Impressões: campanha principal de "StarCraft 2" cativa pela história

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Depois de doze anos de espera, a Blizzard finalmente entregou a continuação oficial de "Starcraft" em um grande lançamento mundial à meia-noite, no qual o Brasil também fez parte com direito a uma grande festa em uma livraria com a presença de Fausto de Martini, brasileiro integrante da equipe de desenvolvimento do game.

Para garantir uma experiência completa, com os servidores da Battle.net totalmente operacionais, a Blizzard não liberou cópias de avaliação para a imprensa com antecedência, uma prática geralmente comum no meio. Assim, jornalistas só puderam testar a versão final do título junto aos consumidores, logo depois da meia-noite desta terça-feira (27). A equipe do UOL Jogos está jogando desde a madrugada, mas para não deixar ninguém esperando por uma análise completa (que será publicada dentro de alguns dias) resolvemos adiantar as primeiras impressões a respeito da campanha principal, aspecto do game que estava guardado a sete chaves até então.

Depois de realizar a instalação do jogo em português, ativamos o código serial na conta da Battle.net, rede online da Blizzard responsável por gerenciar as partidas online, lista de amigos e realizações (como foram chamadas as conquistas), entre outras funções. Foi um processo rápido e claro, seguido por uma avaliação do equipamento que serviu para regular com incrível precisão os gráficos de acordo com a potência do PC utilizado nos testes.

A campanha, como foi prometido, se volta para Jim Raynor, herói terrano que foi considerado terrorista pelo novo governo chamado de A Supremacia, controlado por Arcturus Mengsk, que conseguiu o posto depois de trair seus próprios homens e utilizar os letais alienígenas zergs para derrubar o regime anterior. Neste mesmo evento Raynor perdeu sua amiga Sarah Kerrigan, que se transformou na temível Rainha das Lâminas dos zergs depois de ser abandonada no campo de batalha por Mengsk.



Agora reencontramos o calejado herói ao lado de um grupo de soldados na tentativa de formar uma resistência forte contra A Supremacia. Entre os aliados estão algumas figuras conhecidas de livros e quadrinhos inspirados na saga e outros inteiramente novos, como o condenado fortão Tychus Findlay, a cientista Ariell Hanson, o engenheiro Rory Swann, o capitão da nave Hipérion, Matt Horner, e o sinistro agente Gabriel Tosh.

Todos são essenciais não só para o desenvolvimento da narrativa, mas também para dar peso a uma mecânica que não surpreende ninguém que tenha jogado algum exemplar de estratégia em tempo real nos últimos quinze anos. O envolvimento do usuário com tais figuras é certamente o que torna a campanha tão magnética, especialmente quando se descobre que os zergs estão de volta e antigos artefatos sob posse de Raynor guardam a chave para a destruição de tudo, ao menos pelas palavras do enigmático protoss Zeratul. É o tipo de game que faz o jogador ir até o final, não importa como, só para ver no que tudo vai dar.

As missões iniciais são excelentes para que veteranos enferrujados e novatos entrem no ritmo da ação, que funciona no clássico sistema baseado em montagem de base, gerenciamento de recursos e manutenção de unidades de combate. Jogadores afiados, no entanto, não devem ficar entediados graças a objetivos secundários e diferentes opções de abordagem proporcionadas pelos mapas e seus recursos - mesmo depois do áudio de Raynor sugerir dois tipos de estratégias diferentes para uma fase, ainda foi possível completar com sucesso a tarefa utilizando um terceiro meio.

Entre os estágios é possível conversar com alguns personagens, comprar upgrades para unidades ou pesquisar nova tecnologia. Ao que parece há sempre coisas novas para se descobrir ao explorar os cenários, como um incrível minigame de tiro chamado "Viking Perdido" (em referência ao clássico da Blizzard, "The Lost Vikings") que fica em um fliperama no refeitório da Hipérion. Nas fases propriamente ditas, os objetivos são sempre diversificados, como uma missão em que é preciso escoltar civis até uma nave de fuga ou defender uma base durante vinte minutos de ataque incessante dos zergs.

No aspecto técnico, "Starcraft II - Wings of Liberty" parece conseguir um equilíbrio raro entre a leveza de seu motor gráfico e visuais que pareçam de ponta. Certamente não é o game mais bonito que já vimos, mas este nem parece ser o propósito. A política da Blizzard é a acessibilidade e até configurações modestas de PCs devem rodar o game de forma macia, ainda com direito a impressionantes efeitos especiais, engenharia de som de primeira e cenas não-interativas impecáveis.

A localização para o português foi bem produzida, ainda que alguns diálogos pareçam forçados e algumas traduções estranhas, o que indica pouca familiaridade dos tradutores com o material original. Ainda assim, soa superior, ao menos nessa primeira impressão, a outras tentativas recentes, como as de "Halo" pela Microsoft.

Para mais detalhes, aguarde nossa análise completa.

Stever Huot, diretor da Blizzard, fala sobre planos para o Brasil

"Starcraft II - Wings of Liberty" já pode ser encontrado nas melhores lojas do país e também já está à venda no site da Blizzard. O título chega totalmente em português brasileiro, da dublagem às placas que aparecem em alguns dos cenários do jogo, passando pela sincronia labial nas animações.

O preço da edição básica no Brasil é de R$ 49, em que se pode jogar por seis meses. Após esse período é preciso pagar planos de assinatura (R$ 10 reais por mês ou R$ 69 pelo desbloqueio definitivo do game). Há também uma versão por download, por R$ 105, com partidas ilimitadas, e uma edição limitada de colecionador cheia de mimos por R$ 499.

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