Rise of the Kasai

da Redação

"Mark of Kri" foi um jogo para PlayStation 2 que se destacou por dois motivos: seu visual de desenho animado tradicional e um sistema de luta inovador, que permitia acertar diferentes inimigos com facilidade. Apesar de não ser exatamente um clássico, seus aspectos únicos permitiram que ele se destacasse. Alguns anos depois, a continuação tenta adicionar mais novidades, mas nada interessante o suficiente para merecer a mesma atenção.

Luta em família

"Rise of the Kasai" explora as aventuras de Tati, irmã de Rau, protagonista do original. Logo no início, o game proclama a morte de Rau, passando então a recontar os eventos dos últimos 20 anos fora de ordem cronológica pelo ponto de vista de Kuzo, o espírito-animal que acompanhava o herói. A trama é complexa, e se foca na tatuagem mágica que amaldiçoa Tati, permitindo que jogadores controlem dois pares de personagens por cada uma de suas fases - além dos irmãos, você também acompanha o mestre de Rau e um companheiro.

Como em "Mark of Kri", jogadores usam o direcional direito para selecionar personagens - que recebem os botões X, quadrado e triângulo. Ao apertar cada um deles, o personagem ataca em sua direção. Usando as diferentes teclas, é possível desferir combos violentos. O sistema é interessante, mas sua resposta não atinge o nível de precisão necessário para justificar sua implementação: quase sem controle de câmera, muitas vezes os inimigos simplesmente não estão ao alcance de sua arma.

Ruim sem ele...

"Rise of the Kasai" foi claramente pensando visando uma opção multiplayer cooperativa, para dois jogadores, sendo que em cada fase você escolhe um de dois heróis. Cada um deles seguiria um caminho diferente, se ajudando em alguns momentos. Infelizmente, esta opção multiplayer foi completamente removida, e agora você depende do computador para controlar o companheiro(a). O problema é que a inteligência artificial deles é muito primária e em algumas vezes o personagem fica preso impedindo o progresso no jogo. Em outras ocasiões eles podem completamente arruinar sua estratégia, alertando guardas que você tentava atacar sorrateiramente. E o pior: se o outro morrer, é Game Over na hora.

Outro aspecto que fere muito a experiência são os inimigos. Eles não têm o que se pode dizer de uma verdadeira ameaça, sendo que qualquer personagem consegue derrotar dezenas deles sem muitos problemas: a inteligência artificial dos vilões é igualmente ruim a dos heróis. Em muitas ocasiões o enredo encoraja você a ser escorregadio e sair matando todos sem ser visto, mas encarar o desafio plenamente sem se esconder é igualmente fácil, colocando em dúvida a necessidade dessa opção. Pelo menos isso impede que o companheiro morra demais e termine seu jogo mais cedo.

Enrolação estilizada

A trama é interessante, mas exige atenção dos jogadores. Além de depender de pedaços opcionais encontrados em livros escondidos pelas fases, o constante vai-e-volta dos flashbacks e eventos complexos não ajudam. É uma pena ver os desenhos tradicionais trocados por um novo efeito de sombreamento, que troca qualidade pela possibilidade de trazer animação, mas não deixa de ser um resultado bonito. As fases são competentes e têm uma direção de arte interessante, mas a fraca parte técnica deixa o resultado final um pouco pobre e genérico.