Jak 3: Outcast

da Redação

A história de Jak e seu colega transformado em Ottsel, Daxter, se aproxima do fim. O terceiro episódio responde algumas grandes perguntas como a identidade dos Precursors, o que aconteceu com o herói Mar, o passado secreto de Jak e se Daxter conseguirá voltar a sua forma original. Tudo isso acontece nas cerca de 10 horas de jogo, que consertam muitos dos erros de "Jak II", mas sem fugir muito da fórmula do predecessor.

Deportados

O game começa com Jak, Daxter e Pecker (o papagaio-macaco do game anterior) sendo banidos de Haven City depois de um ataque que deixa a cidade em ruínas. Eles são resgatados pelos guerreiros de uma cidade de pessoas expulsas de Haven City, tendo de lidar com os perigos do deserto.

Mais um vez, jogadores devem completar uma série de missões para progredir na trama. Jak e Daxter terão de dirigir veículos, resgatar pessoas, se infiltrar em bases inimigas e, em geral, causar destruição em massa. Misturando os elementos de plataforma e tiro com missões de direção (que, felizmente, não derrapam como sapatos de sabão sobre gelo como em "Jak II"), variedade não falta, e as partes estão mais caprichadas.

Sem parada brusca

Um dos problemas mais sérios do game anterior, seu ritmo, foi consertado. Agora jogadores não precisarão perder dezenas de minutos indo de um lado a outro de uma enorme cidade para chegar até a próxima missão, e quando tais viagens são necessárias, não são tão frustrantes quanto lidar com os policiais violentos de "Jak II". Isso pode fazer o game parecer curto, mas a duração não deixa muito a desejar para o gênero. Apesar de ter algumas seqüências desafiadoras, o jogo costuma ser bondoso e não faz você repassar por partes longas e complicadas de cada vez.

A introdução de uma nova face para Jak, que agora ganha poderes "do bem" para compensar seu lado negro é interessante, mas poderia ser um pouco mais equilibrada. Os poderes deixam algumas partes do game fáceis demais, não são usadas de forma obrigatória com muita criatividade e, em alguns casos, são frustrantes (como a primeira seqüência depois de adquirir a habilidade voar).

Talvez a melhora mais divertida seja uma implementação mais elaborada dos Precursor Eggs. Esses artefatos antigos estão escondidos ou são recompensas de desafios espalhados por todo o game - são nada menos do que 600 deles, e desta vez eles liberam power-ups bastante úteis. Apesar do jogo não ser muito linear, é possível desencanar da história e parar para procurar esses tesouros, que vão facilitar sua vida.

Colírio para PS2

Visualmente, o game continua a tradição da produtora Naughty Dog, que cria ambientes aparentemente além das capacidades do PlayStation 2 - e tudo isso sem uma tela de 'loading' do começo ao fim. A dublagem dos personagens continua com a mesma qualidade, mas quem espera um desfecho sério para as perguntas do game pode ficar um pouco decepcionado.

Mas é a direção de arte do game que se destaca mais. As peculiaridades da cidade deserta, os ninhos dos invasores Metal Heads e alguns veículos extremamente criativos são apenas alguns dos destaques, mas mais um vez a Naughty Dog conseguiu criar um mundo perfeito para se perder.