Unreal II: The Awakening

da Redação

Em 1998, a Epic impressionou público e crítica com o lançamento de Unreal, um jogo que deu gigantescos passos na qualidade gráfica 3D do PC. E quase quatro anos depois, a Legend recebe a tocha deixada pela Epic para produzir a continuação oficial do título, não apenas decidida a superar a revolução visual do primeiro jogo da série, mas também dar um salto ainda maior de design e jogabilidade. Estamos falando do que pode muito bem ser o paralelo de Titanic para o PC.

Na época em que foi lançado, Unreal tentou colocar um pouco de enredo nos jogos de tiro. Além de contar com uma trama que não envolvia nem nazistas nem portais para dimensões infernais, você controlava um presidiário que estava sendo transferido para uma nova cadeia, mas infelizmente a nave é abatida e você deve sobreviver aos perigos naturais do local e descobrir mais sobre o que aconteceu. Os pequenos pedaços de informação eram dados através de um pequeno PDA, apenas com texto. Em Unreal II, o universo é o mesmo do primeiro, mas com uma trama completamente diferente. E a Legend aposta alto na história...

Você faz parte de uma polícia espacial de fronteira. Imaginem uma espécie de xerife em uma cidade no meio do nada. Só que ao invés de uma cidade, você patrulha planetas dentro de uma velha nave caindo aos pedaços, com armamentos capazes de destruir prédios inteiros. Com você estão três companheiros: Aida, que cuida do controle da missão, Ne´Ban, um piloto alienígena e Isaak, um engenheiro temperamental que é parte mêcanico, parte cientista. Juntos, os quatros cuidam de um pequeno planeta onde serão encontrados artefatos antigos de uma civilização dada como extinta. Imediatamente, todo mundo na galáxia quer se apropriar desses artefatos... e cabe à vocês garantir que ninguém os roube.

De mercenários à estranhos alienígenas, você enfrentará todo tipo de problema e inimigo, com objetivos que podem mudar no decorrer da ação. Algo semelhante ao que foi feito em Starcraft: além das típicas missões de destruir tudo que aparecer na frente, você por vezes deverá escoltar pessoas em segurança, se infiltrar em território inimigo furtivamente e roubar as coisas mais estranhas e simplesmente chegar vivo aos seus destinos... e essas missões podem ter seus objetivos mudados de uma hora para outra. Pense nas situações que Gordon Freeman passou em Half-Life - você está apenas tentando fugir vivo da base, quando descobre que o governo está trazendo tropas alienígenas para dominar o mundo e só VOCÊ pode impedí-los (isso acontece comigo o tempo inteiro!). A equipe de design não esconde sua admiração por Deus Ex e Half-Life.

Para garantir o desenvolvimento da trama, entre cada missão você voltará para a sua nave, a Atlantis, onde poderá treinar no Holodeck (uma sala de hologramas virtuais), descansar no seu próprio quarto (que pode ser personalizado), conversar com seus colegas - que reagem de acordo com as opções selecionadas, estudar os objetivos da próxima missão, ou até mesmo adotar um mascote e cuidar dele!

E não pense que esse tipo de interação só acontecerá entre uma fase e outra. Além de ter a opção de comandar pequenas tropas de cerca de quatro aliados em algumas missões e pedir ajuda para seus três companheiros da Atlantis, Unreal II trará seqüências especiais no meio da ação. Alguns exemplos mostrados na demonstração deixaram todos de queixo caído. Um exemplo para deixar todos salivando:

Seu personagem é mandado para cuidar de um confronto em uma base no planeta. Você é deixado perto do local e vê a Atlantis desaparecendo no céu. Aida entra em contato por rádio dizendo que a base deve estar uns 500 metros atrás de você. O ambiente é repleto de montanhas de pedra e gelo, com alguns buracos dos quais emanam erupções de fogo. Dando meia volta, uma base mostra sinais de batalha. "Cuidado com os bandidos", adiciona Aida.

Você corre para a base, toda cheia de marcas de tiros e queimaduras. Subindo a rampa, um longo corredor iluminada por lâmpadas fluorescentes leva à sala de controle onde mercenários humanos e aliens cheios de armaduras e com seis membros, os Izarians, se degladiam. O estranho é que o pedido de socorro veio da equipe da estação, dos quais nenhum dos dois grupos fazem parte.

A batalha pára por um segundo quando você é avistado. O enorme comandante Izarian acena com uma saudação, e os mercenários começam a atirar em você. Você se esconde atrás de um dos computadores e usa o rádio para descobrir quem são os terráqueos. Eles fazem parte dos Screaming Eagles, uma equipe de combate da TerraCor, uma grande corporação da Terra. "Eu estou do seu lado! Cessar fogo!".

Os Izarians percebem sua intenção. Você grita pela última vez no microfone: "Eu vou atacá-los pelos flancos. Vamos botar pra quebrar!", e pega uma granada de pulso eletromagnético do seu cinto.

Com a explosão, todos os equipamento eletro-eletrônicos são desativados. Com o rádio apenas transmitindo estática, você recorre à sua fiel arma de fogo e corre para atacar os Izarians antes que seus escudos e armas voltem à funcionar. Com a ajuda dos mercenários, vocês derrubam três deles e os demais fogem para as profundezas da base.

Mais tarde, você segue por um corredor estreito, até que as luzes se apagam. De repente, o som de uma lâmina percorre o ambiente e você sente uma pontada no peito. Instintivamente, você dispara. Ao acender um sinalizador, vê um Skaarj morto no chão.

Já estão empolgados? Isso é apenas a ponta do iceberg...

A Legend está prometendo 15 armas. Por enquanto, temos detalhes sobre quatro delas:

Lançador de granadas: Pode ser equipado com granadas de pulso eletromagnético, incendiárias, de fumaça, fragmentação, venenosa e uma capaz de paralizar inimigos por alguns instantes. Pode-se armá-las para explodirem ao contato ou por tempo.

Lança-chamas: Simples e direto: coloque fogo nos seus inimigos e veja-os rolar no chão em desespero. O efeito de fogo é um dos melhores já visto em um game.

Sanguessuga: Essa eficaz pistola atira pequenos dispositivos que podem sugar a energia de seus inimigos ou de suas armas, além de deixá-los mais lentos.

Takkra: Muito parecida com a arma alienígena de Half-Life, a Takkra lança projéteis que podem seguir os inimigos ou criar uma esfera de insetos protetores ao seu redor.

Segundo os produtores, Unreal II contará com 24 criaturas diferentes, e de Unreal apenas os Skaarj serão aproveitados. Além de uma grande gama de criaturas que habitam a superfície dos planetas, diversas facções tomarão parte da trama. Além dos mercenários humanos e os Izarians, existem os Striders. Eles produzem seus equipamentos biologicamente, e por si só não são muito perigosos. Só que, quando em grupos, eles podem se juntar e virar uma criatura maior e muito mais perigosa. E se você entrar em um espaço apertado ou escapar para um lugar muito grande, eles podem se dividir para acompanhá-lo ou espalhar-se para cercá-lo. Mas a raça mais estranha são os seres extra-dimensionais conhecidos apenas como "N". Existem apenas três deles no jogo inteiro, mas como eles podem viajar no tempo e no espaço, eles podem se manifestar como um exército com milhares de integrantes. Seus ataques psiônicos são perigosos, e eles são imortais, pois ao atingir um, você apenas apaga uma das representações deles. Outras cinco raças ainda estão sendo finalizadas.

E finalmente, aproveitando a recente divulgação da GeForce3, Michael Verdu, diretor do jogo, ressaltou diversos aspectos técnicos do título que utilizam as novas ferramentas do chip. Unreal II processará cerca de 100 vezes o número de polígonos do original, mas agora com uma quantidade gigantesca de efeitos de partículas e luzes, além de melhoras enormes nas texturas. Como você pode ver nas fotos abaixo, visualmente, o jogo é nada menos que inacreditável. E como os produtores se mostraram bastante impressionados pela demonstração de Metal Gear Solid 2, é bem possível que muitos dos truques do jogo da Konami sejam recriados em Unreal II.