Calling All Cars!

da Redação

Nova geração de gráficos à parte, os serviços de jogos casuais dos consoles alcançaram um papel de grande importância para os consoles. Muito atrás da Xbox Live e carente de títulos originais, a PlayStation Network ganha o reforço de "Calling All Cars!", concebido por David Jaffe, produtor de "God of War". Trata-se de uma frenética e divertida disputa automobilística no melhor estilo cartoon. Lamentável, porém, é a escassez de recursos do jogo, que acaba salvo pelo modo multiplayer.

Sorte ou competência?

Em "Calling All Cars!", você assume a direção de uma espécie de carro-patrulha com um objetivo muito simples: recapturar bandidos fugitivos. Em geral, é preciso levá-los até a cadeia - com exceção da última fase -, onde há três pontos de entrega: uma garagem, que vale um ponto, uma rampa para o piso superior (2 pontos) e uma passarela (3 pontos). De tempos em tempos, de acordo com o mapa, o acesso à cadeia é fechado e o local de entrega passa a ser móvel - camburões e um helicóptero passeiam pelo mapa-, que são mais difíceis por causa da sincronia exigida, mas rendem ainda mais pontos.

Simples, mas longe de ser fácil. Há três vorazes adversários que têm exatamente o mesmo objetivo que o seu. O bandido aparece em pontos distintos do mapa e, a partir daí, o que se vê é um meio termo entre as brincadeiras de "capture-a-bandeira" e "batata-quente", já que é quase impossível manter a posse do bandido por mais de cinco segundos. Cada disputa dura cinco minutos e, no final, vence aquele com o maior placar.

Existem diferentes formas para tomar o ladrão do adversário: a mais popular é colidir com força no carro que está com a posse, sendo que alguns pontos de interrogação espalhados pelo mapa dão acesso a itens especiais - o mais útil é um imã que atrai o bandido, desde que o jogador tenha habilidade para manter a mira no alvo por alguns instantes.

Aliás, muitas vezes a sorte se sobressai em relação à competência, pois a disputa é tão acirrada que fica quase impossível escapar das investidas adversárias - a inteligência artificial, por sinal, é bastante agressiva. Para completar, os mapas são repletos de obstáculos, como rampas, abismos, construções e até um trem que cruza o cenário a todo instante.

Os controles são eficientes e funcionais: há um botão de pulo, outro para o turbo e, para completar, um para um nitro que se renova de tempos em tempos, fornecendo o "combustível" para as colisões, fugas e para os piques finais. Tudo funciona muito bem, mas a "muvuca" perto do ponto de entrega é tão grande que não é raro se enrolar e perder a posse do bandido no último instante - a parte boa é que isso também acontece muito com os adversários.

Vida longa, mas limitada

Ok, ainda que o sucesso seja mais uma questão de sorte, "Calling All Cars!" não deixa de ser divertido (para não dizer genial). O problema é que, quando você se dá conta, o jogo acabou: são quatro mapas com duração de cinco minutos cada; logo, em 20 minutos, em média, você termina o Tournament, que é o modo principal. Terminar em dificuldades maiores libera novos carros.

Resta, então, o multiplayer, que é mesmo a parte mais bacana, já que o game foi mesmo feito para jogar com outras pessoas. Ainda que sejam apenas quatro mapas, eles são tão diferentes entre si - no último, por exemplo, não há prisão, mas só alvos móveis - que há conteúdo suficiente para muitas e muitas horas de jogatina. Até quatro participantes podem jogar online, enquanto dois são permitidos, em modo local ou online, via tela dividida.

As opções de personalização também são bastante limitadas: no multiplayer, pode-se definir somente o usual, ou seja, número de jogadores (ou bots), carros, limite de tempo etc. Já no Tournament, a vida é fácil, já que é possível reiniciar a partida quando você quiser e começar a partir do mapa em questão.

"Calling All Cars!" tem uma direção de arte fantástica e não renega mesmo as origens - quem já viu "God of War" sabe do se trata. Porém, aqui não há violência ou sangue, pelo contrário: o estilo cartoon, tanto para o visual quanto para as músicas e efeitos sonoros, dá a impressão de que se está em uma daquelas cenas malucas de desenhos animados em que a ação não pára por um momento. Muitas cores, efeitos visuais e cenários destrutíveis, em uma TV de alta definição, mostram o que de fato é um jogo casual para a nova geração.

Viva o multiplayer

Será que adicionar alguns mapas extras representaria um sacrifício tão grande? "Calling All Cars!" é provavelmente o melhor jogo da PlayStation Network até o momento, mas, por US$ 10, esperava-se mais conteúdo. As limitações influenciam na experiência porque o título não é tão profundo quanto poderia ser. Se não fosse pelo modo multiplayer, a compra seria dispensável; então, invista apenas se a sua idéia é jogar com mais alguém.