Ratchet & Clank Future: A Crack in Time

OTAVIO MOULIN
Colaboração para o UOL

Ação ao som de Tchaikovsky

Depois do excelente "Ratchet & Clank Future: Tools of Destruction" e sua continuação de venda por download "Quest for Booty", a Insomniac Games resolve finalizar o arco atual de histórias de seus mascotes mais famosos com "A Crack in Time".

Como os anteriores, o novo game consegue reunir o melhor do estilo plataforma com muitos combates e puzzles, em uma experiência extremamente divertida para toda a família.

Enredo amarrado

Para quem perdeu os títulos anteriores, "A Crack in Time" recapitula os eventos mais importantes da trama de uma maneira muito inteligente. Como o game necessita instalar arquivos no disco rígido do Playstation 3, o tempo de carregamento é aproveitado com um depoimento do Capitão Qwark, um herói atrapalhado que funciona como coadjuvante. O tal sujeito narra o que aconteceu de maneira muito engraçada, em um vídeo que imita aquelas entrevistas com atores famosos realizadas para promover lançamentos de filmes.

Clank não é mais um robô indefeso

Com a aventura em curso, voltamos a encontrar os heróis da franquia. O robô Clank está em um planeta distante em companhia dos misteriosos alienígenas Zoni e começa a desvendar segredos do seu passado enquanto foge do vilão Dr. Nefarious. Já Ratchet continua procurando o amigo metálico com a ajuda de Qwark e ambos se metem em vários problemas a cada parada que fazem pelos planetas da galáxia.

Entre situações inusitadas, revelações e muita ação, a equipe da Insomniac consegue contar uma história divertida e amarrada, que trata todos os personagens com muito carinho. O roteiro se preocupa em não só fisgar as crianças, mas também tornar tudo um pouco mais atraente para adultos. Assim, diante de diálogos inspirados fica difícil não gostar dos mocinhos e vilões, com referências constantes ao mundo pop, entre filmes como "Star Trek" ou mesmo "Tubarão" e "Scarface".

Muito a fazer

O núcleo da mecânica se divide basicamente entre a parte de plataforma, que traz alguns puzzles e a típica exploração de cenários fundamentada ainda nos tempos de "Super Mario", e os vários tiroteios.

A parte de puzzles, geralmente estrelada por Clank, é bem criativa, especialmente quando utiliza uma espécie de manipulação do tempo. Com os chamados Time Pads, o robô é capaz de se copiar realizando várias atividades e se torna necessário posicionar tais reproduções em pontos específicos do cenário para abrir portas, pressionar botões ou mover objetos.

Já nos combates, o outro herói é quem brilha. Ratchet tem um arsenal de respeito, composto pelas mais estranhas bugigangas personalizáveis (projéteis, efeitos e até cores). Armas icônicas continuam presentes, como lançadores de foguete, ao lado de reforços importantes como uma pistola de pulso e uma rede elétrica bem interessante. O mais legal é que é possível intercalar essas armas durante a aventura e criar armadilhas para os inimigos, o que deixa as batalhas bem mais estratégicas.

Ratcher procura Clank e desafia o tempo

Fora o arsenal, Ratchet pode se equipar com os mais interessantes apetrechos, como botas gravitacionais para grudar em paredes. Itens também podem ser adquiridos para equipar sua nave, já que o game permite a livre exploração da galáxia para que missões paralelas sejam descobertas. Para bancar tudo isso, há uma incessante busca por parafusos, que servem como moeda para o jogo. Trabalho é o que não falta no game.

Tudo isso é bem embalado. É verdade que muito do que está no game já parece ter sido visto nos episódios anteriores para Playstation 3, com o mesmo estilo gráfico colorido que lembra um desenho animado. No entanto, a enorme riqueza de detalhes e profusão de efeitos especiais tornam as paisagens e ações sempre atraentes, com uma performance extremamente eficiente. O áudio segue o mesmo ritmo, com ótima dublagem para os vários diálogos que dão continuidade ao enredo assim como efeitos realçados pela boa mixagem de canais.