Fullmetal Alchemist and the Broken Angel

da Redação

"A Humanidade não pode ganhar nada sem antes dar algo em troca. Para obter uma coisa, algo de igual valor deve ser perdido. Essa é a primeira lei de Troca Equivalente da Alquimia", diz uma das principais máximas do desenho "Fullmetal Alchemist". Aparentemente, a produtora Racjin e a Square Enix não levaram isso a sério, pois "Broken Angel" é um clássico caso de jogo inspirado em desenho feito com poucos recursos.

Direto do anime

O desenho conta as aventuras dos irmãos Edward e Alphonse Elric, que tentaram ressuscitar a falecida mãe usando alquimia, mas acabaram perdendo partes de seus corpos (aliás, o corpo inteiro, no caso de Alphonse, cujo espírito agora habita uma enorme armadura vazia). Eles decidem entrar em uma instituição militar do governo especializada em alquimia para encontrar a Pedra Filosofal - com o intuito de restituir seus corpos originais.

O game conta um episódio perdido da série, se encaixando na cronologia do desenho animado de mesmo nome e fazendo diversas referências a personagens importantes. No papel do alquimista Edward Elric, jogadores devem lutar contra uma série de inimigos usando artes marciais e as habilidades de transmutação do herói. Tudo isso é intercalado por diálogos escritos e animações da mesma equipe responsável pelo desenho da TV.

A ação do jogo é das mais simples: Edward anda por fases 3D atacando todos os inimigos que aparecem no caminho. Além de usar uma lâmina transmutada de seu braço metálico, o protagonista pode transformar objetos espalhados pelas fases em diversas armas: lanças, bumerangues, espadas, bombas e até metralhadoras estacionárias. É possível até transmutar o chão para criar barreiras e espetos. Além disso, ele pode dar ordens simples para o enorme e resistente Alphonse, que ajuda nas horas difíceis. Derrotar inimigos rende experiência e itens, que são usados para deixar os dois personagens mais poderosos.

Combate diluído

Mas enquanto a trama é pertinente e as cenas animadas fieis à obra original, a parte jogável deixa muito a desejar. Apesar de tentar oferecer opções diferenciadas em sua mecânica, "Broken Angel" é um jogo de luta que pode ser vencido quase que exclusivamente com o uso de seu golpe mais simples - em grande parte por culpa da burrice e falta de poder dos inimigos.

Mas os criminosos são apenas uma preocupação pequena para o jogador. "Broken Angel" traz muitos minutos de animação, mas o grosso da trama é contado com ilustrações estáticas dos personagens sobrepostas de texto sem dublagem - algo quase impensável com a fama da Square. Inimigos e ambientes são pouco detalhados e repetitivos, ao ponto de parecer um jogo de PSOne, exceto pelo uso excessivo do efeito de borrão de profundidade. Levando em conta que o personagem anda muito devagar, a ansiedade do jogador em atingir a próxima fase só piora.