramentas - pincel e ajuste de desníveis - não custam virtualmente um centavo para o empreendedor, o jogo deixa claro que é voltado mais para a experimentação das crianças do que como um desafio de gerenciamento econômico.

Faltou confusão

Alguns dos elementos realísticos do jogo anterior fazem muita falta na continuação. Quem não se lembra do erro de colocar uma árvore que passava por cima da cerca na jaula dos macacos que culminava na fuga dos mesmos? Nesta continuação os animais não fogem. Você pode soltar um leão no meio dos visitantes sem problema nenhum. Aliás, eles ignoram animais que não estão em cativeiro. Da mesma forma, é possível colocar predadores no mesmo espaço que suas presas. É verdade que animais que não são selvagens podem ser mais mansos, mas que tigre ignoraria um pavão?

Isso não quer dizer que animais não atacam uns aos outros. Eles farão isso quando não estão contentes. Infelizmente, muitos animais podem ficar presos em desníveis (como uma cachoeira para pingüins ou um fosso para elefantes), forçando o jogador a removê-los manualmente da armadilha imposta por sua burrice artificial. Essas situações tiram parte do prazer do game, mas não são problemáticas para jogadores descontraídos.

Gerente atarefado

A habilidade de fazer o trabalho de tratadores e faxineiros entrando no parque - com um desempenho equivalente do de dezenas de funcionários - e visitantes extremamente generosos acabam com boa parte do desafio do game. Existem uma série de fases com objetivos específicos, mas a maior dificuldade na maioria deles é esperar o tempo passar para completar a fase ou recolher dinheiro. Aqueles que quiserem pular essa parte podem optar pela modalidade Caixa de Areia, que tem dinheiro infinito e todos os recursos disponíveis.

O jogo tem gráficos simples e roda bem em máquinas modestas na opção de detalhe mínimo - que não compromete o game a ponto de deixá-lo intragável. Carregar alguns elementos, como a enciclopédia, causa pausas exageradas, mas nada muito sério.