09/08/2002
da Redação
Apesar de um desenvolvimento bastante conturbado, UFO: Aftermath é um jogo que promete. Explicando: esse jogo começou como o sucessor espiritual de X-Com em 3D, sendo inclusive desenvolvido pela Mythos, responsável pelos títulos anteriores - nessa época, o jogo se chamava Dreamland Chronicles. No meio de algumas aquisições de empresas, o que restou do game foi repassado para a Altar, que o rebatizou de Freedom Ridge. Agora, o jogo já está em estado apresentável, e ganha um novo nome - UFO: Aftermath.
Para quem não sabe, X-Com era um simulador estratégico que misturava duas fases independentes. Por um lado, você precisava gerenciar bases de operações pelo mundo, levando em conta uma quantia limitada de dinheiro, protegendo países (que financiavam sua empreitada) e pesquisando novas tecnologias para combater uma ameaça alienígena. No momento em que ocorria um ataque, você precisava enviar sua força especial para algum lugar do mundo, para então ingressar na segunda porção do jogo: combate tático baseado em turnos.
O jogo trazia inúmeras idéias interessantes. Cada personagem tinha atributos próprios, e devia ser equipado individualmente. Com o sucesso de cada missão eles ganham níveis e ficam melhores, além de coletar equipamento alienígena, assim como seus corpos e espécimes vivos. Estes podiam ser estudados de volta na base, liberando novas tecnologias.
X-Com não vendeu bem originalmente, mas depois de algum tempo o boca-a-boca garantiu ao título sua fama devida, e o jogo começou a voar das prateleiras. Essa nova versão parece bastante parecida com o original - só que em 3D.
A trama mudou: uma nave alienígena em órbita da Terra libera milhares de esporas que cobrem a luz do Sol. Depois de sete dias, essas esporas provocam uma chuva que acaba com grande parte da vida no planeta. Os poucos sobreviventes são aqueles que se se esconderam em abrigos subterrâneos. Após algumas semanas, as esporas se desintegram, tornando possível novamente andar pela superfície da Terra. Sua missão agora é fazer contato com as outras pessoas vivas, descobrir o que aconteceu e partir para o contra-ataque.
Houveram algumas pequenas alterações na fórmula original. O gerenciamento das bases foi bastante simplificado - elas agora precisam ser dominadas, e não construidas. Os gráficos agora são totalmente tridimensionais, trazendo um grande salto visual comparado com o original. As missões agora são geradas aleatoriamente, fazendo desnecessária a caça aos OVNIs de antes. Mas os objetivos continuam os mesmos: atacar uma nave derrubada, defender uma cidade sitiada, atacar uma base ou defender uma base. Só para esclarecer: isso não significa que o jogo terá missões lineares pré-definidas. Cabe ao jogador escolher quais das opções oferecidas são mais importantes.
Mas a maior diferença nessa nova versão é que a parte de combate não será baseada em turnos... e tampouco em tempo real. Emprestando uma das mudanças de X-Com: Genesis, você prepara as ordens de seus soldados com o jogo pausado, para então ver tudo acontecendo em tempo real ao final do turno. Isso garante mais emoção e surpresas - além de ser mais realista que o modelo anterior.
Em resumo: UFO: Aftermath não é X-Com. Mas está se esforçando para honrar sua tradição. Os membros da equipe tcheca que está desenvolvendo o jogo não escondem sua admiração pelo original, e garantem que estão suando para agradar os fãs da série.