NBA Live 06

da Redação

O basquete de "NBA Live" é um dos principais símbolos da hegemonia da EA Sports no ramo de títulos esportivos. Ao lado de "Fifa", "NHL" e outros, a série prima por capturar com bastante apuro a paixão e a atmosfera "showtime" que envolvem um dos esportes preferidos dos norte-americanos - que, cá entre nós, mandam muito bem no assunto.

O caso é que, vem ano vai ano, e as inovações da linha esportiva são cada vez menos significativas e impactantes em relação às respectivas edições anteriores. Por isso, já há quem diga que, slogan político à parte, é chegada a hora de renovar. "NBA Live 06" pode ser considerado um sintoma desse quadro.

Constelação

A grande "super-ultra-mega-novidade" da vez é a adição do "Freestyle Superstars", superastros da NBA com características únicas que os diferenciam dos demais atletas, "meros mortais". São seis as especialidades possíveis: impulsão, armação, precisão (o "cestinha"), arremesso, defesa e força.

É um tempero interessante, até porque as especialidades podem ser modificadas pelo jogador: de acordo com o interesse, o cestinha pode se tornar um especialista na defesa, por exemplo, em mudanças realizadas antes do início das partidas. Por outro lado, quando os superastros entram em ação, a simulação (e mesmo o realismo), de certa forma, acaba relegada a um segundo plano, uma vez que os movimentos especiais destes semideuses são praticamente impossíveis de serem batidos.

Os movimentos especiais, por sinal, são representados por animações muito bacanas, à altura dos superastros, que fazem tudo parecer muito fácil nas quadras. Um atleta especialista em força, por exemplo, executa alguns lances que chegam a lembrar a lendária série "NBA Jam", enquanto um cestinha é capaz de passar por vários marcadores utilizando recursos de blefes e, quando se percebe, a bola já está passando pela rede.

Como de costume na série, "NBA Live 06" oferece diversas modalidades, desde o indispensável amistoso até o "Dynasty Mode", no qual o jogador assume por diversos anos o comando de sua equipe preferida da liga de basquete norte-americana, num misto de jogador, técnico e dirigente.

Porém, como sozinho não se chega a lugar algum, o jogo oferece auxílio através de assistentes, treinadores e olheiros, três cargos para os quais o jogador deve definir ocupantes. O treinador, na verdade, está mais para um preparador físico, trabalhando torso, pernas e braços dos atletas; o olheiro, obviamente, dedica-se a descobrir novos talentos continentes afora e manter o jogador informado sobre seus progressos; já o assistente cuida dos treinamentos, aprimorando quesitos técnicos como arremessos, defesa e por aí vai.

A comunicação com os funcionários (e mesmo com o proprietário da equipe) é feita através de um PDA, em mensagens enviadas para o jogador e separadas em diferentes pastas. Digamos que o dispositivo é a sua comunicação com o mundo exterior, pois ali é possível saber sobre as transações de outras equipes, quais atletas estão contundidos ou qual jogador está destacando e vale a pena ser contratado.

É possível escolher entre jogar as partidas ou simulá-las em alguns segundos, deixando por conta do computador. De qualquer forma, o jogo permite interromper as simulações, portanto se o seu time não se saiu bem nos primeiros quartos, você pode ir para a quadra e tentar reverter o quadro.

O Dynasty Mode é a experiência mais completa que "NBA Live 06" oferece em termos de basquete, mas se o jogador estiver interessado apenas em pôr a mão na massa, pode partir para o "Season", que simula uma temporada apenas da NBA, com 29, 58 ou 82 partidas, à frente de qualquer uma das equipes da liga ou de uma criada por ele mesmo.

Já o "Fim de Semana NBA All-Star" ("NBA All-Star Weekend") reúne quatro modalidades distintas: para começar, uma partida entre novatos e jogadores em segunda temporada; depois, um desafio no qual ganha quem acerta mais arremessos de três pontos em 60 segundos; em seguida, vem o tradicional concurso de enterradas; completando, o NBA All-Star Game, partida que coloca os melhores atletas do leste e oeste da liga em lados opostos.

No cardápio da "NBA Live 06" ainda há espaço para "1 contra 1", modalidade bastante disputada nos pátios das escolas norte-americanas, além do treino individual, prática de enterradas e os playoffs, que simulam as finais da NBA. E, claro, há ainda o modo online para até dois participantes no PC; no Xbox, o suporte é para até quatro jogadores no mesmo console e oito, via Xbox Live; o PlayStation 2 é quase semelhante ao console da Microsoft, só que o modo online permite apenas dois participantes; quanto ao GameCube, até quatro jogadores são aceitos, jogando no videogame.

Bom, mas já foi melhor

"NBA Live 06" mantém o nível da série em termos técnicos, com controles bastante funcionais (menos no computador, para quem joga nos teclados) e todo aquele apuro técnico na hora de simular os principais lances do esporte. A narração caprichada (muito mais que a de "Fifa", por exemplo) e a apresentação dos atletas antes das partidas fazem o jogador se sentir literalmente dentro da quadra.

A caixinha de "NBA Live 06" estampa "Novos Gráficos" no verso. É bem verdade que a modelagem dos atletas está bem mais fiel à realidade, com um certo capricho no contorno das silhuetas, além da movimentação e das colisões mostrarem-se mais fluídas que em versões anteriores - aliás, nos últimos episódios, a impressão que se tinha era que a quadra vinha recebendo mais atenção que os atletas.

Contudo, está mais do que claro que a tecnologia gráfica (engine) de "NBA Live" atingiu o seu limite. Afinal, mesmo com um grande número de "plásticas", uma hora ou outra os sinais do tempo acabam aparecendo. Resta, então, esperar para ver como a próxima versão irá se sair neste quesito. Nesse ponto, provavelmente a nova geração de consoles será bastante bem-vinda, "puxando" a tecnologia para um nível superior.

No final das contas, fãs de basquete e apreciadores de "NBA Live" terão na edição "06" um prato cheio, de vida útil bastante longa - o suficiente até a próxima edição. De qualquer forma, já não dá mais para "esconder a sujeira debaixo do tapete", por menor que esta seja. Sem dúvidas, a série precisa se "modernizar" mais dentro das quadras para manter a sua hegemonia.