Nem todo jogo precisa ser inovador ou revolucionário para fazer sucesso. Às vezes basta utilizar uma ideia que deu certo e pegar carona no sucesso dos outros. Geralmente nesses casos, algo é adicionado para criar alguma diferenciação. Entretanto, este não é o caso de "Quantum Theory", jogo da Tecmo que sugou tudo o que foi apresentado em "Gears of War", mas com notória a falta de capricho.
Teoria furadaO primeiro sinal da falta de originalidade está no protagonista, Syd, um brucutu que usa armas gigantes para destruir uma horda de mutantes que infestam seu mundo. A inspiração em Marcus Fenix é gritante. Com a exceção da arma Ripper (uma metralhadora com uma motoserra embutida) todo o resto dele está lá, como uma metralhadora estilosa e a armadura que protege o cara.
As semelhanças não param por aí: o cenário como um todo tem um estilo que parece ter vindo diretamente de Sera, o planeta que o esquadrão Delta defende em "Gears". Os inimigos seguem o mesmo padrão dos Locust, como os soldados rasos e os gigantes que lembram os Brumaks. Isso se expande para os controles, trilha sonora e até mesmo as frases de impacto dos personagens.
No geral, o difícil mesmo é não encontrar referências a "Gears of War". Na maioria dos casos a impressão que fica é que "Quantum Theory" não seja nada além de um "mod" do título da Epic.
No pouco que tenta inovar, "Quantum Theory" falha miseravelmente. No lugar de outro soldado bombado, Syd é acompanhado por Filena, uma jovem misteriosa que cruza em seu caminho em direção ao topo da Living Tower. Quando os dois se encontram pela primeira vez, acontece um desentendimento e falta só faísca sair dos olhos dele - até rola um breve combate entre os dois -, mas isso não passa de fogo de palha e logo os dois se acertam e passam a trabalhar juntos.
A Living Tower é local de origem de um material conhecido como Erosion, mancha negra que suga toda a vida do planeta Cocoon, local onde os protagonistas vivem. Foi por causa de Erosion que Syd perdeu tudo o que tinha na vida (amigos, família e companheiros de trabalho).
Sendo um soldado experiente, ele atravessa o mundo para alcançar o local onde está a origem de toda sua desgraça, acreditando que é seu dever acabar com a "torre viva". Já Filena é filha do homem que criou a torre, mas não revela seus objetivos a princípio, deixando o jogador na dúvida.
A mecânica de jogo segue o padrão de "Gears of War", usando o bom e velho esquema de correr, esconder e atirar - copiando inclusive a posição e funcionalidade de todos os botões. A equipe de desenvolvimento se focou apenas no sistema no qual Syd e Filena unem forças para acabar com os seus adversários.
O brutamontes pode arremessar a garota em direção ao inimigo para que ela use um golpes poderosíssimo para dar cabo dele ou deixá-lo enfraquecido. Geralmente isso pode ser um problema, tendo em vista que os chefes são gigantescos e podem acabar com a vida dela com apenas metade de um ataque.
Os dois também podem combinar ataques corpo a corpo, apertando botões no tempo exato para que os combos sejam executados. Só que nenhuma dessas tentavias de inovação são fortes o suficiente para manter o jogador ligado por mais do que cinco minutos.
Já o multiplayer também não ajuda na experiência de jogo, contando com os já batidos modos Deathmatch e Team Deathmatch. Porém, no final são totalmente dispensáveis, tendo em vista que é difícil encontrar adversários dispostos a perder tempo com o título.
CONSIDERAÇÕES
Em teoria, o título tinha tudo para dar certo, mas o resultado final não foi bem assim. "Quantum Theory" copiou tudo o que podia de "Gears of War", mas faltou ter um espírito próprio, algo que o destacasse e justificasse a compra. Quem ainda não experimentou o jogo da Epic Games, pode até achar a mecânica de correr, esconder e atirar divertida, entretanto a ausência de competidores nos modos online ainda é um dos fatores decisivos para deixar este título de lado.