UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

PlayStation 2

Rampage: Total Destruction

19/05/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
"Rampage" é mais um jogo clássico que ganha roupagem nova nos consoles atuais. O original, de 1986, colocava o jogador na pele e um monstro que destruía prédios, provocando grande caos, mais ou menos como no filme "King Kong" ou nos milhares de filmes japoneses sobre monstros - Godzilla e afins.

Essa proposta não mudou quase nada em "Total Destruction", exceto pelo fato de que os ambientes são em 3D. Ou quase. Na verdade, o game apenas traduz os acertos e defeitos da versão original, só que em outro vetor. Claro que não poderiam faltar as tradicionais revisões e ampliações - a atual edição traz mais monstros e cenários.

Prédios ao chão

O cerne de "Rampage: Total Destruction" continua o mesmo: provocar o máximo de destruição, derrubando prédios, aviões e quem passar pela frente, em cidades como San Francisco, Londres e Hong Kong. O jogador controla monstros enormes, variando desde os tradicionais George, que lembra um gorila, Lizzie, um lagarto gigante, e Ralph, o lobisomem, assim como mais 27 criaturas inéditas.

A modalidade principal é o modo de campanha, ao menos para um jogador. Nela, você escolhe um dos monstros - no começo somente alguns poucos estão disponíveis - e se prepara para destruir o máximo de prédios possível. Na verdade, cada fase tem uma missão secundária - achar certos itens ou destruir uma quantidade de determinados objetos - que, se cumprida, rende novas habilidades.

Apesar de os gráficos terem sido refeitos em 3D, a mecânica de jogo usa muito pouco da terceira dimensão. O seu personagem anda praticamente num mesmo plano. Somente quando todos os prédios de uma rua forem postos abaixo é que se pode deslocar para o plano de fundo.

Cada um dos monstros conta com golpes para danificar e derrubar as instalações. O primeiro passo é escalar os prédios; depois, com socos, é destrói-se locais específicos, o que pode revelar itens. Os chutes atingem uma área maior, mas menos itens aparecem. Por fim, pode-se optar por subir no telhado e ficar pulando, a fim de danificar toda estrutura.

À primeira vista, usar os golpes mais poderosos parece ser a estratégia mais eficiente para pôr tudo abaixo. Mas, como a coleta de alguns itens faz parte das missões extras, o jogador precisa também usar os socos para explorar cada janela. Nem sempre os itens são benéficos - alguns podem tirar energia do monstro.

Fora de controle

Os "Rampage" originais já tinham problemas nos controles e isso se repete em "World Destruction". Além da resposta não ser das melhores, as peculiaridades chegam a irritar. Por exemplo, o monstro soca com a mão que estiver livre; então, para golpear o outro lado é preciso mexer o personagem até ele "trocar de mão". Ou seja, na maioria das vezes, é muito penoso acertar onde se deseja.

No chão, é possível pegar carros, motos e pessoas que esteja passando por perto, mas, se muitos deles estiverem próximos uns dos outros, só com reza você captura o alvo desejado. E isso é bem frustrante em algumas missões específicas. Por exemplo: em uma das fases, é preciso capturar motoqueiros, mas como a fase está cheio de outros objetos interativos, agarrar apenas essas motos pode ser um exercício de paciência.

Apesar de o processo de destruição ser até divertido no começo, a falta de variedade na mecânica de jogo logo cansa. Isso é um pouco compensado pelas novas habilidades e pela procura por novos monstros, que somam 30 no total. Mas, para isso, você é obrigado a explorar o cenário em vez de passar como um trator.

De fato, os novos golpes são bem mais eficientes que os básicos e isso pode deixar o jogo mais divertido. Entretanto, por mais que cada um dos personagens seja diferente dos outros - ao menos visualmente -, no final, a impressão que fica é que, na prática, eles funcionam de maneira similar.

Na parte de estratégia, "Total Destruction" parece estar pouco desenvolvido. Os inimigos - policiais, tanques e aviões, por exemplo - atacam por todos os lados, e a escolha fica entre enfrentá-los ou procurar o máximo de comida, enquanto promove o espetáculo da destruição. Alguns chefes de fase ajudam a quebrar um pouco a monotonia, mas ainda assim é muito pouco.

Contemporizando um clássico

Além do modo de campanha, o game também traz algumas outras modalidades, como o time attack, cujo objetivo é pulverizar tudo no menor tempo possível, e o multiplayer, para até dois jogadores no PlayStation 2 e quatro no GameCube. Isso pode tornar as coisas um pouco mais divertidas, mas também cansa rapidamente, pois o que seria o principal numa modalidade assim - o confronto direto entre jogadores - é muito precário. Na verdade, a opção multiplayer é para ver quem destrói mais coisas.

É uma pena, pois a produtora Pipeworks já fez jogos com monstros mais divertidos, como "Godzilla: Save the Earth". Uma abordagem como essa, mais livre e com lutas criatura contra criatura, também visto em jogos como "The King of Monsters", um antigo clássico da produtora SNK, poderia ter beneficiado "Rampage".

Para os saudosistas, é possível jogador as duas edições anteriores de "Rampage", sem precisar cumprir nenhuma condição especial. Eles estão ali, como foram concebidos.

"Total Destruction" não é nenhuma maravilha gráfica, mas o visual consegue sustentar o clima cômico que marca a série. Os monstros têm características próprias e tem uma gama de animações típicas de desenhos animados. Muitas das criaturas têm um projeto meio clichê, mas nem que fossem muito inspirados a situação melhorararia. Os cenários cumprem seu papel: cada uma das cidades traz suas características típicas, mas o projeto das fases é virtualmente igual.

As músicas e efeitos sonoros, por outro lado, são apenas genéricos; apenas o comentarista consegue divertir um pouco. Obviamente, haverá muitas explosões, barulho de prédios indo ao chão e o grunhido dos monstros.

Só destruição não basta

CONSIDERAÇÕES

"Rampage: Total Destruction" resgata os bons e maus momentos da clássica série. Em meio a tantos jogos "épicos", ao menos em duração, games simples assim podem ser um alívio, mas é necessário um controle melhor e um sistema de jogo mais equilibrado para ser um pouco mais divertido. A variedade pode não ser o forte, mas pelo preço econômico, agrada aquelas pessoas que gostam mais destruir que construir cidades em "SimCity".

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Rampage: Total Destruction (Playstation 2)

    63 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Pipeworks Software
    Lançamento: 24/04/2006
    Distribuidora: Midway
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: DS WII GC
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host