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PlayStation 3

Golden Axe: Beast Rider

21/10/2008

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
Jogadores veteranos das duas últimas décadas provavelmente guardam boas memórias de "Golden Axe", o clássico jogo de ação criado por Makoto Uchida para os fliperamas e que alcançou muito sucesso em sua versão para Mega Drive. Longe dos holofotes há anos, a franquia renasce agora graças à recente onda de nostalgia da indústria do videogame, em uma reimaginação 3D confusa e sem um pingo do charme que marcou o original.

Jogador solitário

A criação da heróina
Como bom fliperama da época, "Golden Axe" era um jogo de ação que colocava até dois jogadores ao mesmo tempo em um cenário de fantasia medieval contra hordas de inimigos. Como a intenção era manter o público circulando para gastar mais fichas, a dificuldade era considerada alta e os inimigos eram rápidos no ataque, o que garantia uma boa dose de tensão e despertava a curiosidade daqueles que morriam muito e queriam ver as surpresas que o jogo reservava. E eram muitas para a época, como grandes magias que ocupavam a tela, a habilidade de montar em dragões e até mesmo a necessidade de se defender de gnomos ladrões no meio da noite em busca de itens extras.

Infelizmente a sensação de descoberta e tensão dos dias de ouro dos fliperamas não estão presentes em "Golden Axe: Beast Rider", que sempre parece equivocado ao tomar como profundo um universo de um jogo tão primitivo quanto o original. Provavelmente nunca ninguém parou para prestar muita atenção na história do clássico de 1989 na época e, em vez de refazer tudo, os designers tentaram costurar referências diretas em uma trama nova, deixando tudo confuso - em determinados momentos parece que o roteiro é de uma continuação do fliperama, em outras parece de um prólogo.

A decisão de centrar a ação na heroína Tyris - e somente nela, uma vez que o jogo é para apenas um jogador- também é questionável. Longe de ser carismática e dona de um andar muito esquisito, a personagem solitária parece um rascunho pálido da mocinha de "Heavenly Sword", perdida em meio alguns poucos desafios que lembram os momentos menos empolgantes de "God of War".

Tyris consegue criar combinações com dois ataques simples e utilizar outros dois botões para evitar tomar danos, de esquiva e defesa, que são acionados de acordo com uma cor específica assinalada pelos vilões momentos antes - que, não por acaso lembra um jogo já citado anteriormente. Com opções tão pobres e com inimigos tão bonzinhos que topam entrar em uma luta de cartas marcadas, fica difícil encontrar algo que realmente empolgue no decorrer dos eventos. Nem mesmo as tais montarias do título conseguem salvar a ação do marasmo, uma vez que suas habilidades mais poderosas os levam a uma morte rápida, obrigando a heroína a ficar a pé no meio do caminho.

Apresentação na média

O terrível Abrax
Ainda que o jogo falhe miseravelmente em capturar a essência da série, o conjunto não é totalmente perdido. Embora os gráficos não sejam os mais empolgantes desta geração, eles cumprem seu papel ao mostrar alguns designs interessantes, principalmente dos tais dragões e na recriação de algumas referências ao original, como os ágeis duendes que carregam itens. É fácil navegar, reconhecer elementos antigos e visualizar a ação, que vai ficando um pouquinho mais complexa em momentos finais da aventura, com o gerenciamento de múltiplos inimigos. Os sons e, principalmente, a trilha sonora também ajudam bastante na apresentação e conseguem empolgar em alguns momentos dramáticos, salvando até mesmo alguns diálogos vergonhosos.

Aqueles que buscam ação pura e simples, como no original de fliperamas, podem até se divertir mais. Com a mente longe das referências à franquia ou a comparações a jogos recentes, é possível perder algumas horas evitando múltiplos ataques simultâneos e transformando inimigos em carne moída. Mas mesmo com esta visão estreita não há como se prender muito tempo, graças a uma aventura principal curta e que não traz maiores incentivos para ser desbravada novamente.

CONSIDERAÇÕES

"Golden Axe: Beast Rider" não é o que os fãs da franquia esperavam. Com um roteiro equivocado, que não consegue capturar a essência do jogo original, e uma mecânica simplista, não há nada que já não tenha sido visto ou feito de maneira mais empolgante no passado recente. Há de se ficar preocupado quando um jogador veterano se emociona mais com aparições ligeiras dos outros heróis de "Golden Axe" que ficaram de fora, como o anão Gillius, do que com o jogo propriamente dito. É sinal que há algo fundamentalmente errado ali.

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    GALERIA

    Golden Axe: Beast Rider (Playstation 3)

    44 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Sega
    Lançamento: 14/10/2008
    Distribuidora: Sega
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: X360
    RegularAvaliação:
    Regular

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