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PlayStation 2

Saint Seiya: Chapter Sanctuary

08/04/2005

da Redação
Desde os tempos do videogame Atari, os jogos baseados em filmes ou em desenhos encaram uma espécie de maldição, e quase nunca conseguem ser um produto interativo com uma qualidade minimamente decente. Tanto que "E.T." do Atari é um dos maiores fracassos da história dos games e "GoldenEye 007" de Nintendo 64 é lembrando como uma das poucas exceções à regra.

"Pongs" à parte, felizmente, os videogames atuais possuem capacidade de armazenamento e poder de processamento relativamente altos, que aliados a uma maior organização de marketing são suficientes para permitir uma representação gráfica quase idêntica ao da obra original. O resultado ajuda a salvar jogos como "Saint Seiya: Chapter Sanctuary" do fiasco total, apelando para o amor dos fãs e uma competente coleção de extras.

Fantasia do pégaso

"Saint Seiya" para PS2, conhecido aqui como "Cavaleiros do Zodíaco", pode ter muito defeitos, mas a reprodução do clima do desenho original foi realizada com bastante fidelidade, para o deleite da massa de fãs. A produtora Dimps, a mesma que criou a série "Dragon Ball Z: Budokai", optou pelos gráficos tradicionais (sem o efeito Cel Shading, que imita desenho animado).

Mesmo assim, os personagens mantiveram suas características e o traçado do autor do mangá, Massami Kumumada. As feições dos rostos , o corpo esguio e o jeito andrógino dos personagens não deixam dúvidas sobre as origens do game. A produtora só não conseguiu representar bem os cabelos dos personagens, missão complicada para projeto dessa geração, mas teve sucesso em reproduzir todo o detalhe e brilhos das armaduras usadas pelos Cavaleiros, ainda que usando de efeitos um pouco arcaicos. As arenas de combate, as doze casas guardadas pelos Cavaleiros de Ouro, também estão bem representadas em cenários que lembram bastante o seriado de TV.

Os amantes de "Cavaleiros do Zodíaco" vibrarão também com a introdução do game, uma versão fiel em computação gráfica da abertura do desenho original. A versão interativa ganhou mais quadros de movimento e o estilo ficou bastante similar à desenhada.

Cosmo definhado

Os problemas aparecem logo depois que o botão de Start é pressionado. Durante todo o game, o jogador sentirá uma certa lentidão em avançar pelos menus, visto que a transição de um item para outro é um tanto demorada.

Escolhido o modo de história, o jogador será mais um telespectador que qualquer outra coisa e as cenas não-interativas representarão a maior parte do tempo usado no game. De fato, são bem acabadas, apesar de alguns excessos ou esquisitices - para quê onomatopéias num produto audio-visual? Os fãs reconhecerão cada cena e o enredo sendo transcritos do desenho animado, enquanto quem não conhece poderá ter uma boa noção da temática e estilo de um dos mangás mais famosos da década de 80.

"Saint Seiya: Chapter Sanctuary" é um jogo de luta 3D, como "Tekken". Mas não chega nem perto do clássico da Namco, em nenhum aspecto, e consegue ser tão rígido e forçado quanto o péssimo "Toshinden", um dos primeiros jogos de luta do PSOne.

Os problemas do jogo estão mergulhados em sua estrutura básica. Para começar, o leque de golpes é muito limitado, cerca de dez para cada lutador, incluindo todos os combos e os três níveis de golpes Big Bang. Além disso, os Cavaleiros não pulam nem se agacham e os golpes não obedecem a lógica do risco e retorno. A única liberdade maior que o game oferece é poder andar (mas não correr) por todo o plano da arena, como em "Soul Calibur".

Sem opções de movimento suficientes, "Saint Seiya: Chapter Sanctuary" perde uma característica inerente a qualquer tipo de jogo que envolva disputa: a barganha. Como atacar ou contra-atacar se o leque de movimentos é tão limitado? No final das contas, o jogador precisará contar com a força dos astros para vencer os oponentes.

Cólera do jogador

O game utiliza um sistema pouco comum para decidir a vitória: quando a energia do lutador termina, ele cai no chão sem perder a luta. Como nos jogos de boxe, é possível marretar os botões para voltar ao combate - processo que vai ficando cada vez mais difícil com cada nocaute. Afinal, se esses caras voltaram da morte algumas vezes na obra original, por que não fazer o mesmo no game?

Cada lutador possui um golpe fraco e outro forte, mas que dão na mesma. Ao desferir ambos sem atingir nada, a recuperação parece demorar uma eternidade. Mas, estranhamente, se o golpe tocar o oponente, os combos saem numa velocidade espantosa. Os Cavaleiros podem arremessar seus oponentes, e o tratamento é quase de um golpe especial, visto a dedicação de cenas exclusivas para esse movimento. O problema é a dificuldade de saber quando o golpe pode ser aplicado, pois muitas vezes seu lutador falha na execução do arremesso sem um critério consistente.

Além disso, os Cavaleiros podem usar os golpes especiais, que consomem um pouco da barra auxiliar de Cosmo, uma espécie de energia espiritual. Novamente, os experts de "Cavaleiros do Zodíaco" reconhecerão os golpes característicos de cada um deles, como o Meteoro de Pégaso do protagonista ou a Cólera do Dragão de Shiryu.

Os jogadores têm a opção de encher e explodir o Cosmo dos lutadores, a fim de se livrar de enrascadas como combos ou ataques mais poderosos. E também podem despertar o Sétimo Sentido, ficando mais fortes para poder usar os especiais à vontade. Nesse modo, os Cavaleiros ficam envoltos por uma aura, lembrando muito a transformação Super Saiyajin da série "Dragon Ball Z".

Por fim, os personagens possuem os Big Bang Attacks, os golpes mais poderosos do jogo e que precisam de pelo menos dois níveis de cosmo para acionar. São, novamente, golpes tirados do desenho, como o Cometa de Pégaso de Seiya ou a Execução Aurora de Hyoga. Uma vez acionado o ataque, uma demonstração vistosa aparece na tela. Mas o resto de sua execução não é muito prática: apesar de ser o único ataque que impede o retorno do personagem ao zerar a energia, capacidade de bloqueá-lo com um contra-ataque (mediante um embate de forças na forma de mini-game) faz seu efeito parecer um tanto contraditório e desequilibrado.

Astral ruim

Fica claro que a proposta da dupla Bandai e Dimps é atender aos fãs de "Cavaleiros do Zodíaco" com os extras funcionando como um verdadeiro banco de dados sobre a série. Nele, o usuário poderá conhecer cada um dos Cavaleiros que já apareceram até hoje, além de ver imagens de brinquedos e cards. Também, todas as cenas não-interativas, músicas e sons podem ser reproduzidos novamente nesse modo.

CONSIDERAÇÕES

"Saint Seiya: Chapter Sanctuary" provavelmente agradará aos dedicados amantes da série, e quem não conhece o universo dos guerreiros de Athena terá a oportunidade de se iniciar com certa profundidade. Mas, se seu interesse é por um jogo de luta consistente, o melhor é olhar para outras constelações.

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    GALERIA

    Saint Seiya: Chapter Sanctuary (Playstation 2)

    262 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Dimps
    Lançamento: 07/04/2005
    Distribuidora: Bandai
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

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