UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

PlayStation 2

Burnout: Revenge

23/09/2005

da Redação
Os clássicos surgem de formas distintas. Se algumas séries já nascem com esse "status", como é o caso de um "Metal Gear", outras adquirem essa aura ao longo da evolução da franquia, que pode ser aplicado na família "Tekken", por exemplo. E "Burnout", que hoje é quase uma unanimidade, pode ser incluído no segundo caso.

A trajetória do game da produtora Criterion, hoje pertencente a Electronic Arts, começou em 2001, quando lançou o primeiro título da série. Era uma obra sólida, sem grandes defeitos, mas também nada que chamasse muito a atenção. O segundo game, "Point of Impact", consolidou a filosofia da série, a do quanto mais insano melhor, e introduziu a modalidade Crash, cujo objetivo é fazer o maior acidente possível.

E esse direcionamento foi levado às últimas conseqüências em "Burnout 3: Takedown" e catapultou a série para o pódium dos clássicos. A fórmula para o sucesso foi misturar velocidade e destruição ao máximo, aliada a um impacto visual e sonoro, e oferecer uma experiência de satisfação e diversão com um equilíbrio perfeito entre a tensão de desviar de carros e obstáculos em altíssimas velocidades ao mesmo em tempo que tenta destruir os oponentes. "Burnout: Revenge" segue à risca essa receita, com a adição de elementos interessantes, mas não o suficiente para causar uma nova surpresa.

Está com pressa? Passa por cima!

Uma das novidades do mais recente título é a habilidade de mandar para o espaço os carros que compõem o tráfego, desde que sejam até de médio porte. Para isso basta fazer uma colisão traseira para dispará-los como se fossem balas de canhão. E a primeira prova do novo "Burnout" tem como meta detonar o maior número de carros possíveis. Essa modalidade, a "Traffic Checking" aparece algumas vezes no game e, apesar de divertida no começo, logo fica cansativa.

O jogador pode usar essa habilidade nas outras corridas e os carros arremessados podem ser utilizados para fazer o "takedown" nos oponentes - em outras palavras, fazê-los capotar. Essa função torna o jogo um pouco mais fácil que a edição anterior, visto que, pelo jeito, somente o jogador é capaz de usar o "Traffic Checking" como arma. Os inimigos até o fazem, mas parece que não conseguem atingir o jogador.

Os "takedowns" estão um pouco mais difíceis nessa versão. Em "Burnout 3" havia um método fácil, apenas dando "carga" com o nitro por trás dos oponentes. Mas, mesmo assim, há diversos outros meios de fazer os adversários capotarem, como dar um tranco de lado ou esmagá-los contra as paredes. Existem também diversos "takedowns" especiais, quando feitos em determinados locais e situações, mas um dos mais estilosos e difíceis é o "vertical takedown", que é realizado ao "pousar" em cima dos oponentes. E para isso, precisará usar os desníveis das pistas para decolar.

As outras provas foram herdadas de "Burnout 3", como as corridas tradicionais - até onde é possível aplicar essa palavra num game absurdo como esse-; as Road Rages, cujo objetivo é fazer uma determinada quantidade de "takedowns"; as Eliminators, em que o último colocado de cada prova é, literalmente, eliminado; e o Grand Prix, uma série de provas de corrida com várias etapas e o vencedor é determinado por um sistema de pontuação.

Por falar em provas, a organização das fases foi reformulada. O pretexto de turnê mundial continua, mas as pistas ficam agrupadas em 11 divisões, que são liberadas conforme seu ranking. Dentro dessas categorias há diversas localidades, onde se desenrolam as mais variadas provas. Cada categoria tem uma prova especial, chamada Preview, em que se pilota máquinas superpotentes, e um dos objetivos do game é terminar todos os Previews.

200 milhas/h na pista contrária

Para galgar posições no ranking é necessário coletar estrelas. Cada evento contém até cinco delas e o funcionamento se dá da seguinte maneira. Até quatro estrelas são dadas para a agressividade ao volante. Isto é, toda vez que andar na contramão, usar rampas, fazer cavalos-de-pau, detonar o tráfego e oponentes fará aumentar um medidor, que pode chegar às referidas quatro estrelas. A quinta se consegue com a medalha de ouro, obtida ao atingir desempenho condizente. Mas a medalha de bronze faz diminuir uma estrela.

A insana mecânica de jogo continua intacta. O jogador terá de atravessar as pistas em velocidades absurdas, desviando do tráfego na contramão e de veículos pesados e dirigir agressivamente, para conseguir estrelas e nitro. Além disso, conta pontos se conseguir destruir os oponentes - em algumas provas isso é obrigatório. Mesmo que sofra um acidente é possível usar a "Impact TIme" para controlar a trajetória do que sobrou do seu carro e tentar acertar os oponentes, o chamado "Aftertouch Takedown". Depois de um determinado rank, também é possível fazer explodir seu carro. Agora, a capotagem pode ser vista na visão de primeira pessoa, pelo menos por um tempo.

Essa função de "Crashbreaker", que já existia no modo Crash de "Burnout 3", facilita um pouco mais o game. Mesmo que tome um "takedown", é possível envolver os oponentes no acidente, fazendo com que o jogador não perca muitas posições. E o poder dos "Crashbreaker" tem um peso na hora de escolher os carros, que variam em velocidade e peso. Como sempre, ao avançar no jogo, veículos e mais veículos são acrescentados à sua garagem. Aliás, quem tiver saves de "Burnout 3" ou "Madden NFL 06" já terá mais carros desde o início.

Os eventos de Crash sofreram grandes modificações. Agora, não há nenhum item para pegar. Por um lado, isso é bom, pois eles acabavam sendo essenciais para um bom desempenho e tirava o foco para a parte mais importante do evento, que são os meios de obter o maior engavetamento possível. Por outro lado, o fator sorte será mais requisitado, pois está mais difícil obter um bom resultado somente com a técnica. Agora, a saída dos carros possui um medidor como o de um jogo de golfe, que define a força da arrancada e o direcionamento. Nada muito rigoroso, mas, pelo menos, não fica sendo um fator escondido como em "Burnout 3". E o Crashbreaker pode ser feito várias vezes, desde que os acidentes continuem a acontecer. Também é necessário observar que o "Traffic Checking" também é parte da estratégia nesses eventos.

Aula de projeção de pistas

Um dos grandes destaques de "Burnout Revenge" são os desenhos das pistas. Elas estão focadas nos combates, oferecendo diversos tipos de obstáculos para fazer e, infelizmente, tomar "takedowns". E, além disso, há diversas rotas paralelas e atalhos, marcados com uma sinalização de luz azul. E uma rota alternativa pode ligar com outra passagem opcional, que resulta numa fluidez incrível e abre diversos caminhos para estratégias. As rotas secundárias, geralmente, oferecem maior perigo e são mais estreitas, mas podem ser caminhos mais curtos ou terem rampas para fazer saltos espetaculares e, quem sabe, até mandar um "vertical takedown" nos oponentes. Os atalhos são especialmente importantes nas provas de Burning Lap, em que é necessário completar uma volta no menor tempo possível.

Ademais, há mais curvas de 180 graus que na versão anterior, ideais para cavalos-de-pau monstruosos a 150 milhas por hora. Os cenários são todos detalhados, têm um trabalho de luz fantástico e as texturas fazem parecer que os objetos tenham a consistência dos materiais de verdade. O visual quase nunca se repete e não há aquele vazio na tela, comum em outros jogos de corrida. Definitivamente, cenários urbanos cabem melhor nesse estilo de game.

O modo para um jogador é divertido, mas as modalidades multiplayer também não ficam para trás. Até seis pessoas poderão se digladiar nas seis opções de partidas. Há desde o Road Rage, que corresponde ao deathmatch dos jogos de tiro em primeira pessoa, até a Crash Tour, cujo objetivo é juntar uma determinada quantidade de dinheiro na menor número de turnos possíveis. Além disso, modos como a Crash Party e a Crash Battle foram herdados na edição anterior.

As opções para as partidas também estão bem variadas. Há um sistema de lista de amigos, para que os membros fiquem juntos nas provas de Road Rage, por exemplo. Há também um ranking on-line, que funciona de maneira similar ao de títulos como "Rainbow Six 3", isto é, sua classificação sobe muito se vencer oponentes mais fortes, mas, por outro lado, cai vertiginosamente se perder de adversários supostamente menos capacitados. E há rankings separados para os modos de corrida e de Crash, já que a essência dessas duas modalidades são bem diferentes.

Para ver e ouvir melhor

Assim como foi "Burnout 3" em sua época, o visual de "Revenge" é um dos mais impactantes da atualidade, com cenários detalhados e bem construídos. Apesar de toda essa complexidade, não há nenhum sinal de queda de desempenho, mantendo quase constante a taxa de 60 quadros por segundo. Os carros podem não ser licenciados, mas foram projetados com detalhes e, acima de tudo, com muito estilo. Há maior variedade no design dos carros, indo de carros compactos, esportivos, sedãs de luxo, utilitários e afins. E o efeito de refletir o ambiente na lataria também dá a impressão de que é realmente feito de metal.

Trata-se de um jogo quase obrigatório para ser apreciado em TVs de alta definição, e, de preferência, com "progressive scan", até mesmo para uma melhora no desempenho, pois é muito mais fácil enxergar os carros nessa configuração, fora o show visual, é claro.

A parte sonora também é impecável, principalmente os efeitos sonoros. Mais uma vez, um sistema high-end, de 5.1 canais de som, faz toda a diferença. O barulho do motor, o ranger dos metais retorcidos, o impacto das batidas e os barulhos dos carros e objetos zunindo criam uma ambientação fantástica. Para constar, os efeitos são cristalinos e definidos ao extremo.

A trilha sonora segue a fórmula da EA Trax. São mais de 40 faixas com novos nomes da música, além de alguns veteranos. O som básico é o tradicional punk-pop que dominam os jogos da Electronic Arts, como os da série "SSX" ou "Need for Speed Underground". Trata-se de uma questão de gosto. Quem não aprecia pode, simplesmente, desligar as músicas no menu de opções. Usuários de Xbox podem fazer melhor: montar sua própria trilha musical, como na maioria dos jogos.

O game é virtualmente idêntico nos dois sistemas - Xbox e PlayStation 2 -, mas a versão para o sistema da Microsoft leva uma pequena vantagem nos gráficos, com texturas mais definidas; na modalidade on-line, já que o ambiente da Xbox Live é muito mais amigável; e os controles, pois, tradicionalmente, o manete do Xbox é melhor nos jogos de corrida.

Clássico atualizado

"Burnout: Revenge" não revoluciona como fez em "Burnout 3", mas mantém todos os ingredientes explosivos que transformaram a da série num clássico. As novidades são interessantes, mas não o suficiente para provocar novas surpresas. Sob outro ponto de vista, apenas deixam o game mais fácil.

Mas as novas pistas, que têm um projeto fantástico, e as diversas modalidades, tanto off-line quanto on-line, deverão fazer com que o título permaneça nos drives por muito tempo. No final das contas, "Revenge" tem sucesso em manter o altíssimo nível do antecessor, e só isso já é suficiente para ser um jogo quase obrigatório para os donos de PlayStation 2 e Xbox. Ainda mais se gostarem de corridas extremas.

CONSIDERAÇÕES

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Burnout: Revenge (Playstation 2)

    52 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Criterion Games
    Lançamento: 13/09/2005
    Distribuidora: EA Games
    Suporte: 1-6 jogadores, cartão de memória, multiplayer online
    Outras plataformas: X360 XB
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host