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PlayStation 2

Shadow the Hedgehog

12/12/2005

da Redação
Sonic, o ouriço terrestre azul-cobalto, nasceu para ser o mascote da Sega e, como tal, personificou a guerra entre os videogames de 16 bits: Mega Drive de um lado, Super Nintendo do outro. Agora, a Sega escalou o personagem Shadow para estrelar uma aventura solo, mais ou menos como a Nintendo conduziu seu personagem Wario, uma versão mais "caótico-cômica" de Mario.

"Shadow the Hedgehog" lembra as outras interações da série "Sonic" desde que suas aventuras passaram a ser 3D no Dreamcast, trazendo algumas inovações - se negativas ou positivas, depende do ponto de vista - surpreendentes, como a introdução de armas de fogo. Há também outras idéias interessantes, como vários caminhos para seguir, refletindo as escolhas do jogador para o destino de Shadow: se o transformará num personagem benevolente, se optará pelo caminho do mal ou se ficará neutro.

O lado sombrio de Sonic

Como dito, "Shadow the Hedgehog" lembra as outras aventuras 3D da série, como "Sonic Adventure" para Dreamcast. No caso, o personagem percorrerá longos trajetos em ambientes tridimensionais, quase sempre lineares, supostamente feitos para serem atravessados em alta velocidade, como é tradição na série. Mas, infelizmente, o jogo não consegue empolgar devido ao fraco projeto das fases, controles ruins e combates falhos.

O começo é até promissor, com.apresentação e introdução belamente produzidas, mostrando a empolgação que dificilmente será vista novamente durante o jogo. Nesse início, pouco antes de um ataque alienígena, o jogador fica sabendo que Shadow tem vaga lembrança de seu passado.

A primeira fase já mostra os diversos problemas e se você estiver jogando no PlayStation 2, a decepção é ainda maior, pois a taxa de quadros é muito baixa se comparada a das versões de Xbox e GameCube, uma falha bastante grave para um game da série Sonic, em que a velocidade é fator primordial.

"Shadow the Hedgehog" mescla partes de supervelocidade com cenas de combate, mas ambas não conseguem satisfazer o jogador. As fases ainda trazem aqueles loopings e longos corredores para sair "rasgando", mas sempre aparece um inimigo desavisado no meio do caminho fazendo o personagem perder várias argolas. Assim é difícil ser feliz.

Velocidade não é nada sem controle

A novidade desta versão para os combates, o uso de armas, parece ter sido programada pela metade. Existe uma certa variedade de pistolas, metralhadoras e até espadas, mas o jogador se perde ao usá-las. A mira parece ser automática, mas a falta de uma retícula faz com que cada tiro seja uma surpresa. Num game em que é necessário matar alvos determinados, isso passa a ser ainda mais inexplicável. Assim, a espada parece ser uma das melhores armas, pois ao menos você saberá em quem mirar.

Shadow ainda tem outros métodos de investida conhecidos dos games anteriores, como um ataque de corpo teleguiado, feito quando se está no ar, com o objetivode perseguir o inimigo mais próximo, supõe-se - mas como o campo de visão é muito estreito, seu personagem acabar em lugares inesperados e cair em buracos, o que significa o fim de sua vida. Nada mais frustrante.

Além disso, é possível lutar com socos e chutes, além de iniciar um Spin Dash, movimento veloz como uma bala de canhão, e derrubar os inimigos como pinos de boliche, mas, em ambos os casos os péssimos controles põem tudo a perder. Nem contra os chefes o jogo consegue empolgar.

Por falar em controles, a boa qualidade deles é essencial em qualquer tipo de jogo, mas é ainda mais importante em um frenético como "Shadow the Hedgehog". O movimento do personagem, por exemplo, é muito ruim: Shadow parece estar constantemente patinando sobre a neve. É difícil andar, correr, virar, tudo. E quando comandos mais complicados são requisitados, como grudar nas paredes e pular de plataforma em plataforma, a situação fica impraticável. Somente nos trechos de velocidade a coisa parece melhorar um pouco, mas isso não dura muito.

Os controles também melhoram a bordo dos diversos veículos disponíveis, como motos e plataformas voadoras - alguns essenciais para o progresso da fase -, mas não o suficiente. A câmera é outro problema: a visão já e ruim por natureza e não se pode ver muito ao seu redor, o que seria importante nos combates, mas também não permite muito controle por parte do jogador.

O que era bom se quebrou

Infelizmente, todos esses problemas estragaram as boas idéias do game. Como o personagem teve um apagão em sua memória, a Sega programou um meio que permite ver diversas possibilidades de seu passado, criando um sistema em que as ações do jogador na fase definem o caminho para o próximo estágio, como as bifurcações vistas num "Outrun", por exemplo.

Basicamente, o jogador tem três opções: a primeira é simplesmente chegar ao final das fases, buscando as esmeraldas. As outras consistem em fazer missões alternativas, a favor de um dos lados do conflito: os humanos ou os alienígenas da Black Arms. Cada fase conta com "conselheiros", representando cada um dos lados.

Pelo lado do bem aparecem figurinhas conhecidas como Sonic, Tails e Knuckles, que acompanham Shadow e explicam o que ele deve fazer para seguir esse caminho, que geralmente significa destruir todos os aliens das fases. Já pelo lado maligno, um ser que parece uma estrela-do-mar negra aconselha Shadow a como confrontar os humanos. Esses personagens, uma vez encontrados, podem ser trocados usando o direcional digital do controle. Dependendo do escolhido, uma energia especial é acumulada, e isso resulta em diferentes superpoderes.

De acordo com a missão cumprida, o caminho para as próximas fases é alterado, levando a diversos finais. No total, são 22 estágios. Esse sistema seria um ótimo pretexto para aumentar o fator de replay, não fosse o fato de o game ser pouco satisfatório.

A inclusão de armas parece ter sido desculpa para colocar um modo multijogador no estilo de "Ratchet & Clank", título para PlayStation 2. Mas fica só no estilo. O modo conta com regras conhecidas como a deathmatch e apenas três mapas, que, apesar de grandes e cheios de objetos - como veículos, armas, inimigos e anéis -, sofrem do mesmo problema da opção principal: um projeto ruim de fase e péssimos controles.

O senhor dos anéis

O visual não é fantástico, mas competente, graças aos bons efeitos luminosos. Os ambientes, em geral, abandonam um pouco o estilo berrante dos antecessores, mesmo porque Shadow é um personagem um pouco mais sombrio que Sonic. Um dos poucos sinais que não deixa dúvidas de que "Shadow the Hedgehog" faz parte da série são os anéis espalhados nos cenários e a construção de montanha-russa das fases.

Os personagens foram bem projetados, mantendo-se fiel aos moldes originais em computação gráfica. Os oponentes são um pouco mais simplificados, mas, provavelmente poucos jogadores ficarão reparando em inimigos com tão pouca personalidade. As animações são limitadas, mas o ritmo frenético ajuda a esconder esse fato. Mais uma vez, as versões de Xbox e GameCube rodam quase "liso", enquanto a de PlayStation 2, que já é "engasgada" por natureza, sofre ainda mais com a lentidão, dependendo da situação.

Já a trilha musical segue o fiel estilo da série, meio moderninho. O resultado é irregular, entre algumas boas composições e outras irritantes, mas ao menos tentam se encaixar no estilo de cada cenário. Os efeitos sonoros apenas quebram o galho, mas as dublagens são consistentes, principalmente na versão japonesa. No caso do Xbox, é necessário mudar o sistema para a linguagem oriental para ouvir os diálogos em japonês. Já o GameCube não traz essa opção, apenas as legendas.

Crise de identidade

CONSIDERAÇÕES

Talvez "Shadow the Hedgehog" tenha sido uma maneira de deixar a série mais adulta, com um personagem um pouco mais sombrio. Pelo sim e pelo não, o fato é que os péssimos controles, uma indomável câmera e um projeto de fases ruim puseram a estragar todos os fatores interessantes, como um jeito de conduzir as fases de várias maneiras e ver diversos aspectos do passado de Shadow.

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    Shadow the Hedgehog (Playstation 2)

    51 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Sega USA
    Lançamento: 15/11/2005
    Distribuidora: Sega
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: GC XB
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

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